Tudo muito nesta véspera de abertura oficial dos Jogos Olímpicos. Muita simpatia do aeroporto até qualquer lugar de Londres; dos voluntários aos londrinos em geral; muita organização, sinalização; gente de todas as partes do mundo; transporte à vontade, entre metrô subterrâneo, de superfície, trens suburbanos e ônibus. Ciclovias lotadas, assim como calçadas, bares, restaurantes, shoppings e principalmente a região de Stratford, onde se encontra o Parque Olímpico, com a Vila e as instalações dos Jogos. Tudo gigantesco, inclusive os protestos de várias categorias profissionais, até 10 dias atrás, quando se acomodaram simplesmente, ou tiveram as suas reinvindicações atendidas.
Na verdade, a realização dos Jogos trouxe um “certo desassossego” aos londrinos, como diria Gilberto Gil, que não estão acostumados com mudanças bruscas em sua rotina nem desrespeito aos seus direitos.
Nada barato
A partir do fim dos protestos a ordem geral é união para que todos tirem o maior proveito possível da visita de presumidos um milhão de estrangeiros, de agora até o dia 12 de agosto quando os maratonistas estiverem entrando no Estádio Olímpico, encerrando a competição. E nada é barato em Londres. Qualquer coisa custa, no mínimo, £1 (uma libra ou R$3,15), de água mineral a uma bala.
Um bilhete simples de metrô £4 (R$ 12,50); de ônibus £2,30 (R$ 7,00) e por aí vai. Mas há um detalhe que não temos no Brasil: com o cartão recarregável o preço cai pela metade.
Um PF (prato feito), sem o suco, £5 (R$15,00).
Sustentabilidade
Os ingleses procuraram otimizar gastos com os Jogos tirando o maior proveito possível, e a região de Stratford é um exemplo concreto. Imaginem Venda Nova em Belo Horizonte, já na divisa da cidade com Vespasiano e Ribeirão das Neves, em área bem degradada em termos ambientais, físicos e sociais. O Parque Olímpico foi erguido lá, com toda a infraestrutura que se faz necessária: vias rodoviárias e ferroviárias da melhor qualidade, equipamentos esportivos que renderão dinheiro e servirão à comunidade no pós Jogos.
Calculado
Além dos prédios abrigando os três mil apartamentos da Vila Olímpica, essa região recebeu o que é hoje o maior Shopping Center de Londres, conjugado com estações de trem, internacional, nacional e urbanas; mais metrô e linhas de ônibus que antes não existiam. Numa jogada de marketing espetacular, para se chegar ao Parque Olímpico, qualquer pessoa precisa passar dentro do Shopping, repleto de promoções e preços convidativos.
Impossível passar pelos seus corredores sem consumir alguma coisa.
Quase invisível
O esquema de segurança é muito forte, porém pouco ostensivo e não incomoda a quem é visitante. Quase imperceptível.
Policiais do cotidiano com suas vestes típicas, e obviamente muitos agentes infiltrados no corre e corre dos cidadãos comuns. Do exército, fardados, apenas nas instalações olímpicas. A tecnologia está presente em todas as partes, com câmeras, aparelhos de raio x e detectores de armas e explosivos, portáteis.
E a segurança privada; todos educadíssimos, tanto na abordagem quanto na prestação de informações.
Um mico
A abertura oficial será depois de amanhã, mas a bola já rolou no futebol, ontem, com os 5 a 0 do Brasil sobre Camarões, no feminino; a estreia da atual campeã, Estados Unidos, 4 a 2 sobre a França; e o mico da organização, que trocou a bandeira da Coréia do Norte pela do Sul, antes do jogo com a Colômbia; o que provocou a saída de campo das moças de olhinhos puxados. Só retornaram depois do pedido oficial de desculpas.
Dona Dilma Roussef chegou hoje e estará no Estádio Olímpico amanhã, na abertura oficial.
Informação é o que não falta para levar todos ao Parque Olímpico
Nas estações de metrô, trem e qualquer lugar onde haja muita gente, como nessa, da Liverpool Street
A região de Stratford mudou para melhor em todos os aspectos com as Olimpíadas
Para se chegar ao Parque Olímpico, o caminho pelo novo Shopping é obrigatório







5 Responses
Olá, Chico!
Sou estudante de jornalismo da PUC Minas e, extra-curso, estou produzindo reportagens sobre o futebol de Itabirito e seus personagens.
São eles: Silvestre, ex-Siderúrgica, Nílson Cardoso, o 11º maior artilheiro da história do Atlético, e Telê Santana.
Te interessa conferir os três capítulos já publicados?
Um abraço do admirador do trabalho deste competente jornalista.
– Itabirito/MG
Claro que sim, Vinícius, manda aí, depressa!
Abraço,
Chico Maia
Caro Chico, dado que merece divulgação. Fiz uma pesquisa rápida nos elencos de todos os times da Série A do Brasileiro e segue abaixo uma lista de jogadores revelados no Galo ou que se projetaram para o cenário nacional no Galo e que são até titulares em suas equipes. Sinal que algo de bom tem sido feito no Galo nos últimos tempos:
Atlético Fake: Eron e Wesley;
Palmeiras: Márcio Araújo;
Corinthinas: Leandro Castan (esse já foi embora);
Grêmio: Werlei e Gilberto Silva;
Sport: Cicinho e Jheimy;
Santos: João Pedro;
Vasco: Tiago Feltri e Eder Luis;
Bahia: Mancine;
Coritiba: Lincoln;
Náutico: Kim;
Ponte Preta: Nikão e Enrico;
Portuguesa: Lima;
Fluminense: Rafael Morura.
São 18 jogadores em 13 times diferentes da série A do Brasileiro, muito significativo.
Abraço.
– Rio de Janeiro – RJ
Chico,
Veja como a placa é feita já de forma modular. Quando acabarem as Olimpíadas, as placas rosas são substituídas, e o resto fica.
Compare com o Brasil, onde o presidente do COB teve a coragem de dizer agora o contrário do que ele mesmo dizia à época do Panamericano e depois à época da candidatura para as Olimpíadas: tem de reconstruir instalações mesmo, pois antes era no nível “pan”, e agora temos de levar ao “nível olímpico”.
De “Liverpool Street” dá para você pegar o trem pela manhã e passar um dia em Cambridge. Embora seja melhor ir para “King’s Cross” e pegar o “Cambridge Express”, que não para nas estações intermediárias e chega em 45 minutos.
Enquanto isso uma família no Vale do Rio Doce…