Futebol, política, Justiça e a grande vala comum na qual o Brasil se transformou. Confiar em quem?

Flagrado pela leitura labial do programa Esporte Espetacular, da Globo, e um dos responsáveis por toda a confusão do apitador Sandro Meira Ricci no Flamengo 2 x 1 Fluminense, o senhor Sérgio Santos, inspetor de arbitragem da CBF, disse a “leitura labial errou” e que ele não pronunciou a frase:
“– A TV sabe. A TV sabe que não foi gol.”, que fez o Ricci invalidar o que seria o gol de empate.

Não acredito neste senhor, assim como me dou o direito de duvidar e questionar incontáveis situações e pessoas no Brasil. Não só pelo meu ofício de jornalista, mas porque todo brasileiro tem motivos para questionar e não acreditar nas primeiras versões de ninguém.

Eu era repórter da Rádio Inconfidência e da Band, e cursava Direito. Um dos professores mais respeitados, e dos que eu mais gostava, me pediu que, em minhas reportagens e comentários, não me referisse a árbitro de futebol como “Juiz”. Naqueles tempos, meados dos anos 1980, a figura de um Juiz de Direito era especial, acima de qualquer suspeita. O professor Nelson Rogério, era Juiz em Belo Horizonte e ficava incomodado ao ver a imprensa chamando apitadores de futebol de “Juiz”. Entendi, atendi prontamente e passei a chamar essa categoria de árbitro ou apitador.  As instituições públicas (Executivo, Legislativo e Judiciário) e seus representantes passavam mais respeitabilidade. A CBF e Federações já eram esculhambadas.

Mas o tempo passou e tudo mudou. A imprensa vem repercutindo desde domingo esta notícia da capa da Folha de S. Paulo:

“Odebrecht pagou R$ 11 milhões a filho de ex-ministro do STJ – Um laudo feito pela Polícia Federal na Operação Lava Jato revela que o escritório do advogado Marcos Meira, filho do ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) José de Castro Meira, recebeu pelo menos R$ 11,2 milhões da Odebrecht de 2008 a 2014.

Em 2010, o então ministro Meira relatou um processo em que considerou prescrita uma dívida de R$ 500 milhões cobrada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional da Braskem, o braço petroquímico da Odebrecht.

O julgamento no STJ ocorreu em 5 de agosto daquele ano.

No dia 16 de novembro, Meira ainda relatou e rejeitou um recurso da Fazenda Nacional contra a decisão.

TRES

Os documentos da PF mostram que a Odebrecht mantinha na época relações financeiras com o filho do magistrado…”

7 Responses

  1. Apesar de ainda não ser tão velho ( rsrs ), sou do tempo em que a palavra tinha respeito, uma farda tinha respeito, a professora tinha respeito e qualquer pessoa mais idosa tinha respeito. Infelizmente isso foi acabando gradativamente, debaixo dos nossos olhos e agora que está fora de controle, alguns ainda tentam consertar o estrago já feito, mas é em vão. Pois infelizmente a tendência é das coisas só piorarem.

    Vivemos no período do interesse de classes. É cada um tentando puxar a sardinha pro seu lado e que se dane o bem comum para o todo.

    Da minha parte o que eu posso fazer, é tentar não me incluir nesta mesma vala comum, seguindo fazendo meu papel de cidadão cumpridor dos deveres, mas da mesma forma exigindo meus direitos e mantendo sempre minha palavra como um verdadeiro patrimônio. Tenho filhos pequenos e por mais que possam me tratar como conservador ou tradicional demais, quero que eles tenham um bom exemplo dentro de casa e não se tornem mais vítimas dessa tal “Geração Y” que aí está…

    1. Sugiro a você uma leitura , se me permite a invasão
      e a falta de humildade por me considerar apto a tal
      proposição .
      O título é : Cisnes Selvagens .
      A abordagem da Revolução Cultural irá mostrar-lhe
      que nada no mundo é impar .
      Culturas são influenciadas pela história universal e ,
      muito do que vivemos hoje , encontra-se em sintonia
      com o que ocorreu alhures .

    2. CLAYTINHO, viajei no tempo, mas tive que voltar para assinar embaixo do que você diz…
      Vivi tudo isso; e hoje sinto que o futuro do BRASIL ficou no passado…
      Hoje você não vive a vida, se conta os dias…

  2. O fato mais corriqueiro na arbitragem brasileira é quando um queridinho da cbf é prejudicado ele é recompensado dentro da própria partida ou na próxima.
    Não acho que se devia anular o jogo, porque o beneficiado não foi o infrator, senão teremos que anular Galo e Botafogo e Figueirense x Palmeiras onde os prejudicados saíram perdendo.

  3. Chico,
    Voltemos um pouco mais atrás, para relembrarmos da operação Pasárgada da PF, de 2005, na qual Juízes Federais de MG, vendiam sentenças, lesando o INSS, ao proferir essas sentenças favoráveis aos Municípios, liberando verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que por dívidas junto ao INSS, ficavam bloqueadas.
    O Juiz Francisco Betti, hoje no TRF de Brasília, foi preso e responde processo, bem como a Juíza Ângela Catão, também, hoje, no TRF em Brasília.
    O Juiz Militão foi condenado a, adivinhe: aposentadoria compulsória com vencimentos integrais. Quando acabar o recurso junto ao STJ deve perder a aposentadoria.
    Precisam disso, haja vista que, abaixo do legislativo, têm os maiores salários do país?!!
    Saudações Alvinegras!

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