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“É justo falar de futebol?” Homenagem à imprensa voltada ao esporte, que está se virando para não deixar a bola parar

O cineasta Ugo Giorgetti assina coluna no Estadão e dedicou a do dia 26 de abril aos repórteres e comentaristas que cobrem o esporte, futebol principalmente, e que estão fazendo das tripas coração para manter os noticiários em dia e garantir audiência. Realmente, não está fácil para ninguém.

Giorgetti é o produtor dos filmes “Boleiros – Era uma Vez o Futebol…” de 1998 e “Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos” de 2004, muito bons, que abordam os bastidores e o submundo  do futebol. Sempre atuais.

Confira essa ótima reflexão dele sobre as conseqüências da Convid-19, também na vida de quem vive do esporte:

* “É justo falar de futebol?”

Esporte deve seguir por conta dos profissionais que trabalham com ele e famílias que ajuda a sustentar

A pergunta do título é relevante na medida em que se agravam os problemas que assolam o país. Quem vai se ocupar de futebol, quando o coronavírus é uma fonte de angústia permanente, na medida em que não se sabe bem o que está acontecendo? O que se sabe é que entrou um novo ministro, que “precisa de tempo” para poder agir. E a mortalidade parece aumentar. Ou não? Também ninguém consegue informar precisamente.

A política vive assombrada pelos porões do Planalto, que viveu na sexta-feira seu lance mais dramático com o desabafo público, de 40 minutos, no qual o ministro que supostamente dava o aval moral a este governo se retira exatamente denunciando problemas morais. São essas bombas explodindo sucessivamente que dão razão à pergunta: vale a pena falar de futebol hoje?

Sim vale, por um motivo não tão difícil de compreender. Há muita gente que depende do futebol para viver e não pode parar. Não tem o direito de parar se quiser levar pra casa o que resta dos salários. Me refiro a uma verdadeira legião de cronistas, repórteres, jornalistas especializados, que compõem um vasto campo dedicado a divulgar o futebol. Apesar de estar escrevendo sobre futebol há muitos anos, ainda não me considero um deles. Não tenho esse direito, porque minha profissão é outra, mas todo esse tempo fez com que eu, de alguma forma me aproximasse deles, fizesse amigos, mesmo distantes. Amizade forjada mais pelo gosto em comum do futebol do que pela frequência constante.

Aprendi e admirar essa grande quantidade de profissionais que surgiram nas últimas décadas, gente que faz do futebol realmente sua profissão. Havia isso no passado. Cronistas, críticos, narradores sempre existiram e eram bons. Só que não eram muitos e sempre me pareceu que uma boa parte exercia concomitantemente outras profissões que completavam seus orçamentos. Gente que se dedica em tempo integral, que estuda, pesquisa, viaja, acorda pensando futebol e vai dormir pensando futebol é coisa bem mais recente. Às vezes, como sou de uma geração muito anterior, me irritam e discordo. Mas respeito, talvez pelo velho hábito de admirar o esforço de estudar e de saber.

É a eles que dedico esta coluna. A esses profissionais que pela primeira vez em suas vidas viram o chão lhes faltar porque lhes falta o futebol. E nem assim se rendem. Falando e debatendo de suas casas, com som precário, imagem sem qualquer confiabilidade, falam de futebol. Ou de esportes. Dá para ler em seus rostos a preocupação e a dificuldade de superar esse momento, mas não pararam. Faço questão de ouvi-los e vê-los, essa é minha forma de solidariedade.

Vejo naquelas falas interrompidas e entrecortadas, cuja imagem é tão precária que quase não os reconheço, uma forma de resistência notável e do amor ao que fazem. Há uma aflitiva espera na expressão de cada um. Uma espera do dia em que as coisas vão voltar ao normal. Será que voltarão? Qual será o normal da volta, tão ansiada? Criar notícia da não notícia, debater num deserto de silêncio, opinar quando mal se compreende o que falam.

A atitude dessa geração de comentaristas de futebol, acrescida de alguns craques do passado, é uma forma de resistência clara a um desmando, tanto da natureza, como da vileza dos homens, uma forma de permanecer em pé. Não importa se o equipamento não é o mais adequado, importa que esteja funcionando. É um momento em que o conforto pessoal e o esmero técnico passa a não ter nenhuma importância.

O que vale é o gesto. E é importante para todos os espectadores verem que seus comentaristas estão lá como uma resposta adequada a tempos tão terríveis. Se o futebol, graças a essa turma de jornalistas, está vivo apesar de sequer existir, se continua, mesmo sem ninguém em campo, por que não o País? Por isso vale a pena falar de futebol.

Hugo Giorgetti em foto do www.fiesp.com.br/noticias/Julia Moraes

https://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,e-justo-falar-de-futebol,70003283150


E tem gente que quer retornar com os jogos, já: “Flamengo faz testes e confirma 38 casos positivos de coronavírus no clube…”

Técnico Jorge Jesus, em foto de Marcelo Cortes/Flamengo

Eu, hein!?

Do site do ESPN:

* “… três são jogadores”

Flamengo divulgou no fim da noite desta quarta-feira, em nota oficial, que três jogadores do elenco principal testaram positivo para o novo coronavírus. Os nomes dos atletas foram mantidos em sigilo pelo clube. Os três fazem parte de um grupo de 38 infectados, de acordo com exames realizados pelo Flamengo entre 30 de abril e 3 de maio. O clube testou 293 pessoas, desde funcionários diretamente ligados ao dia a dia até familiares e pessoas próximas aos jogadores.

A relação dos que testaram positivo para o novo coronavírus tem seis funcionários do grupo de apoio, dois terceirizados que prestam serviços ao clube regularmente e 25 familiares ou funcionários de jogadores, além de dois atletas que apresentaram anticorpos positivos.

Agora, por determinação do Flamengo, os atletas que tiveram contato com familiares e funcionários infectados entrarão em quarentena. Eles terão acompanhamento diário da comissão técnica do clube e farão novos testes para serem reintegrados aos trabalhos. https://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/6919515/flamengo-faz-testes-e-confirma-38-casos-positivos-de-coronavirus-no-clube-tres-sao-jogadores


Em tempos de coronavirus, Cazares e Otero deveriam guardar a bola deles para quando o Galo voltar a campo

Cazares é capaz de lances fantásticos como este drible no Egídio, da mesma forma que comete irresponsabilidades fora de campo. Esta foto, do Denis Dias, virou quadro, que está na sala do apartamento do jogador.

Uns cabeças cozidas, como milhões de brasileiros por aí afora e estrangeiros espalhados pelo mundo. Mas, num país em que o presidente da república não dá a devida importância para assunto tão grave, é difícil crucificar jogadores de futebol. Ainda mais no caso de um Cazares, que apronta coisas bem piores para prejudicar a si próprio e a milhões de atleticanos em toda parte.

O jornalista Henrique André, do Hoje em Dia, fez uma ótima reportagem com o Dr. Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, e integrante do grupo de gestão da Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, sobre o assunto. Além da situação dos jogadores, eles aprofundaram a conversa para as perspectivas de retorno dos jogos de futebol no país, sequência dos estaduais e início do Brasileiro. Confira:

* “Infectologista vê ‘peladas clandestinas’ como inadequadas e teme ‘efeito dominó’; entenda”

Muito além de uma simples “escapada” durante a quarentena. Assim pode ser classificada a atitude dos meias Otero e Cazares, ambos do Atlético, que nesta terça-feira (5) foram flagrados jogando futebol numa quadra de Santa Luzia, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Por meio de nota, o clube afirmou que a recomendação passada pelo Departamento Médico foi para que todos os atletas ficassem em casa. Além disso, o alvinegro afirma que o equatoriano e o venezuelano serão orientados novamente e se submeterão aos testes antes da volta aos treinos, que continuam sem data estabelecida.

Contudo, o assunto é bem mais sério do que se imagina. Em contato com o doutor Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, o Hoje em Dia teve acesso a informações importantes. Segundo ele, inclusive, a atitude dos atletas foi, no mínimo, inadequada.

“Não estamos ainda no momento de aglomerações. O futebol, a pelada, e o encontro de pessoas, em qualquer objetivo, aumenta a chance de transmissão e também de aquisição da Covid-19. É mais do que claro que, o futebol, pela proximidade das pessoas, é um terreno fértil para esta transmissão”, destaca o infectologista.

“No mínimo, existe uma possibilidade pequena de alguém (presente na pelada) ter adquirido o vírus, estar numa fase assintomática, tendo a imensa capacidade de transmiti-lo, como num ‘efeito dominó’. Temos que lembrar que este vírus apresenta rápida passagem de uma pessoa a outra. Se houve momento de contato, cria-se o terreno”, acrescenta.

Ainda de acordo com Estevão Urbano, isso pode ocorrer na pelada, no ônibus, numa corrida de rua ou em outros ambientes. (mais…)


Eleições no Cruzeiro dia 21: conselheiros não podem repetir um novo Wagner Pires de Sá

Em foto do Vinnicius Silva/Cruzeiro, o ex-presidente Wagner Pires de Sá 

Faltando duas semanas para a sua eleição mais importante das últimas décadas, o Cruzeiro continua vivendo incertezas e turbulência política. Dia 21, quinta-feira, de 9 às 16 horas, os conselheiros terão a responsabilidade de escolher a cabeça pensante que vai encarar a missão de tirar o clube do atoleiro no qual se encontra.

Serão eleitos, presidente executivo, primeiro e segundo vices; presidente e vice do Conselho Deliberativo, além do primeiro e segundo secretários da mesa diretora.

De estatuto com regime presidencialista, o que importa mesmo é o cabeça de cada chapa, o manda chuva geral, que escolhe quem ocupará os cargos diretivos e o treinador. Da competência, honestidade e habilidade dele estará o sucesso, o fracasso ou a marcação de passo da instituição, nos próximos dias e no futuro. Que a opção por Wagner Pires de Sá nas eleições passadas não seja esquecida pelos senhores conselheiros. As lambanças dele arruinaram o clube. Aliás, quem menos mandava era ele e sim os que ele escalou para “ajudá-lo”.

Pelo andar da carruagem, Sérgio Rodrigues ou Ronaldo Granata será o eleito. Cumprimento os dois pela coragem só de encarar essa disputa e mais ainda de topar a empreitada, dificílima. Porém, sabem que a situação é gravíssima, mas em compensação o potencial do clube é gigantesco.

Ambos têm apoiadores que foram ligados às diretorias anteriores, portanto, é bobagem a acusação que se fazem de ligações com o passado. Todos fazem parte do clube e sua história, que é riquíssima. Ninguém, de sã consciência pode dizer que Zezé e Alvimar Perrella ou o Dr. Gilvan de Oliveira, não tiveram grande méritos e têm enormes serviços prestados ao Cruzeiro. Também erraram muito, mas o crédito de cada um deles é bem superior. Não se pode dizer o mesmo do Wagner, este sim, uma aventura maluca, na qual estes mesmos atuais conselheiros colocaram o clube. Agora terão a oportunidade de consertar.

E ao contrário do que prega a hipocrisia reinante no país, na imprensa principalmente, vejo como ótimas as trocas de acusações e ataques entre as chapas em disputa. Dessa forma, eventuais vícios comprometedores de algum dos candidatos são expostos e podem nortear o voto do pequeno grupo de eleitores. E caso o eleito tenha realmente algum comprometimento nocivo, olho nele, para que não apronte lambanças que compliquem mais ainda o Cruzeiro.

Cobranças e transparência precisam existir, por parte de todos, interna e externamente, no Cruzeiro e em qualquer clube. Não deveria, mas na prática, os conselhos fiscais são peças de ficção, e o Conselho Deliberativo só serve para eleger a diretoria, no caso, de três em três anos. A imprensa, ao invés de esmiuçar e cobrar, bajula. Os noticiários se restringem ao futebol profissional. As compras, vendas e demais negócios milionários raramente ou nunca são questionados. Só quando o caos chega, como recentemente chegou.


Um dos grandes narradores do rádio brasileiro, José Silvério dá um tempo e pensa o futuro

José Silvério em foto do twitter da Rádio Bandeirantes, que no dia 2 de julho de 2018 postava: @RBandeirantes: “#Copa2018: Enquanto a bola não rola, José Silverio se reúne com a Equipe Bandeirantes no IBC do Estádio de Samara. A Seleção Brasileira entra em campo as 11h contra o México”

Só ontem li esta edição do jornal Zero Hora (RS), que informa detalhes da saída do José Silvério da Rádio Bandeirantes.  Além de ótimo profissional, grande figura humana, e mostra isso nas palavras que usou para falar sobre a demissão, por telefone, neste período de quarentena. Sem mágoa, sem rancor, consciente de que o tempo passa e a vida segue.

* “Fica uma lacuna na narração, diz José Silvério após deixar Bandeirantes”

Um dos maiores locutores do rádio, ‘pai do gol’ não sabe se continuará carreira

O telefone de José Silvério, 74, tocou em Lavras (MG), onde o radialista se refugia desde o mês passado diante da pandemia de Covid-19.

Um funcionário do departamento de recursos humanos da rádio Bandeirantes, segundo ele, o comunicou sobre a decisão de rescindir seu contrato, que iria até dezembro de 2022, depois da Copa do Mundo no Qatar.

Ele se preparava para narrar o 11º Mundial da carreira. O primeiro foi em 1978, na Argentina, pela rádio Jovem Pan. Silvério ainda não sabe se continuará trabalhando nas cabines dos estádios ou se colocará um ponto final na marcante trajetória.

Mineiro de Itumirim, ele começou na profissão na primeira metade da década de 1960 e entrou para a história como um dos mais importantes locutores esportivos do país. Para ele, seu possível adeus deixa órfãs as gerações mais conectadas com o rádio.

“Vai ficar difícil [encontrar um sucessor], vai ficar uma lacuna. O rádio não tem, infelizmente, uma revelação na narração”, disse Silvério à reportagem, por telefone, na segunda-feira (27). “Os meninos, antes, começavam no rádio. Hoje começam querendo ser locutor na televisão.”

Silvério, que completará 75 anos no próximo mês de novembro, afirma que não ficou chateado com a rescisão contratual, mas que teme que possa sentir falta daquilo que faz desde 1963.

O “pai do gol”, como o mineiro é chamado, tornou-se famoso também pelos bordões, entre eles “e que golaço” e “vou soltar a minha voz”.

“Minha cabeça está no meio de um vai e volta. Com 74 anos e meio, vamos ficando mais pesados, há dificuldades em relação ao transporte até o estádio, cabines, a convivência também no estádio. Em São Paulo não é fácil de se locomover, imagine para gente que é mais velho”, afirma o locutor.

Em outras épocas, esse ponto não era um problema. Na Copa de 1986, no México, por exemplo, ele precisava subir ao telhado ou em árvores para narrar treinos da seleção brasileira. Telê Santana, técnico do Brasil, havia proibido as transmissões das atividades do campo.

Hoje, Silvério reclama da dificuldade de trabalhar em algumas arenas por causa da distância entre a cabine e o gramado: “As pessoas não sabem, mas, no estádio do Corinthians, do Palmeiras, a gente fica muito longe dos lances. Aí os caras criticam, falam que estou cego. No Morumbi, até que não tem esse problema”.

Pela vontade da família, Silvério teria encerrado a sua carreira depois da Copa do Mundo de 2018. Pai de um filho e duas filhas, o radialista ficou viúvo em 2010, com a morte de Sebastiana. Ele se casou com Rosemary em 2012.

“Eles [filhos] dizem que me veem indo para o estádio ao meio-dia e voltando só depois das 21h, 22h. Realmente, não é fácil ir para Itaquera. Não tenho problema com torcedor, sou sempre bem-vindo, mas sempre tem alguns engraçadinhos, e não posso correr ou brigar”, diz Silvério aos risos.

Em mais de 50 anos de carreira, com passagens pelas emissoras Tupi e Itatiaia, além da Jovem Pan e da Bandeirantes, ele não consegue escolher uma só cobertura como a mais marcante. Cita as decisões da Copa do Mundo de 1994 e 2002, além das finais importantes entre os grandes de São Paulo. “Sou muito feliz com minha carreira, não há nada que possa manchá-la.”

https://gauchazh.clicrbs.com.br/esportes/noticia/2020/04/fica-uma-lacuna-na-narracao-diz-jose-silverio-apos-deixar-bandeirantes-ck9k2426000j201o4e7b1crqc.html


Um dos papas no assunto, infectologista informa: futebol ainda sem previsão de data para recomeçar

Dr. Estevão Urbano, em foto do www.noticias.r7.com/minas

Inimaginável uma situação dessas, não é? Já pensou que algum dia na vida você viveria isso? Recomendações pra não sair de casa, atividades comerciais, escolares e etecetera e tal paradas, bares, restaurantes, fechados e ainda sem futebol. Pois é! No início parecia que estávamos em um sonho, pesadelo, que passaria rápido. Mas era e é real. Tomara que já já possamos começar retornar a vida cotidiana. Normalidade mesmo, vai levar um tempão.

Na Europa, a França e a Holanda já disseram que seus campeonatos não terão sequência. A Itália e outros países podem anunciar a mesma medida a qualquer momento. Aqui, quem sabe, junho ou julho, mas. . . ninguém sabe, ninguém tem certeza de nada.

Enquanto isso, o ideal é seguir o que dizem os especialistas da saúde. Como fez o Thiago Nogueira, para o Super FC, edição de hoje. Entrevistou uma das maiores autoridades brasileiras do assunto, Dr. Estevão Urbano, que inclusive gosta muito de futebol:

* “Infectologista vê confinamento e testes como requisitos pra futebol voltar em MG”

Retorno não é indicado neste momento, mas poderia acontecer com medidas preventivas e jogos sem público; CBF sugeriu retorno em maio, mas FMF e Estado ainda estudam protocolo

Por Thiago Nogueira

Enquanto o Brasil vive seu pior momento na combate à pandemia do novo coronavírus, com o aumento no número de casos e mortes diárias, CBF, federações e clubes começam a discutir possibilidades de retomada do futebol. A confederação sugeriu a volta dos campeonatos estaduais a partir de 17 de maio, mas isso depende do cenário e das autoridades de saúde locais.

Para o infectologista Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), esta ainda não é a hora para o retorno de treinos e torneios.

“Estamos vivendo um momento de aumento do pico no Brasil inteiro. Vamos estar jogando as pessoas para o campo quando o surto está em picos maiores, o que sugeriria uma incoerência. Quando a coisa está piorando, você libera o campeonato. Neste momento, é inadequado e tem que ser feito com a máxima segurança se ele for realizado. Se possível, não fazê-lo também, mas se fazê-lo, com todas as medidas de segurança”, pondera o especialista.

Para a volta do futebol no cenário em que vivemos hoje, além de realizar jogos sem público e adotar medidas preventivas, como higienização e uso de máscaras por profissionais do entorno do campo de jogo, Urbano aponta duas situações que seriam de extrema importância: o confinamento dos atletas em competição e a testagem de todos periodicamente, entre 48h e 72h antes das partidas.

“Do ponto de vista ideal, você teria que unir as duas coisas, mantê-los confinados e a disponibilidade de teste, pelo menos, uma vez por semana para todos os jogadores, para garantir que nenhum deles esteja transmitindo internamente. O confinamento mais a testagem seria uma alternativa mais segura a meu ver”, ressaltou.

O Brasil não tem ainda uma vasta rede consolidada para a testagem em massa da população, mas, para o infectologista, seria possível realizá-los com frequência em grupos de atletas.

A federação, os clubes, precisariam fazer contratos com os laboratórios e garantir essa testagem. Isso tudo precisaria já estar organizado, com certeza de cumprimento, para se adequar a proposta, o contrário, não teria como se fazer um campeonato. Todas as garantias precisariam ser cumpridas para se pensar em fazer os jogos, isso, para começar a discutir. Do ponto de vista da quantidade de testes, eu acho que é viável, de 200 a 300 testes por semana seria possível conseguir logística pra isso. Se não conseguir, não tem jeito, na minha opinião”, analisa.

Neste primeiro momento, a retomada do Campeonato Estadual é algo mais próximo de se avaliar. Um torneio nacional, como o Campeonato Brasileiro, ou mesmo, internacionais, como a Libertadores, seriam uma temeridade muito maior. ” Neste momento, ainda é prematuro, principalmente por causa das viagens, dos deslocamentos de hotel e aeroporto, principalmente em locais de alta transmissão, como Rio e São Paulo. É uma exposição alta dos jogadores. Regionalmente você tem menos riscos. Você analisa o cenário de Belo Horizonte, que ainda é confortável, não que seja zero, mas é um risco menor”, explica.

Em Minas, a Federação Mineira de Futebol (FMF) já vem discutindo a possibilidade de retomada do futebol com o Centro de Operações de Emergências em Saúde (Coes), estrutura criada pelo governo do Estado para dar respostas coordenadas às ações de combate à Covid-19. “Estamos discutindo a formatação de um possível protocolo. Nem estamos cogitando (a volta do futebol) nesse momento, é mais pra frente mesmo”, explica o presidente da FMF, Adriano Ano.

Membro do Enfrentamento à Epidemia da Covid-19 da PBH, Estevão Urbano tem sua opinião formada como especialista na área, mas que ainda não há um consenso sobre no grupo de trabalho epidemiológico. Com outros pontos mais urgentes da pandemia a tratar, o prefeito Alexandre Kalil ainda não solicitou um parecer sobre a retomada ou não do futebol na capital.

https://www.otempo.com.br/superfc/futebol/infectologista-ve-confinamento-e-testes-como-requisitos-pra-futebol-voltar-em-mg-1.2331041


Parabéns América, 108 anos hoje; e marca insuperável no futebol mineiro

Esta foto tem uma importância especial para mim. Foi o primeiro time profissional que cobri como repórter, no ano em que fui contratado pelo Gil Costa, para a Rádio Capital, 1979.

Hoje bem cedo postei no Instagram vídeo gravado pelo americano Edson Chaves Junior na casa do ex-presidente do América, Afonso Celso Raso, que tem um belíssimo acervo particular relativo ao Coelho, ocupando enorme espaço da residência. Este vídeo me foi enviado semanas atrás por outro grande americano, Dr. Paulo Lasmar, que assim como o Afonso, tem importância fundamental na reestruturação do América nas últimas décadas. Junto com os Salum, o saudoso Magnus Lívio, José Flávio Lanna Drumond, Teodomiro Braga, Eduardo Azeredo, Alencarzinho e vários outros americanos

apaixonados, a quem presto a minha homenagem, assim como a toda família do Coelhão!

Gosto muito do América, de grande importância na minha carreira jornalística. Foi o meu primeiro clube como setorista, quando a Rádio Capital me buscou na Cultura de Sete Lagoas. O time era este, da foto principal do post. Não me esqueço do volante Ramirez, em pé à direita, com uma criança no colo. Era paraguaio, de pouco futebol, mas de uma raça e fôlego impressionantes, além de mau; “bateria na mãe”, se ela estivesse jogando pelo time adversário.

A beleza dos uniformes do América sempre foi destaque também. O mais famoso, este do time campeão de 1971, de listras verde-abacate. . .

. . . mas este, quase branco, de um verde-abacate bem claro, era fantástico e não entendo porque o clube ainda não o resgatou.

Essa foto, que me foi enviada pelo Dr. Paulo Lasmar, tem o saudoso cantor Jair Rodrigues, sentado. Ele devia ser amigo de algum jogador. Espero que o Dr. Paulo, ou o Marco Antônio, da Avacoelhada, ou outro americano, que conheça a história, nos conte aqui no blog qualquer dia desses.

O site da CBF conta alguns fatos interessantes do América no contexto do nosso futebol. E por meio dele, a homenagem do blog a um dos mais importantes e simpáticos clubes do futebol brasileiro:

* “América quebra hegemonia em Minas em 1971”

Em 1971, América Futebol Clube, campeão invicto, quebra a hegemonia que Atlético e Cruzeiro dividiam em Minas Gerais

Atlético (43) e Cruzeiro (38) são os maiores campeões estaduais de Minas Gerais. O terceiro colocado, o América Futebol Clube, foi campeão 15 vezes e é dono de um recorde até hoje não batido: foi decacampeão, de 1915 a 1925.

Desde o fim dos anos 1950, no entanto, a hegemonia já era dividida entre Atlético e Cruzeiro. Notadamente, em meados dos anos 1960, com o advento do Mineirão, o Cruzeiro montou um time talentoso que reuniu craques como Raul, Piazza, Zé Carlos, Dirceu Lopes e Tostão. Não por acaso conseguiu o pentacampeonato em 65/66/67/68/69.

Em 1970, o Atlético impediu o hexacampeonato dos cruzeirenses, mas, no ano seguinte, o América surgiu como intruso na galeria dos vencedores. O que já poderia ter acontecido em 1964, quando na derrota na decisão perdeu o título para o Siderúrgica.

Mas, em 1971, o campeonato não escapou. E veio com uma campanha expressiva, com 16 vitórias, seis empates e nenhuma derrota – campeão invicto. O atacante Jair Bala, com 14 gols, foi o artilheiro da competição. Ele já tinha sido o artilheiro do Campeonato Mineiro em 1964, com 25 gols.

Tendo como técnico Henrique Frade, ex-atacante do Flamengo que jogou também na Seleção Brasileira, o América usou a seguinte equipe base para conquistar o título em 1971: Élcio; Misael, Vander, Café e Cláudio; Pedro Omar e Dirceu Alves; Hélio, Amauri Horta, Dario e Jair Bala.

https://www.cbf.com.br/futebol-brasileiro/noticias/campeonato-brasileiro-serie-a/america-quebra-hegemonia-em-minas-em-1971


E lá se foi o Gersão, um dos maiores e melhores do basquete brasileiro

Jogava muito. Num tempo em que o basquete era o segundo esporte da maioria dos brasileiros. O país tinha craques demais e ele se destacava entre tantas feras. Conheci Gersão no início da minha carreira em Belo Horizonte, e da dele também. A Rádio Capital ficava na Avenida do Contorno, quase na Praça Milton Campos. O Ginástico, do outro lado da Avenida Afonso Pena. Um clube sensacional, uniforme belíssimo, preto e branco, pessoas ótimas, de quem fiquei amigo de tanta gente boa. O Atlético montou um super time de vôlei e mandava seus jogos no belo ginásio do Ginástico. Passei a frequentá-lo com mais frequência, e o Gersão sempre lá. O clube era a extensão da casa dele.

Pois hoje, depois de muito sofrimento, o Gersão se foi. E um dos amigos que fiz no Ginástico, o grande jornalista Ivan Drumond, o “Piranha”, do Estado de Minas, foi quem me deu a notícia, bem cedo. E ainda deu a nós, do blog, a honra de ter este texto dele, falando do enorme Gersão:

* “O adeus a um grande pivô: Gersão”

Morreu, na manhã desta quarta-feira, um dos maiores pivôs da história do basquete brasileiro, Gerson Vitalino, o Gersão, de 60 anos, campeão Pan-Americano em 1987, quando o Brasil derrotou, na final dos Jogos em Indianápolis, os Estados Unidos, por 120 a 115, na prorrogação. Ele faleceu vítima de uma parada cardíaca. Os últimos dias do ex-jogador foram de dor e sofrimento, pois sofria de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) e vinha fazendo o tratamento com a ajuda do clube onde começou, o Ginástico, e amigos que jogaram com ele no clube.
A história de Gersão com o basquete começa quando um ex-treinador do Ginástico, Luis Carlos Dias Corrêa, o Lu, ficou sabendo, através de um funcionário do Colégio Santo Agostinho, onde dava aula de basquete, que um outro funcionário tinha um filho com mais de dois metros de altura e o procurou para levar o então menino, para o clube.
No primeiro treino de Gersão, outro treinador, Elmon Rabelo, assumiu a formação do jogador. A arquibancada da quadra do Ginástico estava lotada. Todos curiosos em ver o gigante. E no primeiro treino, um acidente; ao tentar uma bandeja, Gersão, muito grande, bateu com a cabeça na tabela. Cai segurando a cabeça e reclama: “Esse esporte é muito perigoso, pois nem comecei e já machuquei”.
Mas graças à insistência de Elmon, ele não desiste e ali, nascia o grande pivô do Brasil. Gersão segue jogando no Ginástico. É campeão mineiro em 1979, junto com Bruno, Marcelo Cenni, Ricardão, Luiz Gustavo, comandados por Elmon Rabelo, num jogo contra o Minas, decidido na prorrogação.
O pivô chama a atenção e é convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira. A apresentação é em São Paulo e ele é levado por um diretor do Ginástico, Geraldo Aloísio Dufles. Um por um, os jogadores são chamados, no grande salão, onde acontece a apresentação. E quando chamam o nome de Gersão, todos se fascinam, pois ele era muito grande, 2,10m.
Oscar, terminada a apresentação, se aproxima de Gersão e o vê segurando uma sacola. Pergunta o que é aquilo. Ele diz que era seu tênis. Pede para ver e quando Gersão mostra, se surpreende. Era um tênis de futebol de salão, da marca Equipe.
Oscar pergunta se era com “aquilo” que ele jogava. A resposta afirmativa, seguida de uma explicação. “Lá em Belo Horizonte não tem tênis de basquete para o tamanho do meu pé. Então, um amigo do Ginástico, que tem uma loja de esportes, o Campista, mandou fazer.”
Oscar leva Gersão até sua casa e lhe dá o primeiro par de tênis de basquete de sua vida, da marca Pony, tamanho 54.
Daí em diante, Gersão estará sempre nas listas da Seleção. É contratado pelo Corinthians. Do time paulista vai para a Espanha, defender o TDK. Na volta ao Brasil, joga pelo Corinthians e por Jales.
Na Seleção Brasileira, seus melhores momentos, um em especial, quando dos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis’1987. Gersão é um dos convocados do técnico Ari Vidal, ao lado de Oscar, Marcel, Guerrinha, Israel, Maury, Cadum, Paulinho Villas-Boas, Sílvio, Rolando, André e Pipoca.
Na apresentação, para o início dos treinos, Ari Vidal chama Gersão e lhe diz: “Você vai pra pegar rebote. É o que precisamos. Não tem de ficar fazendo cesta. Precisamos de rebote.”
O Brasil vai avançando, derrubando adversário por adversário e chega à final, contra os donos da casa, que tinham como destaque, ninguém menos que um dos maiores pivôs da história de seu basquete: David Robinson, que fez história no San Antonio Spurs e na Seleção dos EUA, ganhando um Mundial e dois ouros olímpicos.
Na final, Gersão foi o destaque. Foi o reboteiro do jogo. E ainda marcou 12 pontos. O Brasil fazia história, ganhava dos EUA, dentro de seus domínios, com Gersão.
Posteriormente, ao encerrar a carreira, Gersão voltou para Belo Horizonte e foi trabalhar como assistente-técnico, no Ginástico, seu clube de origem. E foi o Ginástico e seus companheiros, de quadra, nos tempos em que jogou e os aficionados pelo basquete, que o ajudaram ate o fim de sua vida.

Gersão, ao centro, em pé, no time que fez história ao conquistar o Pan-Americano de 1987 sobre os EUA em Indianápolis. Reportagem de 23 de agosto de 2017, da Gazeta Esportiva, comemorativa dos 30 anos do feito www.gazetaesportiva.com/especiais/basquete-brasileiro-celebra-30-anos-de-um-dos-maiores-feitos-de-sua-historia/

Gersão com o jornalista Ivan Drumond, incentivador de primeira hora.


Dedé no Atlético e Guilherme no América? Menos gente, menos!

Foto: www.itatiaia.com.br/Cruzeiro/Divulgação

Como disse o aniversariante de ontem, a quem parabenizo, o mestre do rádio, Emanuel Carneiro, na Turma do Bate-Bola: “… o futebol mineiro precisa andar prá frente, pensar no futuro… alguns jogadores já deram a sua cota por aqui e que sigam as suas vidas…”

Ele se referia à notícia da possibilidade do meia-atacante Guilherme, ex-Cruzeiro, Atlético, ano passado no Corinthians e há alguns meses sem clube, ser contratado pelo América. Mas aplico o comentário também para esta informação que li no portal da própria Itatiaia: “Dedé diz ter recebido proposta do Atlético e que salário dele foi reduzido em 78% neste ano”.

Foi um dos grandes zagueiros do futebol brasileiro, mas o tempo passa, e os problemas físicos chegam.

Guilherme também tem lugar de destaque na história do nosso futebol, pelo gol marcado aos 50 do segundo tempo, contra o Newell’s Old Boys, no Independência, que garantiu o Galo na final da Libertadores em 2013. Estava no banco e Cuca o colocou aos 46 minutos para que ele fizesse 2 a 0, o placar necessário para eliminar os argentinos.

Como diz o mestre do jornalismo impresso, Rogério Perez, “menos gente; menos”!


Os maiores roubos da história do futebol II

Em foto d`O Globo (Otávio Magalhães), José de Assis Aragão expulsa Reinaldo na final do Brasileiro de 1980 contra o Flamengo, depois de o Rei marcar dois gols. Este post foi inspirado no anterior, em que transcrevi (e sugiro a leitura) texto do Júlio Gomes no blog dele no Uol.

Todos que gostamos de futebol temos na memória as maiores “garfadas” que já vimos, principalmente contra o nosso time. O árbitro erra como qualquer ser humano em qualquer atividade, mas assim como tal, há erros de verdade e os premeditados. Muito difícil saber em que situação há desonestidade ou infelicidade na decisão do sujeito, ali na hora. E sempre me vem à memória a frase do Walter Clark, ex-todo poderoso da Globo, que, falando da sua experiência como vice-presidente do Flamengo nos anos 1980, disse no livro autobiográfico “O Campeão de Audiência”: “quem pensa que não se compram mais árbitros de futebol está redondamente enganado”.

Até aqueles jogos decisivos entre Atlético x Flamengo em 1980/1981, eu tinha na cabeça, desde criança, a final do Brasileiro de 1974, Vasco campeão, com a ajuda fundamental do Armando Marques, tido na época como o melhor árbitro do país. Foi uma vergonha o que ele fez com o Cruzeiro, ao anular o gol do Zé Carlos, de cabeça, aproveitando um cruzamento da linha de fundo. Armando Marques nunca deu explicações sobre o lance. Pouco antes de morrer (16 de julho de 2017, aos 84 anos), numa rara entrevista sobre o assunto, disse apenas que estava bem com a consciência dele e que nem se lembrava do lance: “Já apitei mais de mil partidas. Você acha que eu vou lembrar de um jogo em 1974?. Os críticos falam o que eles querem… Eu fico com a minha consciência. Eu não dou bola para eles…Eu não me arrependo de nada. Eu sou kardecista. Nós não temos ciúmes, nem ódio, nem nada disso no coração…”. Neste jogo ele anulou um do gol do Vasco também, motivo de reclamações dos vascaínos até hoje (https://www.supervasco.com/noticias/morre-arbitro-que-anulou-gol-legal-do-vasco-na-final-do-brasileiro-de-1974-205506.html), mas o que fez com o Cruzeiro, no fim da partida, foi um absurdo.

Depois, já repórter, e tendo a honra e o prazer de estar presente, vi de perto, José de Assis Aragão, José Roberto Wright, Romualdo Arpi Filho e Carlos Sérgio Rosa Martins, operarem o Atlético de forma escandalosa. O paulista Aragão e o carioca Wright, de forma acintosa, clara. Já o também paulista Romualdo e o gaúcho Rosa Martins, mais discretos, porém, provocadores de danos igualmente fatais e irreversíveis. Rosa Martins arrebentou com o Galo, como bandeirinha e passa despercebido da memória da imprensa e da torcida atleticana até hoje.

No primeiro jogo da final do Brasileiro de 1980, no Mineirão, diante de 90.028 pagantes, o Galo precisava fazer uma boa diferença no marcador para jogar por um empate no jogo da volta, no Rio. Mas Romualdo Arpi Filho, escalado estrategicamente pela CBF, não deixou a bolar rolar. Aliás, uma característica dele, de apitar tudo, mesmo que fosse uma falta aparente, parando o jogo a todo instante, beneficiando sempre quem precisava empatar ou perder de pouco. Era chamado pela imprensa de juiz “coluna do meio”, o “Rei dos empates”. O jogo ficou só no 1 a 0, e o Flamengo só se defendendo, No Maracanã, com 154.355 pagantes. José de Assis Aragão, dentre outros absurdos, expulsou Reinaldo, que havia marcado dois gols na partida e jogava machucado. Eram 23 minutos do segundo tempo, 2 a 2 no placar, o Galo no ataque, com chances de fazer o terceiro gol, e Rosa Martins marca de forma inacreditável um impedimento inexistente do Rei, prontamente apitado por Aragão. Aos 37, Nunes fez 3 a 2 para o Flamengo, que conquistava ali o seu primeiro título nacional.

Interessante é que consultando a ficha de jogos no Google, só aparece o nome do apitador, na maioria das partidas mais antigas. Só consegui lembrar que o co-autor dessa aprontação foi o Carlos Sérgio Rosa Martins, graças a um vídeo que me foi enviado pelo jornalista Eduardo Ávila, da transmissão da Band deste jogo, com narração do Fernando Solera.

Romualdo Arpi Filho (esq.) e Carlos Sérgio Rosa Martins em um Peru x Argentina, pelas eliminatórias da Copa de 1982. Rosa Martins entrou para a história como um dos maiores árbitros do Rio Grande do Sul, recordista no apito do Gre-Nal, 27 clássicos. Está com 81 anos de idade, mora em Porto Alegre, onde é corretor de imóveis.

Em janeiro de 2012, Carlos Sérgio Rosa Martins ao lado de Milton Neves, no Mercado Municipal de Porto Alegre, em foto do Marcos Júnior, publicada pelo Milton no portal Terceiro Tempo,

Em dezembro de 2012 postei aqui no blog esta foto, que valeu Prêmio Esso ao autor, José Santos (O Globo), do Armando Marques sendo chutado pelo então diretor de futebol do Botafogo, o ex-lateral Nilton Santos, depois de um jogo contra o Atlético no Maracanã.