
Aos 92 anos!
Foto: x.com/Atletico
A presidente do Palmeiras é que está certa ao dizer que, “… pré-temporada no exterior é para dirigente passear. Não tem benefício para o atleta, benefício para o clube. Absolutamente nada. É para dirigente passear na Disney. Não tem ganho financeiro, esportivamente também não. O pobre do atleta já tem que viajar o ano inteiro com esse calendário insano. Aí, na pré-temporada que ele pode ficar sossegado, na cidade dele com toda a estrutura do clube, decidem ir para a Disney…”
E os organizadores programam um Atlético x Cruzeiro, nosso maior clássico, com jogadores retornando das férias, sem um mínimo de preparo físico, correndo risco de lesões ou de se queimarem, já que clássico é clássico e ninguém quer e não pode perder.
A única coisa que poderia justificar essa loucura seria um cachê extraordinário pra cada clube, desses irrecusáveis, e caso o clube estivesse vendendo almoço para comprar o jantar; o que não é o caso de nenhum deles.
Dito isso, não se esperava nada diferente do que foi o jogo, com uns esbarrões entre os fortões de cada time, um ou dois chutes perigosos de lado a lado.
Na sequência, quando estivermos no meio da temporada pra frente, que nenhum dirigente ou treinador reclame de excesso de viagens, excesso de jogos, de cansaço ou de pré-temporada mal feita, mal pensada e mal calculada.
Erro estratégico!
Imagem: reprodução/Youtube
Com que tristeza li essa notícia no G1 do Amazonas. O lamentável fato foi dia 6, primeira semana do ano. Me lembrei dos meus tempos de criança quando sonhava ser goleiro e não perdia a chance de entrar em todas as peladas com jogadores de todas as idades.
O negócio era defender, evitar o goleiro de qualquer jeito. Me atirava em todas as bolas e divididas, sem calcular riscos, como qualquer jovem.
Força à família do Edson Lopes Gama, de 16 anos, e aos amigos dele.
A trágica notícia do G1/AM:
* “Adolescente morre ao ser atingido por bola no peito em campeonato de pênaltis no AM, diz família”
Momento do impacto foi registrado em vídeo. O jovem, que era apaixonado por futebol, costumava participar de todas as competições de pênaltis na comunidade onde morava.
Por Patrick Marques, g1 AM
O adolescente Edson Lopes Gama, de 16 anos, morreu após ser atingido por uma bola no peito durante um campeonato de pênaltis em uma comunidade de Maués, no interior do Amazonas. O incidente ocorreu na madrugada de segunda-feira (6). O momento do impacto foi registrado em vídeo.
A gravação mostra o adolescente atuando como goleiro na disputa de pênaltis. Durante uma cobrança, a bola atinge o peito dele. Logo após o impacto, ele passa mal, cai no chão, e o vídeo é interrompido.
O incidente aconteceu por volta de 1h da madrugada de segunda-feira. Segundo a irmã da vítima, Elisia Lopes, os pais socorreram Edson e tentaram levá-lo ao hospital de Maués, mas enfrentaram dificuldades devido à seca dos rios na região. A família só conseguiu chegar à unidade de saúde às 12h15, mas o adolescente já estava sem sinais vitais.
A irmã da vítima informou que Edson já havia se queixado de dores no tórax antes da disputa. Ela suspeitou que as dores fossem consequência de impactos sofridos em outros torneios de futebol em que ele havia participado.
Elisia também contou que o irmão antes mesmo da disputa já havia se queijado de dores no torax. Ela suspeita que seja devido a impactos de outros torneios de futebol que havia participado.
“Toda vez que tinha esse tipo de torneio, ele estava lá. Não perdia uma jogada de futebol. Já havia levado várias boladas em torneios passados. Ele sempre se dedicou ao esporte. Era um jovem que dava a vida pela bola, e foi a bola que tirou a vida dele”, lamentou a irmã.
Segundo a irmã, os médicos informaram que a morte de Edson ocorreu devido aos repetidos impactos na região do peito durante suas participações em torneios na comunidade, o que pode ter agravado uma condição pré-existente ou causado uma lesão fatal.
Ela também contou que a família ainda não recebeu o laudo sobre a causa da morte do adolescente e que, até então, ele não tinha histórico de problemas cardíacos.
Ainda segundo Elisia, a perda de Edson deixou a família profundamente abalada, especialmente a mãe, que era muito apegada ao filho.
“Ela era muito unida a ele. Sempre estavam juntos, e ele era um menino muito carinhoso e amoroso”, contou.
Foto: www.facebook.com/adconfianca
O futebol se tornou um grande negócio para milionários de todos os setores corporativos que trabalham com bilhões.
De repente, Rodolfo Landim, semanas depois de deixar a presidência do Flamengo, aparece como interessado na SAF da Associação Desportiva Confiança, de Aracaju.
Ah, a esposa dele, Ângela Machado é sergipana. Tá certo! (Foto: reprodução/Instagram)
O mais interessante de tudo é que a imprensa do Rio pouco falou do assunto. E ele foi recebido na capital sergipana e nas dependências do Confiança, atual campeão sergipano, mais de uma semana atrás, dia 7, terça-feira.
Landim (esq) e o governador (Foto: www.facebook.com/adconfianca)
Recepção com “honras de chefe de Estado”,diga-se, inclusive pelo governador Fábio Mitidieri (PSD, ex-PDT), que adora futebol e é botafoguense. Aquele mesmo que virou polêmica na final da Libertadores 2024: pediu licença no dia 26 de novembro, por problemas de saúde, e quatro dias depois estava lá no Monumental de Nuñes assistindo o Botafogo ganhar do Galo.
Dito isso, importante frisar que adoro Aracaju, Sergipe e o povo sergipano. De me perdoem Salvador, Fortaleza e Natal, mas é a capital mais agradável, de melhor qualidade de vida e ainda por cima mais barata do Nordeste brasileiro.
Gosto demais também do Confiança, que inclusive está no top 50 do ranking da CBF. Depois de ganhar o Campeonato Sergipano 2024 garantiu sua permanência na Série C, somou 2.341 pontos e subiu uma posição, seguindo como o melhor colocado do estado, 50º colocado. O “Dragão” está bem à frente do maior rival, o Sergipe, que está na 88ª colocação.
Imagem: https://x.com/adc_confianca
Foi um bravo adversário do Cruzeiro na Série B em 2020 (vitória de 2 a 1 em Belo Horizonte, 1 a 1 em Aracajú) e 2021, com derrota de 1 a 0 em Belo Horizonte, vitória de 3 a 1 lá. Em 2022 não se enfrentaram, já que o Dragão tinha sido rebaixado em 2021.
Em 2019 estive em Aracaju e comprei a bela camisa branca e azul do Confiança para presentear ao mestre jornalista Rogério Perez.
Combinamos várias vezes de nos encontrar para entregá-lo, e nada. Ele já andava com problemas de saúde, se mudou para São Vicente, no Sul/Sudoeste de Minas, a 275 Km de Belo Horizonte. Veio a Covid-19, todos nós nos isolamos e infelizmente ele se foi em 2022, sem que eu entregasse a camisa. Vou entregá-la ao filho dele, Leonardo.
Pois, que Rodolfo Landim feche negócio, faça bons negócios e monte um grande time, que ponha o Confiança na Série B e depois Série A do Brasileiro. Aracajú merece!
Bela camisa e de confecção própria do Confiança.
Foto: x.com/Cruzeiro
Em Orlando, pré-temporada, clima de festa, torneio chamado de “amistoso”, mas Mickeys, Minies e Patetas ó mesmo na turma da Disney.
Afinal, são duas camisas tradicionais do futebol e na hora que a bola rola as coisas mudam. Além do mais, grandes jogadores e comissões técnicas de ambos os lados.
Com direito a mais um chilique do técnico argentino Zubeldia à beira do gramado, que provocou boas risadas em todo mundo, o empate ficou de bom tamanho.
Matheus Pereira abriu aos 50 segundos de jogo e Luciano empatou para o São Paulo aos 45, num vacilo do Cássio. No segundo tempo os técnicos escalaram outros times e a partida caiu de qualidade. No “conjunto da obra” o Cruzeiro jogou melhor.
Sábado tem Atlético x Cruzeiro, 17 horas.
Cruzeiro 1 x 1 São Paulo
Local: estádio Inter & Co., em Orlando (EUA)
Árbitra: Tori Penso (EUA)
Assistentes: Ryan Graves (EUA) e Jeremy Smith (EUA)
Cartões amarelos: João Marcelo, William e Peralta (Cruzeiro); Zubeldía e Oscar (São Paulo).
Times:
São Paulo: Rafael (Jandrei); Igor Vinícius (Ferraresi), Arboleda (Ruan), Sabino (Alan Franco) e Moreira (Enzo Díaz); Luiz Gustavo (Pablo Maia) e Marcos Antônio (Alisson); Lucas (Erick), Luciano (Oscar), Ferreirinha (William Gomes) e André Silva (Calleri). Técnico: Luis Zubeldía
Cruzeiro: Cássio (Léo Aragão); William (Fagner), Fabrício Bruno (Lucas Villalba), João Marcelo (Jonathan Jesus) e Marlon (Kaiki); Lucas Romero (Lucas Silva), Matheus Henrique (Walace), Eduardo (Marquinhos) e Matheus Pereira (Christian); Dudu (Tevis) e Gabigol (Bolasie). Técnico: Fernando Diniz.
Foto: x.com/SaoPauloFC
Em 2015 ele depôs na CPI do Futebol no Congresso Nacional, em Brasília e expôs mazelas da FIFA, CBF, COI e outras entidades. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Passou batido, mas dia 8 de janeiro de 2022 a imprensa ficou sem um dos maiores ícones do jornalismo do mundo: Andrew Jennings, aos 78 anos, jornalista investigativo britânico, maior fustigador da FIFA e Comitê Olímpico Internacional nas denúncias de corrupção.
Repórter da BBC de Londres, autor dos livros “Os Senhores dos Anéis” (sobre o COI, 1992) e “Jogo Sujo — o Mundo Secreto da Fifa” (2011), algoz de “intocáveis” como João Havelange, Joseph Blatter e Ricardo Teixeira, dentre outros. Ele dizia que o futebol é a maior “lavanderia” de dinheiro da Europa e do mundo. Não duvido; muito pelo contrário.
Lavanderia ou não, a verdade é que as transações envolvendo aquisições e dispensas de jogadores, treinadores, salários, multas, direitos de TV, publicidade e outros itens impressionam cada vez mais. Jogadores ruins são contratados por fortunas ou fecham contratos com salários espantosos, com tempo de validade mais espantosos ainda, com estipulação de multas inacreditáveis.
Como diria meu saudoso conterrâneo João Guimarães Rosa, “Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.”
Foto: x.com/Atletico
Sempre houve surpresas no futebol mas com tanto dinheiro envolvido nos últimos anos elas andam cada vez mais escassas. Uma zebra aqui, outra ali, acontece, mas a conquista de grandes títulos é só para quem tem elenco muito forte, com titulares de alto nível e peças de reposição à altura.
Quando estavam assumindo o controle total do Atlético, os donos da SAF sabiam disso e montaram um grande grupo, com ótima comissão técnica, para que o Galo fosse campeão brasileiro, da Copa do Brasil e chegar muito perto da segunda Libertadores da história do clube, em 2021.
Com a alegria total da torcida em função das conquistas, cinco meses depois, os ainda quase donos do clube, conseguiram aprovar com facilidade a venda do Shopping Diamond Mall no Conselho Deliberativo. Quase unanimidade.
“A venda do Diamond Mall permitirá que o Atlético possa ter três, quatro jogadores do quilate do Hulk”, afirmou Rafael Menin, ao Globoesporte.com, na época.
Naquela euforia toda da massa, ai do conselheiro que votasse contra ou não comparecesse à votação, no dia 30 de maio de 2022.
Pouco mais de um ano depois, no embalo da mesma euforia e promessas de que em cinco anos o Atlético estaria entre os maiores do mundo, o Conselho aprovou, no dia 20 de julho de 2023, a SAF, com a venda de 75% do Galo para os 4rs.
Para a temporada que está se iniciando os donos alardearam que conseguiram “segurar” o goleiro Everson, que era pretendido pelo Bahia.
Depois, que a venda do Paulinho, um dos mais importantes do time, foi um grande negócio.
Agora, o diretor de futebol Victor e parte da imprensa tentam desqualificar jogadores muito importantes como o Battaglia e o Zaracho, para tentar justificar o injustificável, que é a entrega deles ao Boca e ao Racing, clubes argentinos que não têm nenhuma capacidade financeira para competir com os grandes clubes brasileiros.
Só para comparar: o Velez Sarsfield, campeão deles em 2024 recebeu o equivalente a R$ 3 milhões pela conquista. O Botafogo, campeão brasileiro, recebeu R$ 48 milhões.
Essa estratégia de jogar a torcida contra jogadores para negociá-los é manjadíssima. Coisa dos anos 1970/1980, quando até se combinava com os caras para que a folha de pagamentos fosse aliviada e eles pusessem botar algum a mais no bolso pela transferência.
Clube quando quer montar time de verdade põe dinheiro, segura os melhores e fim de papo.
Vamos ver quando a bola rolar.
Se o lateral-direito Natanael, que está vindo do Coritiba, vai dar conta do recado, se Gabriel Menino e Patrick, ex-Palmeiras, resolverão em suas posições, se o atacante Junior Santos, ex-Botafogo, e outros que devem chegar, servirão para Cuca montar um time competitivo como ele quer.
Se alguém quiser refrescar a memória sobre a SAF, a transferência do Centro de Treinamento e a Arena MRV, mais os 75% para a “Galo Holding”, só acessar o link do site do Atlético:
“A negociação é fundamental para o saneamento das finanças do Clube, um dos pilares da gestão do presidente Sérgio Coelho e do vice-presidente José Murilo Procópio.”
Votação para a venda do Diamond Mall 30.05.2022
Fotos: Bruno Sousa / Atlético
https://atletico.com.br/conselho-aprova-venda-de-percentual-restante-do-diamond-mall/
Renato Gaúcho fez 36 jogos pelo Atlético: ganhou 17, empatou 8 e perdeu 11. Marcou 10 gols. Foto: reprodução/facebook
O tempo passa, quase tudo muda mas certas situações são imutáveis, ainda mais quando se fala em dinheiro.
A notícia não é boa para os “secadores” do Cruzeiro. Em 1994 o lateral Paulo Roberto prestes era o capitão do Atlético, cujo presidente era o Afonso Paulino, o diretor de futebol era o Marcelo Guzella e o técnico, Vantuir Galdino.
Ao chegar para treinar na Vila Olímpica ele recebeu recado que a diretoria queria conversar com ele e que depois do treino fosse à sede de Lourdes.
Surpreso com a informação, ficou até animado, pensando que os “homens” estariam chamando-o para informar que os quatro meses de salários dos jogadores e os seis meses dos funcionários seriam colocados em dia.
Terminado o treino, correu para a Avenida Olegário Maciel, 1516, direto pra sala da presidência.
Conversa curta, grossa e que quase terminou em porrada: Afonso Paulino, que tinha fama de bravo, o chamou para comunicar que tinha feito um negócio com ex-governador Newton Cardoso, que injetaria 3 milhões de dólares no clube. E com esse dinheiro estavam sendo contratados Renato Gaúcho, Neto, Adilson Batista, Luiz Carlos Wink, Darcy, e Gaúcho.
Sempre muito educado fora de campo, na hora baixou o espírito do lateral duro das quatro linhas no Paulo Roberto Prestes, que era chamado de “Brutus” pelos companheiros:
__ Ora presidente, vai contratar esses caras sem pagar os salários atrasados? Isso não vai dar certo. Ninguém vai engolir isso.
A diretoria queria que o Paulo, como capitão, administrasse isso, mas a situação no dia a dia na Vila Olímpica era crítica. A revolta contra os salários atrasados era grande; jogadores que tinham situação financeira melhor, emprestavam para os que estavam com dificuldades em manter seus compromissos, e que era a maioria.
A conversa esquentou, partiu para um lado ruim, ofensas trocadas e por pouco o jogador e o presidente não se engalfinharam na porrada. Foram apartados pelos demais presentes à reunião.
Não deu outra.
A noite de Belo Horizonte ficou mais animada, mas faltou quem corresse em campo para que o time funcionasse.
A “Selegalo” foi um fracasso por um motivo “simples”: estrelas contratadas com dinheiro na mão e no bolso, enquanto a maioria do grupo fazia vaquinha para tocar a vida.
Não ganhou nem o Campeonato Mineiro, que ficou com o Cruzeiro.
Como se sabe, o Pedrinho Lourenço não está economizando nas contratações mas os compromissos com os jogadores e funcionários que já estavam na Raposa estão religiosamente em dia. E não há perigo de faltar grana lá atualmente!
Quem quiser ouvir todos os detalhes dessa reunião tensa do Paulo Roberto com o Afonso Paulino e diretoria do Galo é só clicar no link do nosso canal no Youtube, “Prateleira de CimaOficial”. Está tudo lá. Foi uma das melhores entrevistas que fizemos até hoje em nosso podcast.
A propósito, o nosso programa dessa segunda-feira, 13, será com o Arthur “Vibrantinho”, ex-Bancada do Alterosa Esporte, que vai contar muita coisa dos bastidores de um dos piores momentos da história do Cruzeiro.
A partir das 12h30, ao vivo
Bela homenagem do ex-conselheiro do Cruzeiro, Carlos Ferrer/Baiano a Chafith Felipe, grande dirigente do Cruzeiro e do futebol mineiro, que nos deixou dia 26 de dezembro de 2024:
“A maior festa da cidade de Raul Soares foi uma apresentação do Botafogo em seu auge, quando contava com Mané Garrincha no ataque, e o folha seca Didi no meio-campo.
O entusiasmo era tanto, que o prefeito deu um carro zero de presente para Chafith que, entre os jogadores da cidade, é considerado o melhor de todos os tempos.
Mas, no Brasil, técnico de futebol sofre de síndrome de ditador, e gosta sempre de aparecer. O idiota colocou o craque no banco de reservas, e o resultado no primeiro tempo foi 3×0 para o Fogão.
Vendo o desastre, e sentindo a tristeza do povo, o prefeito exigiu que o técnico escalasse o centroavante no segundo tempo.
Como quem quisesse colocar o medíocre técnico em seu devido lugar, Chafith entrou na partida como um bólido brilhante, e em 45 minutos empatou o jogo com um hat-trick sensacional.
Essa semana (26/12/2024), o meu amigo, cuja candidatura à presidência do Cruzeiro eu um dia lancei na coluna do compadre Roberto Drummond, no jornal O Estado de Minas, pegou sua velha chuteira e foi se divertir em outro gramado.
Levei Chafith e seu irmão, o cardiologista Roberto Felipe, para almoçar com Leonel Brizola no Carretão Gaúcho, nos anos 80. Chafith nunca se esqueceu do encontro.
São tantos momentos de alegria juntos, que não vou chorar, meu velho, e sim compartilhar a alegria de Felicio Brandi, Carmine Furlleti, Morais, Zezinho Figueiroa, Roberto Batata, que farão uma recepção calorosa.
Prefiro lembrar dos tempos dos Raposões Independentes, com você sendo o diretor de futebol do nosso Cabuloso.
Assim como as partidas de futebol, a vida tem fim. O juiz apitou, acabou. Todos nós seremos substituídos nessa grande arena chamada Terra.
No coração dos grandes cruzeirenses, a sua cadeira cativa será eterna.
Eu te amo Chafith Felipe.
Belo Horizonte, 27 de dezembro de 2024″
Foto: x.com/Atletico
Até agora a única contratação que animou a torcida do Atlético foi o técnico, que chegou tentando passar otimismo, prometendo que o Galo terá um time competitivo este ano.
Mas para isso ele vai precisar de jogadores à altura. Além das posições carentes e da ida do Paulinho para o Palmeiras, Zaracho também está de malas prontas, de volta ao Racing, origem dele na Argentina.
Sexta-feira o principal dono da SAF Atlético, Rubens Menin, deu entrevista à Folha de S. Paulo, onde manifesta apreensão quanto aos rumos da economia do país. Disse que o Brasil “está entrando em ciclo perverso”.
Tomara que o Galo também não esteja. Entrevista à jornalista Stéfanie Rigamonti:
“Brasil está entrando em ciclo perverso, diz empresário Rubens Menin”
Fundador da MRV, do banco Inter e da CNN Brasil diz que alta dos juros ‘vai sangrando até momento que não tem volta’
3.jan.2025
Stéfanie Rigamonti
SÃO PAULO
É contrastante a calma na voz do empresário Rubens Menin, como é típico de um mineiro, com suas previsões duras para a economia do país.
“Estamos perdendo a guerra da comunicação e, na hora que isso acontece, o mercado fica estressado e um gatilho é disparado: os juros futuros sobem e o Banco Central fica em alerta. Estamos entrando em um ciclo perverso”, diz.
De seu escritório em Minas Gerais para uma conversa a distância no fim do ano passado, o fundador, sócio e presidente do conselho de administração da incorporadora MRV, Menin, criticou a alta da taxa básica de juros, a Selic. “Estamos pagando juros altíssimos, o segundo mais alto do mundo. Isso não tem sentido”, disse.
O empresário defendeu que todos os atores econômicos se unam em torno de uma agenda econômica comum e cobrou sacrifícios para impedir que os preços ao consumidor saiam do controle, e os juros subam mais ainda.
“O Banco Central tem uma missão única, que é entregar a inflação na meta de 3%. Mas a política monetária sozinha não consegue resolver o problema do Brasil”, afirmou.
À Folha o empresário elencou os prejuízos dos juros altos para o mercado imobiliário, setor em que atua no Brasil com a MRV e a Log Commercial Properties. Segundo ele, o país tem bons mecanismos de concessão de crédito imobiliário para todas as faixas de renda, mas afirmou que os juros altos estão minando esses mecanismos.
“Aos poucos, vai sangrando, sangrando, até um momento que não tem volta”, diz.
O BC aumentou a taxa de juros em 1 ponto percentual, e agora o mercado já espera uma Selic de 14,75% no fim de 2025. O sr. acha que o BC pesou a mão na decisão?
Eu tenho que deixar bem claro que sou a favor e respeito o BC independente. Isso é indiscutível. Mas posso discordar de forma construtiva. O Banco Central tem uma missão única, que é entregar a inflação na meta de 3%. E, em função dessa meta, ele faz uso da política monetária. Mas eu acho que a política monetária sozinha não consegue resolver o problema do Brasil. Estamos pagando juros altíssimos, o segundo mais alto do mundo, e isso não tem sentido. Eu vejo que a nossa economia está melhor do que aparenta estar. Temos uma balança comercial razoável, temos reservas, o PIB [Produto Interno Bruto] está indo bem, a taxa de emprego está indo bem…
Mas a inflação está piorando.
E esse é um ponto nevrálgico. Não tinha como isso não acontecer. Quando o PIB cresce e quando sobe o dólar, automaticamente isso é repassado para os preços. Estamos fazendo uma corrida de cachorro atrás do rabo. Não podemos deixar a inflação escapar desse nível que está, que é perigoso e difícil de botar dentro da caixa de novo. O risco é muito alto. Então, acho que nós estamos, sim, vivendo um momento extremamente delicado. Os agentes de mercado estão mostrando isso. Existe um ceticismo em relação à nossa economia.
O que está causando esse ceticismo?
Acho que nós tivemos um problema de comunicação muito inadequado. O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] falou que ele é uma pessoa que quer manter o controle orçamentário, que tem tradição em fazer isso, mas as mensagens às vezes saem truncadas. Estamos perdendo a guerra da comunicação e, na hora que isso acontece, o mercado fica estressado e um gatilho é disparado: os juros futuros sobem e o Banco Central fica em alerta. Estamos entrando em um ciclo perverso. Este é um momento extremamente delicado em que os atores têm que arrumar uma agenda comum.
De que forma a MRV está sendo afetada pelos juros altos?
A vantagem do setor imobiliário é que, dos dois recursos principais que fomentam o nosso negócio, um deles é o Minha Casa, Minha Vida, que possui teto de juros e não é contaminado pela alta da Selic. O outro é o SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo], que também tem um teto de juros e ajuda a segurar um pouco. Mas tem o problema de escassez de recursos, porque na hora que os juros crescem, automaticamente há menos recurso na poupança. E também a própria taxa de juros do SBPE, que já foi de 7% algum tempo atrás, passou para 10%. Outro ponto positivo é que o Brasil tem um mecanismo super bacana, que é o SFI [que flexibiliza as condições de crédito para compra de imóveis], mas, de novo, os juros elevados estão contaminando muito esse mercado. Então, veja, nós temos mecanismos bons, nas três faixas de renda, mas os juros altos estão minando esses mecanismos. Aos poucos, vai sangrando, sangrando, até um momento que não tem volta.
Inclusive para vocês se financiarem como empresa.
Também. Qualquer empresa que fez um financiamento em uma taxa de juros muito barata e começou a fazer algum investimento grande foi pega de surpresa com essa variação rápida da subida dos juros. Agora, todas as empresas que estão em situação de endividamento tomam medidas para diminuir investimentos e segurar os gastos para poder conseguir pagar os juros da dívida. Esses juros mais elevados estão minando a capacidade das empresas de crescimento, de investimento, de subsistência.
E em relação ao Banco Inter? Estão preocupados com o aumento da inadimplência?
Quando se aumenta os juros, cresce a inadimplência. E o que os bancos passam a fazer, infelizmente, é ser mais restritivos [na concessão de crédito aos clientes]. E isso é muito ruim, porque justamente as pessoas que precisam mais pagam juros mais altos e, normalmente, fora do sistema financeiro tradicional. Isso é muito ruim. Os juros altos são uma armadilha para as pessoas, comprometem uma parte da renda e são nocivos tanto para os bancos como para toda a indústria. Os bancos tentam se defender sendo mais restritivos e muitas empresas não conseguem captar dinheiro, então elas estão mais fracas e mais vulneráveis. É preocupante.
Falando agora de outro negócio do sr., o Atlético Mineiro. As bets são importantes fontes de receita do futebol hoje em dia e agora estão passando por uma regulamentação. Como o sr. enxerga isso?
Eu me preocupo muito com essas notícias de pessoas de enorme poder aquisitivo que estão se endividando com as bets ou outras que pegam benefícios sociais para gastar com apostas. Não precisamos disso para manter o funcionamento das bets. Alguma regulamentação deve ser feita, porque infelizmente tem uma parcela grande da população que está sendo muito prejudicada e sofrendo com o vício do jogo. Mas eu não sou favorável de acabar com as bets. É direito da sociedade querer jogar, mas tem que ser só as bets saudáveis. É possível fazer isso. Elas são fundamentais para o futebol.
O sr. introduziu no Brasil um modelo que já existe lá fora, de um empresário deter um veículo de comunicação de alcance nacional, como é a CNN. Esse é um modelo que tende a se pulverizar no Brasil?
Para se ter notícias, tem que ter investimento. A notícia não sai do nada. E nós estamos vivendo um mundo extremamente importante, em que a notícia está mudando rapidamente. A boa notícia é muito importante para a sociedade. A imprensa é fundamental para a democracia. Nesses cinco anos, a CNN tem contribuído muito com a democracia. Tem feito um jornalismo de altíssima qualidade, sério, em cima dos fatos. E hoje a CNN conseguiu chegar na maturidade e está sendo reconhecida pela população. No começo foi muito difícil, porque eu não sou do ramo. Mas hoje estou tranquilo, porque a gestão da emissora é muito boa, profissional, com méritos e resultados, mas preservando seu business, a informação.
RAIO-X
Rubens Menin, 68
Graduado em Engenharia Civil pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), fundou o Grupo MRV em 1979, e hoje ocupa o cargo de presidente do conselho de administração da empresa.
Também é fundador e presidente do conselho da Log Commercial Properties, empresa de propriedades comerciais e industriais; da AHS, empresa do ramo imobiliário localizada em Miami (EUA); e da CNN Brasil. É proprietário da Rádio Itatiaia e tem participação na SAF do Atlético-MG.