Deputado Antônio Carlos Arantes (PL) entre o prfesidente do SINDIJORI, Rodrigo da Silva Fernandes (esq.) e o secretário de Comunicação de Minas, Bernardo Santos – Foto: www.setedias.com.br
Do rádio, passando pelo cinema, TV, chegando ao disco de vinil, CD, chip, a cada surgimento de um novo meio de Comunicação, vinha e vem uma previsão de um outro vai acabar. O tempo passa, e ele resiste e às vezes retorna com mais força, quando se adapta ou porque o consumidor não abre mão dele. Atualmente, os videntes estão garantido o fim dos jornais e revistas impressos. Alguns, que já “acabaram”.
Instado pelo presidente do Sindicato dos Proprietários de Jornais, Revistas e Similares do Estado de Minas Gerais (SINDIJORI), Rodrigo da Silva Fernandes, a rever a política do governo Zema, de não anunciar mais nos jornais impressos, o secretário de Comunicação do Estado, Bernardo Santos, desfilou um punhado de dados sobre os veículos impressos, que em resumo, quis dizer que os jornais e revistas impressos “morreram”, que ninguém lê mais.
Em seguida, passou a palavra ao Deputado Antônio Carlos Arantes (PL), que estava ao lado dele, possivelmente pensando que teria o aval do parlamentar, que é um dos mais fiéis da base do governo na Assembleia Legislativa.
Para a surpresa de muitos, principalmente do secretário, o Deputado, educadamente, ficou frontalmente contra os argumentos dele, lembrando fatos importantes e citando exemplo pessoal:
__ É gente demais que continua preferindo ler jornais impressos. Eu sou um, que inclusive leio com uma tesoura na mão para recortar as notícias e comentários de interesse dos meus eleitores e dos meus pessoais. Repasso para a minha assessoria para que sejam dados os devidos encaminhamentos.
Reconhecendo que realmente houve uma queda enorme na produção e leitura dos impressos, Antônio Carlos Arantes também lembrou que estes veículos continuam sendo líderes em credibilidade junto ao público consumidor de informação, que confia “desconfiando” dos meios digitais, em função da quantidade absurda de notícias falsas que toma conta do universo da internet.
E arrematou, concordando com a reivindicação do SINDIJORI, que reavalie essa postura implantada pelo governo de Minas, de não anunciar nos jornais e revistas impressos.
Menos mal que, diferentemente da maioria de quem se senta em cadeiras de comando político, Bernardo Santos não parece ser arrogante, e além de ouvir atentamente a fala do deputado, admitiu conversar com a equipe dele e estudar melhor o assunto. Sempre frisando que não é especialista em Comunicação, pois é Engenheiro Civil, Bernardo Santos se diz defensor do diálogo e que se orienta com especialistas do assunto, desde que recebeu a incumbência de assumir a subsecretaria, em 2023, para montar a Secretaria de Comunicação do governo do estado.
Engenheiro Civil, ele foi presidente do partido NOVO e um dos coordenadores das duas campanhas de Romeu Zema para o governo de Minas.
Pena que o governo está acabando e que nada mudará até o fim de 2026.
Isso foi ontem, no “Conecta Com Minas”, o maior evento da indústria da comunicação em Minas Gerais, que reúne agências de publicidade, veículos de imprensa e profissionais da área, em sua 3ª edição, realizada no BH Shopping.

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No mesmo evento houve a posse da nova diretoria do SINDIJORI, cujo presidente, Rodrigo da Silva Fernandes foi reeleito. Aliás, com toda a justiça e para o bem do nosso Sindicato, que foi reconstruído por ele. O SETE DIAS é filiado ao SINDIJORI desde a fundação do jornal, em 1991. Um Sindicato muito forte naqueles tempos, mas que foi sucateado, por razões e pessoas que não vou remoer aqui. Fiquei afastado durante vários anos e retornei incentivado por antigos companheiros proprietários de jornais que diziam que tinha um “Rodrigo, da Gazeta de Varginha”, que vinha fazendo um trabalho muito sério de recuperação da credibilidade da instituição.
Algumas considerações que julgo importantes e que valem reflexões: sensacional o posicionamento do deputado Antônio Carlos Arantes, que valoriza um meio de Comunicação (impresso) que ainda detém 10% dos consumidores de informação no Brasil, ou seja, milhões de pessoas país afora. Eleições costumam ser decididas com menos de 1% de votos. Que nós, dos veículos impressos, não nos esqueçamos dele na campanha eleitoral que se aproxima.
Os veículos impressos continuam gerando pagamento de impostos, milhares de empregos, entre gráficos, fornecedores de papel, tinta, manutenção, peças, trabalhadores em logística de distribuição, jornaleiros, jornaleiras, sem falar em jornalistas e tantos prestadores de serviços nas redações.
Não só os grandes jornais do país, mas o mercado como um todo, é atento e realiza estudos e pesquisas sobre as tendências, passado, presente e perspectivas.
Circulam dois estudos bem recentes, de 2025. Um, nacional, com o apoio da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e do Instituto Palavra Aberta; outro do Reuters Institute, da Universidade de Oxford, publicados por veículos como o Meio & Mensagem; Valor SA; InfoMoney; Revista Oeste, Uol, CNN e outros.
Respondem questões e apresentam dados tipo: “Em quais meios de informação os brasileiros mais confiam?
Resposta: mídias impressas (68%) e portais de notícias (59%).
“Como o Brasileiro se Informa?”
“Relatório de Notícias Digitais 2025 – O estudo mais abrangente sobre o consumo de notícias em todo o mundo”
“Engajamento em declínio, baixa confiança e assinaturas digitais estagnadas…”
“Queda de confiança – Players da Internet têm crescido em desconfiança”
“Quais são os meios mais confiáveis para os brasileiros”
“Apenas 4 em cada 10 brasileiros confiam em notícias. Como retomar a credibilidade?”
“O Brasil está entre os países mais conectados do mundo, mas, ao mesmo tempo, cresce o desejo da população por se afastar das telas”
As fontes estão aí:


