Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Velhas práticas e necessidade de mudanças. O futebol em discussão

Foto: adorocinema.com/series

Em comentário aqui no blog o Alisson Sol fez observações interessantes sobre o texto do Breno Miranda e deu boas dicas de documentários que rolam na TV:

* “O problema é que toda teoria econômica se baseia em mecanismos básicos de transparência e equilíbrio que não existem no futebol. Eu recentemente assisti duas séries de TV sobre o futebol que mostram coisas interessantes. Na séria da Amazon Prime “Tudo ou Nada: Seleção Brasileira“, se acompanha o time durante a Copa América em 2019. Há alguns pontos interessantes sobre os esquemas táticos do time. Mas muito pouco dos reais “bastidores”.

Já a série da Netflix “Sunderland ‘Til I Die” mostra muito mais dos bastidores do que qualquer outra. Na primeira temporada, o Sunderland havia acabado de cair da “Premier League” para a “Championship”, que seria a “Série B” na Inglaterra. Pois bem: a diretoria e comissão técnica dão uma “cruzeirada” e o time… cai para a Série C. Vem a segunda temporada, e o time tem tudo para ao menos voltar para a Série B. Mas o melhor jogador do time, o jovem Josh Maja tem o contrato terminando em breve. O time precisando dele, e o que se mostra na série é que o agente o leva para a França, pois se assim o fizer, ganha uma excelente comissão. Mas o inexplicável é o seguinte: no último dia da janela de transferência, o time vai e gasta mais do que o dobro do que recebeu para vender antecipadamente seu melhor jogador de 21 anos em um substituto medíocre. Vão para o “playoff” para a terceira vaga de subida da “Série C” inglesa, e perdem no último jogo. Prejuizo: umas dez vezes o que teria gasto mantendo seu melhor jovem jogador. Fica a impressão de que alguém ganha algo para fazer decisões que literamente vão contra o mínimo de racionalidade. E os apaixonados torcedores… torcendo. Triste de ver.”

https://www.safc.com/


Altíssimos salários, baixo rendimento, ações judiciais e prejuízos. Bom momento para ideias e discussão de novos rumos para o nosso futebol

As fotos foram feitas por mim, no Estádio Monumental em Santiago, durante a Copa América 2015, no Chile, que teve como campeão o próprio Chile, dirigido por Jorge Sampaoli, vice a Argentina. O Brasil ficou em quinto lugar, eliminado pelo Paraguai, nos pênaltis, nas quartas de final. 

Com a bola parada os grandes veículos de comunicação poderiam discutir em suas “mesas redondas” e resenhas idéias para novos rumos do nosso futebol. Salários fora da realidade, a existência de entidades e competições que só encarem o esporte, calendários malucos, falta de transparência na gestão de clubes e federações nacionais e Sul-Americana, legislação arcaica, enfim. Ainda que nada mudasse de imediato, mas a simples discussão e apresentação de idéias já seria um começo, ou na pior das hipóteses, um calo pra incomodar a cartolagem. A programação das TVs ficaria mais atrativa e prestaria um enorme serviço ao futebol brasileiro.

Temas como estes abordados pelo Breno Miranda, a quem agradeço, hoje, aqui no blog:

* “… Eu tentei não comentar, porém não resisti e faço algumas observações sobre a administração dos “Recursos (Des)Humanos” do Galo.
Existe uma disciplina, ofertada na Faculdade de Ciências Econômicas (FACE/UFMG) chamada Teoria da Informação e das Decisões. Nesta disciplina trata-se de assuntos relacionados à decisão de investidores, de administradores e dos donos de empresas. Mas o que tem isto haver com o futebol?
Bom, existe um tema que trata da remuneração dos “Agentes” (Gerentes, CEOs, Administradores e etc.) que são contratados para tomar decisões no lugar dos “Principais” (Os donos do negócio!). Neste tema, chega-se à conclusão de que não adianta pagar uma remuneração fixa para os Agentes, pois estes, ao perceberem que não há perda de qualidade do seu bem estar e tão pouco o aumento da sua satisfação nada fazem para melhorar. Sendo as pessoas racionais, ninguém irá fazer nenhum esforço adicional para que haja mais lucro, melhor performance da empresa ou que a mesma avance um pouco mais.
Uma das soluções propostas para solução deste impasse é a oferta de um contrato, desenhado pelo Principal, para que motive o Agente a tomar as melhores decisões na gestão da empresa. Portanto, o Agente ao aceitar o contrato, tem metas a serem compridas e bonificações por estas metas alcançadas.
Vejo que isto se aplica ao Galo e aos jogadores. Infelizmente é de difícil aplicação mas não impossível, porém a crise do COVID-19 pode abrir uma porta para uma mudança estrutural no futebol nacional.
Nada contra o jogador, ao bater suas metas, receber um alto salário, o que não pode é ficar com um imbróglio como os dos jogadores Maicon Bolt, Ricardo Oliveira, Mansur e Di Santo só para lembrar de alguns.
Percebemos que as altas dívidas dos times implica que todo o fluxo de caixa gerado é destinado para o pagamento da folha salarial. Logo, é extremamente difícil demitir um jogador por baixo rendimento e cobrá-lo um melhor desempenho.
Portanto, é mais fácil administrar a folha quando a motivação de cada um dos jogadores está em plena disputa para atingimento de suas metas pessoais. Caso alguém não dê certo no time, por vários fatores, não aleija os cofres. Se, como exercício de imaginação, o Sr. Maicon Bolt, tivesse um contrato ganhando um mínimo de R$50mil (ou qualquer outro valor!) como piso, e o restante como bonificação como meta cumprida, o Atlético não teria que pagá-lo a cifra astronômica por não cumprir o contrato em sua totalidade.
Chegou a hora de gestores capacitados, daqueles formados em centros acadêmicos, cuidarem das finanças do clube. Mesmo que sejam sociedades sem fins lucrativos, o clube têm que dar lucro. Pois como se já não bastasse as benesses fiscais, recebidas com uma carga de impostos menor do que setores como o elétrico, por exemplo, o clube deixa de pagar impostos prejudicando a sociedade como um todo por ter prejuízos como eliminações e dispensas não planejadas.

Um forte abraço e muito sucesso.”

* Breno Miranda


Edilson jogou pra torcida, mas tem alguma razão. Só com jogadores do tipo dele, Cruzeiro não sobe

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Mas ele não deveria ter falado isso publicamente. Como um veterano que é, e se quisesse realmente ajudar, poderia ter conversado com o diretor de futebol e comissão técnica, sabidamente abertos ao diálogo. Fez média com a torcida, mas criou um ambiente ruim para ele próprio com os colegas, na maioria jovens, que não mereciam um carimbo de descrédito como ele quis imputar. Há quem diga que ele quer é isso mesmo. Criar um clima negativo para sair.

Menos mal que a temporada não tem data certa para começar e o Cruzeiro terá um tempo mínimo para montar um grupo com jogadores sérios, que ajudem verdadeiramente na missão de retornar à Série A, com todas as dificuldades que o clube enfrenta fora das quatro linhas. Edilson tem futebol mas não tem condição física para atuar em alto rendimento numa Série B.

O técnico Enderson Moreira foi habilidoso no trato do assunto, quando questionado em entrevista à Fox Sports: “Qualquer tipo de previsão, de forma muito antecipada, corremos o risco de cometer equívocos. A chamada do Edílson é de atenção, de que a equipe precisa melhorar muito para buscar o seu lugar. Talvez ele tenha falado que com esse time que está jogando esse futebol… Não sabemos muito bem o teor das ideias de quem comenta, é uma opinião, a gente respeita, mas espero iniciar um trabalho que possa passar aos atletas mais segurança. Precisamos trazer peças, e de bom nível, não precisamos de quantidade e sim qualidade”.


Clubes excluídos do pacote de ajuda da CBF esperam que a FMF brigue por eles também

Pouso Alegre é o líder do Módulo II e, assim como demais, enfrenta problemas financeiros

Pela reportagem que a Lohanna Lima e o Léo Campos, d’O Tempo fizeram com o Paulo da Pinta, presidente do Pouso Alegre, líder do Módulo II do Campeonato Mineiro, e pelo que respondeu o Renato Paiva, diretor do Democrata de Sete Lagoas, no twitter da minha postagem aqui do blog, isso está bem claro. Disse o Renato: “Como esperado, o Adriano Aro não gostou. Ao invés de se apoiar nela (a Carta) pra pedir socorro à CBF, Conmebol e FIFA, a Carta lhe causou estranheza”.

O ex-zagueiro do Pouso Alegre, Paulo da Pinta (muito bom, diga-se nos anos 1990), é hoje o presidente do clube e deu entrevista ao O Tempo, em termos semelhantes ao Renato Paiva: * “Clubes mineiros sem calendário nacional aguardam ajuda da FMF e CBF”

Entidade vai contribuir financeiramente com os clubes que disputam as Séries C e D do Campeonato Brasileiro e A1 e A2 do Feminino e com as Federações

Após a CBF divulgar que vai ajudar os clubes que disputam as Séries C e D do Campeonato Brasileiro, além dos que participam da Séries A1 e A2 do Feminino, agremiações que não possuem calendário nacional têm lamentado a falta de apoio por parte da entidade. A CBF vai liberar mais de R$ 19 milhões para 140 clubes e R$ 120 mil para as Federações Estaduais.

O Módulo II do Campeonato Mineiro conta com a participação de 12 equipes. O líder Pouso Alegre é um dos clubes que aguarda alguma definição das entidades para as agremiações que não possuem calendário nacional, mas que, assim como os demais, enfrenta um grave problema financeiro, como explica o presidente Paulo da Pinta.

“Estamos esperando uma definição por parte da Federação e também do Sindicato dos Atletas, pois sabemos que essa perda de receita vai afetar a todos e os atletas também terão que ceder em alguma coisa. Perdemos parceiros, quem tem publicidade conosco tem deixado de pagar, querem renegociar os acordos. Estávamos disputando o Módulo II e, dificilmente, tem um atleta que ganhe menos de 2 mil reais, então esperamos um auxílio da Federação, da CBF, até mesmo um programa do governo para poder subsidiar os salários”, explicou.

Recentemente, o presidente do Democrata de Sete Lagoas, Renato Paiva,  clube que também dipusta o Módulo II, publicou uma carta nas redes sociais pedindo “socorro” à Federação, CBF e Fifa. No texto,  foram expostos diversos problemas que as pequenas agremiações enfrentam. Em entrevista ao programa Super FC, da Rádio Super – 91,7 FM, o presidente da FMF, Adriano Aro, disse ter tomado conhecimento da publicação, mas demonstrou não estar de acordo com tudo que foi citado pelo clube de Sete Lagoas, principalmente sobre a falta de tentativa de patrocínio coletivo, algo reclamado pelo Democrata.

“Eu li a carta. Acho que destoou uma pouco do que foi discutido na reunião que tivemos. Foram feitas afirmações de que não foram tentados patrocínios coletivos, o que é mentira. Nós não negamos que os times precisam de ajuda e de auxílio. Vamos isentar os clubes de taxas de registro ou de transferências. O que a FMF pode fazer está fazendo. Temos diversos departamentos, uma estrutura grande, e estamos trabalhando com um fluxo de caixa muito apertado e não temos recursos para passar às equipes. De toda maneira, o que a FMF pode abrir mão, já se dispôs a fazer. Por isso me causou um pouco de estranheza o teor da carta como um todo”, declarou.

“Sinceramente, não sei qual o esforço a FMF tem feito nesse sentido. Ano após ano, as taxas aumentam. Hoje em dia, independentemente de você ter renda ou não em um jogo, a FMF cobra  taxa antes da realizaçao do jogo. Se você não pagar, você nem joga. Os boletos dos jogos do Democrata são em torno de 7 mil reais, que a gente tem que pagar antecipado. Eu espero mais empenho da Federação. Tomara mesmo que tenham procurado mesmo o patrocínio coletivo. Não sei como estão procurando também. Nós somos geradores de jogadores para times grandes e não ficamos com receita nenhuma. Se o presidente disse que procurou, ótimo. Não vejo problema nenhum em reforçar o pedido”, rebateu.

Em contato com a reportagem, a FMF respondeu, por meio de sua assessoria de comunicação, como vai trabalhar o dinheiro repassado pela CBF.

“A verba de 120 mil enviada pela CBF às federações estaduais equivale à cota destinada aos clubes participantes do feminino A1, ainda bem abaixo dos valores trabalhados no futebol masculino. Os valores são para manutenção das estruturas das federações disponíveis para os clubes, já que uma das principais arrecadações destas instituições vem da porcentagem de renda das partidas, que não estão sendo realizadas”.

https://www.otempo.com.br/superfc/clubes-mineiros-sem-calendario-nacional-aguardam-ajuda-da-fmf-e-cbf-1.2322751


Mais aberta e solidária. Uma FIFA bem diferente sob Gianni Infantino

Gianni Infantino e Tedros, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, em foto do www.fifa.com

O suíço Gianni Infantino foi eleito presidente da FIFA em 26 de fevereiro de 2016. Era Secretário-Geral da entidade maior do futebol mundial e foi candidato único, depois de afastados do caminho todos os concorrentes, inclusive o ex-craque francês, Michel Platini, até então o grande favorito e presidente da UEFA. Como não existe virgem em puteiro, a crença geral era que Infantino fosse uma continuidade de Joseph Blatter e companhia. Pois, não tem sido. Pelo menos na postura pública, completamente diferente de Blatter, que adorava ser cortejado como um “Chefe de Estado”, de acesso quase impossível, se achava intocável, acima do bem e do mal.

Nessa pandemia que assolou o mundo, a FIFA tem mostrado a cara e vem soltando comunicados de ações solidárias desde 23 de março, quando a coisa estourou no mundo todo. Quinta-feira, 9, Gianni Infantino fez um pronunciamento em português, falando das ações e preocupações da entidade para colaborar de alguma forma na minimização dos problemas. Até Blatter, a FIFA se comunicava em inglês, francês, espanhol, alemão e japonês. Exceção para o português, durante a Copa das Confederações e Copa do Mundo, em 2013/14, já que o Brasil seria palco dessas competições.

Também na semana passada a assessoria de imprensa da FIFA mandou uma carta para todos os seus cadastrados, de solidariedade pelo que todos nós estamos passando no mundo. Parece uma bobagem, e pode até ser, mas mostra um lado humano da entidade que até então nunca existiu.

Confira:

* “Estimado(a) Francisco,

Esperamos que cuando reciban esta carta se encuentren bien de salud, tanto ustedes como sus familias y amigos.

Vivimos tiempos difíciles e insólitos; el impacto de la enfermedad COVID-19 ha causado estragos en todo el mundo y ha cambiado en gran medida la manera en que vivimos y trabajamos.

Los deportes son importantes para la sociedad y esta pandemia está perjudicando gravemente al mundo del fútbol. En la FIFA somos conscientes de que el brote de coronavirus ha afectado y está afectando especialmente a muchos periodistas y a todos los profesionales que trabajan en la prensa deportiva. (mais…)


A Carta Aberta do Democrata repercutiu muito, a CBF anunciou ajuda a muitos clubes, mas o Jacaré e a maioria continuam excluídos

Foto: Democrata Futebol Clube

Fiquei impressionado com a repercussão nacional da “Carta Aberta” do Democrata de Sete Lagoas, divulgada por quase toda a imprensa brasileira. E teve eco onde precisava: FMF, FIFA e CBF que, sintomaticamente, dias depois, soltou um “pacote de bondades”, distribuindo dinheiro para os clubes das Séries A, B, C e D do país. Aliás, “pacotinho”, já que a merreca de R$ 19 milhões nem arranha a fortuna que essas entidades têm em seus cofres. E pra variar, o Democrata e a maioria dos “pequenos”, está fora até destes beneficiados pela merreca, já que não disputam a Série D nacional.

Por isso é que os próprios clubes e suas respectivas cidades precisam continuar mobilizados para continuar sobrevivendo, pois, se depender das entidades mandantes e dos coirmãos graúdos, morrerão à míngua. E vida que segue.

Para quem não se lembra a Carta Aberta do Democrata foi um desabafo contra a postura das entidades que mandam no futebol brasileiro e mundial, que nunca voltam as suas atenções aos clubes menos famosos, com a cumplicidade, silêncio e omissão dos gigantes, que também perdem, já que tradicionalmente estes clubes sempre formaram jogadores para eles.

Antes de mandar a “Carta Aberta” para a imprensa, o coordenador do Jacaré, Renato Paiva, teve o cuidado de consultar os companheiros da diretoria, que depois de ler, foram unânimes no aval ao documento, sob um argumento muito simples: o clube não teria nada a perder, porque não tem nenhum rabo preso, nem deve nenhum favor a nenhum clube e a nenhuma das entidades atingidas. Além do mais, o sentimento de quase todos os clubes do interior do país é o mesmo, mas poucos têm essa independência para abrir o jogo, pois falta transparência à maioria.

Para quem não leu, é só clicar aqui: http://olivedrab-nightingale-181150.hostingersite.com/?s=Carta+Aberta


Vagabundos dentro de campo que derrubam treinadores: fala do Nathan mostra que o Atlético tem que mandar mais uns embora

Foto: Bruno Cantini/Atlético

Faço minhas as palavras do Roger Campos e Silvio T que comentaram aqui no blog:

Roger Campos

Chico, boa páscoa a você e aos demais leitores do blog.
Vou usar este espaço para ponderar sobre a declaração do “craque fora de série”, Nathan, do Galo, criticando o Dudamel. Sem emitir juízo de valor sobre a qualidade do trabalho específico do técnico, para mim, essa declaração é o atestado do que realmente estava ocorrendo nos bastidores: jogadores derrubando técnicos há mais de 5 anos. Com essa declaração sabemos que mais jogadores precisam sair do elenco”.

Roger Campos

***

Silvio T

E o tal do Nathan, resto do Chelsea, escancarou mais uma vez aquilo que estamos cansados de saber e ver no Atlético: jogadores vagabundos fazem o que querem! Presidentes bananas e incompetentes como o atual são emparedados pelas panelas desses vagabundos que ganham centenas de milhares de reais por mês e humilham a torcida e a instituição contra os Afogados da vida. É revoltante saber que o clube está querendo gastar os tubos para renovar com um bosta desses. Acho que se apertar um pouquinho o Chelsea até paga uma grana prá ficar livre dessa merda que nunca passou nem perto de ser aproveitado na Inglaterra. São essas vendas esquisitas que são feitas prá lavar dinheiro, mas ninguém fala ou investiga”.

Silvio T


Por meio do Rogério Perez a homenagem a todos os jornalistas de verdade

Até parece um ativista da “República de Minas”, mas é o Rogério Perez, ao seu estilo se precavendo contra o maldito virus.

O dia 7 de abril é dedicado à Saúde Mundial e ao jornalista. Agradeço aos amigos que enviaram mensagens, mas não ligo pra essa e pra nenhuma outra data disso ou daquilo. Além do mais, com o fim da exigência do diploma e o surgimento avassalador das redes sociais, qualquer um que quiser se intitular “jornalista”, fica sendo. Fiquei “absurdado” neste dia 7, ao ler um desses picaretas pregando ética e querendo dar aula de jornalismo. Como diria o Rogério Perez, “um espanto”. Deixemos prá lá. Todo dia é dia de tudo e se cochilar o cachimbo cai. Mas respeito quem gosta e dá importância para todas as datas comemorativas.

O Mestre Perez enfrentou um perrengue em março. Passou por uma angioplastia, teve implantado um stent, mas recebeu alta rápido e voltou ótimo para casa. Aproveito para cumprimentá-lo, grande jornalista, um mestre da profissão e da vida.

Cercado pelos filhos, Leo e Bruno, o neto André e a patroa Regina. Ele marcou época como repórter e editor do Estado de Minas nos anos 1970/80.

Nos tempos do Estado de Minas: Antônio Melane (esquerda), Paulo Celso e Rogério Perez.

Afonso Alberto, Sidnei Lopes (Rádio Brazil de Curitiba), Flávio Anselmo, Gérson Sabino e Rogério Perez, em treino da seleção brasileira durante a Copa do México em 1986.

Foi meu chefe no jornal Hoje em Dia, nos anos 1990. Tive a satisfação de participar de coberturas importantes com ele.

Eu e o Perez durante a Copa dos Estados Unidos’1994.

Excelente contador de histórias, nas rodas de conversa e principalmente em seus textos. Cheio delas, ótimas resenhas. E ele mesmo é personagem de muitas. Coleciona camisas de times de futebol, porém com um detalhe: piratas! Se for original, não serve. Fã das seleções africanas, comprou dos vendedores nos portões do estádio de Stanford e no centro de São Francisco, várias de Camarões, Nigéria e Marrocos. Umas para ele mesmo usar durante a viagem, outras para presentear aos filhos, sobrinhos e amigos no retorno ao Brasil. Pagou uma grana acima do normal por uma multicolorida camisa de Senegal, que nem tinha se classificado para aquela Copa dos Estados Unidos em 1994, vencida pelo Brasil. Era a única que o ambulante tinha e havia mais compradores interessados.

Lembrei-me dessa história mês passado, durante uns dias de férias em Aracaju. Na rua do belo mercado da belíssima capital sergipana, vi uma barraca lotada de camisas piratas de  tudo quanto é time do mundo. A R$ 30 cada. Mas não tinha de nenhum clube de Sergipe. Andei meio quarteirão e lá estavam as imponentes camisas do Confiança, Sergipe, Itabaiana, Lagarto, Estanciano e Frei Paulistano (atual campeão estadual, fundado em 2016). Tem até um Boca Junior lá, da cidade de Estância.

Comprei a azul e branca, do Confiança, que ficou em quarto lugar da Série C ano passado e será um dos adversários do Cruzeiro na B 2020.

Estou só esperando passar essa pandemia COVID-19 para visitá-lo e entregar o presente.

Credencial usada pelo Rogério Perez na Copa da Argentina’1978.


Aniversário do Wagner Pires de Sá; um bom dia para reflexão eleitoral no Cruzeiro

Foto: globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro

O ex-presidente completa 79 anos, hoje. E nas voltas que a bola dá, quem recorre à memória eletrônica se depara com o dia 8 de abril de 2018, quando o mundo azul comemorava o título mineiro, o primeiro da “Era Wagner”, eleito no dia dois de outubro de 2017. Ainda no vestiário, após a conquista sobre o Atlético, cercado de microfones, câmeras e apoiadores, ele dizia ao Bernardo Lacerda, do SuperFC: “Uma coisa muito especial que recebi hoje, um presente fora do comum, presente da torcida e do nosso time, que é excepcional. Nós temos o primeiro título e agora faltam só mais quatro, pois eu disse que a gente ia ganhar cinco títulos este ano”.

Referia-se à Libertadores, Copa do Brasil, Recopa Sul-americana e Mundial.Na sequência, a gestão dele deu no que deu.

Toda eleição em qualquer clube é o momento mais importante e delicado da instituição. Ali está o futuro. O acerto ou erro de quem elege vai ditar os rumos dos anos seguintes. No caso do Cruzeiro, mandato com duração de três. Wagner terminaria o dele no fim deste 2020.

O Cruzeiro está vivendo momento eleitoral e ao contrário do que manda o bom senso, continua em turbulência política. Dividido pelo racha que opõe os integrantes do Conselho Gestor e o grupo que apóia o Sérgio Rodrigues. As alegações de que o “outro lado” é apoiado por ex-dirigentes que comprometeram o clube não colam, já que todos apoiaram todos nas últimas décadas e hoje é impossível distinguir quem mudou de lado. Se gostam mesmo do Cruzeiro e querem vê-lo novamente no topo, têm de se acertar, se unir e tocar adiante.

Obviamente que sem abafar os escândalos administrativos cometidos nas últimas gestões, entregando todos os documentos à polícia e à justiça. E posteriormente, mostrar tudo, depois dessa lavagem geral da roupa suja. Nomes, inclusive. De quem fez o bem e quem fez o mal à instituição. Dia 30 de março, o coordenador do grupo gestor, Saulo Fróes, falou da contratação da Moore Auditores e Consultores para esmiuçar as contas de 2019, mas uma frase dele soou estranha: de que pode “ter sumido um documento aqui ou ali…”, e que apesar disso, acredita que vai dar para enxergar o quadro real da situação. Ora, ora, que documentos são estes? Como sumiram? Quem sumiu? A polícia foi chamada? Outra coisa: só as contas de 2019? Como o pronunciamento dele foi gravado, não houve oportunidade para nenhum repórter questionar. E o único jornalista que tocou neste assunto foi o Héverton Guimarães, na Rádio 98FM.

No dia da eleição do Wagner (2/10/2018), o Globoesporte.com publicou essa reportagem do Guilherme Frossard e Thaynara Amaral, que dá uma noção do quadro político interno do Cruzeiro. E do balaio de gatos que se tornou o colégio eleitoral azul:

* “Em votação acirrada, Wagner Pires de Sá é eleito novo presidente do Cruzeiro – Com 235 votos, nome apoiado pelo atual mandatário, Gilvan de Pinho Tavares, vence candidato de Zezé Perrella e vai comandar o clube no triênio 2018-2020”

https://globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/em-votacao-acirrada-wagner-pires-e-eleito-novo-presidente-do-cruzeiro.ghtml


No dia do jornalista, jornais impressos de esportes de Portugal param de circular

A COVID-19 continua fazendo estragos gigantes. Vi agora no canal português, SIC, que A Bola, Record e demais jornais especializados em esportes do país vão parar de circular, por causa da drástica queda das vendas em bancas e suspensão da publicidade por muitos clientes.

Os veículos impressos em todo o mundo já veem passando apertos há alguns anos com o tsunami provocado pela internet. Reclamam também que mesmo os jornais digitais enfrentam muitas dificuldades, já que a maioria dos anunciantes volta os seus maiores investimentos para mídias como Facebook, Google e outros. Com essa pandemia, que ninguém sabe quando passará, muitos vão deixar de existir no papel, ficando exclusivamente no mundo digital, como estão fazendo os portugueses. Custos de impressão, distribuição e logística em geral tornam os custos inviáveis.

Com a brusca queda nas vendas não resta outra alternativa que não seja jogar a toalha e mudar de rumos.

José Manuel Ribeiro, diretor d’A Bola