A condenação de Paulo Henrique Amorim por ofender Heraldo Pereira

Paulo Henrique Amorim não devia estar normal quando escreveu essas maluquices que o levaram à condenação.

E quando jornalista resolve virar notícia ao invés de dar notícia, dá nisso aí.

E agradeço ao Venilson Fonseca, que enviou o seguinte comentário e links:

“Chico,

Como deve ser, em todas as questões que envolvam dois lados, aí está a versão do PHA:

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/02/24/gilmar-heraldo-e-a-globo-quem-processa-pha/

http://www.conversaafiada.com.br/nao-me-calarao/2012/02/24/a-verdadeira-conciliacao-entre-pha-e-heraldo/

Abraço.

Venilson”.

 * “Jornalista é condenado por ofensa”paulohenrique

O jornalista Paulo Henrique Amorim, da Rede Record, terá de indenizar o colega Heraldo Pereira, da Rede Globo, em R$ 30 mil por ofensas proferidas contra ele em seu blog. Amorim terá de veicular nota de retratação em dois jornais – em São Paulo, onde mora, e em Brasília, onde vive Heraldo -, e tirar do ar o texto no qual chamou Heraldo de “negro de alma branca”, entre outras ofensas. Os R$ 30 mil serão doados ao Mosteiro de São Bento, em Brasília.

Amorim e Heraldo chegaram a um acordo numa audiência de conciliação em ação cível que tramitava no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) desde 2010. Paulo Henrique Amorim havia dito, em seu blog, que Heraldo estava a serviço do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Questionou a ética de Heraldo e disse que o jornalista apenas fazia “bico” na Rede Globo.

Pela decisão do TJ, Amorim terá de publicar um texto no qual afirma que “reconhece Heraldo Pereira como jornalista de mérito e ético; que Heraldo Pereira nunca foi empregado de Gilmar Mendes; que apesar de convidado pelo Supremo Tribunal Federal, Heraldo Pereira não aceitou participar do Conselho Estratégico da TV Justiça; que, como repórter, Heraldo Pereira não é e nunca foi submisso a quaisquer autoridades; que o jornalista Heraldo Pereira não faz bico na Globo, mas é empregado de destaque da Rede Globo; que a expressão ‘negro de alma branca’ foi dita num momento de infelicidade, do qual se retrata, e não quis ofender a moral do jornalista Heraldo Pereira ou atingir a conotação de ‘racismo’.”

Amorim corre o risco de também ser condenado criminalmente por racismo, em processo movido contra ele pelo Núcleo de Enfrentamento à Discriminação. No ano passado, a defesa de Amorim tentou trancar a ação, pedindo a absolvição dele, argumentando direito à liberdade de expressão e negando tom discriminatório. O juiz Marcio Evangelista Ferreira da Silva negou.

Para Heraldo, a decisão da Justiça é um freio à irresponsabilidade de alguns jornalistas.

– Nunca esperava ser atacado desta maneira. É absurdo fazer uma análise do meu trabalho a partir de questões raciais. Meu engajamento é com a notícia. Não sou um jornalista negro. Sou negro e jornalista.

HERALDO

Fonte: O Globo

Extraido do: http://www.amaerj.org.br/noticias/jornalista-e-condenado-por-ofensa

22 Responses

  1. Chico,

    Uma vez assisti a uma palestra do Heraldo Pereira a juízes. Ele me fez lembrar o Bozó, aquele antigo personagem do Chico Anísio que representava um funcionário da Globo que se valia disso para obter vantagens.
    O rapaz, apesar de se mostrar muito orgulhoso por sua ascensão social (disse que tinha atingido seu sonho de apresentar o JN nas folgas dos âncoras titulares), pareceu-me completamente desprovido de opinião própria; era a própria encarnação da Rede Globo.
    Mas deste episódio, o mais importante é a reflexão: o que é um negro de alma branca?
    twitter.com/lincolnpinheiro

  2. Chico,
    Ouvi hoje, o Alvaro Damião dizer que quem ganhou a licitação do Mineirão foi um grupo ligado a evangélicos, que depois da Copa do Mundo não vai querer futebol do Estádio. Que história absurda é esta? Poderá ser possível?

    – Montes Claros

  3. Algumas considerações:
    1) PHA realmente pisou na bola com o que disse sobre Heraldo Pereira, que fez muito bem em processá-lo pela frase infeliz de conotação racista.

    2) PHA não foi condenado pois não houve julgamento. Fizeram uma audiência de conciliação e na mesma os dois assinaram o termo de conciliação. PHA vai ter de se retratar e pagar em 30 mil em cinco parcelas a uma instituição de caridade escolhida por Heraldo.

    3) Heraldo Pereira agiu com muita correção e hombridade nesse imbróglio, inclusive doando a indenização.

    4) Um texto que resume bem o que acho sobre isso está neste link: http://www.advivo.com.br/node/800059

  4. “Ouvir os dois lados” é uma coisa do neojornalismo picareta. Alguém ouviu o lado do Lindemberg, do Fernandinho Beira-Mar e da Suzane von Richthofen para que os leitores tirem conclusões mesmo com a condenação da justiça? Não, porque isso não faz sentido!

    Bem feito pra esse aí de cima que só pratica subjornalismo de quinquagésima categoria.

  5. chico futebol mineiro anda mal a pior antigamente nos perdia espaco para futebol carioca e paulista agora tambem para gaucho moro em toronto a globo internacional sempre dava preferencia paulista e carioca agora gaucho futebol mineiro perdeu espaco mas caro chico de boba globo nao tem nada nao vai querer mostrar rudnei cribari anselmo ramon w paulista richarlison guilherme werley . chico sou cruzeirense mas seu fa um abraco.

    – toronto

  6. Chico,

    Como voce poderá ver no link postado pelo Venilson, temos que ver o outro lado da moeda. Além do mais o Paulo Henrique Amorim não foi condenado já que um acordo foi estabelecido entre as partes, e se não houve julgamento não há de se falar em condenação.

  7. A resposta do Heraldo resolve a questão. Não sou um jornalista negro e sim negro e jornalista. Ademais o PHA é sim um dos principais lutadores pelo anti-racismo no Brasil. Tanto que vários movimentos negros sairam em sua defesa. Aliás militou e milita tanto contra o racismo que Heraldo alma de branco mais uma vez usou sua alma branca para servir de bode expiatório e testa de ferro do ALi Não Somos Racistas Kamel diretor da Globo. ALiás ALi se superou para ele não existe racismo no Brasil. Como negro afirmo que existe.

  8. Basta chamar um negro de ‘negro’ para ser acusado de crime de racismo no Brasil! Sou negro graças a Deus, mas esse negócio de racismo no Brasil virou um não-me-toques, não se pode nem chamar alguém de negro ou branco que a pessoa corre risco de ser presa, acredito eu que Paulo Henrique Amorim não tinha intenção alguma de ofender o Heraldo Pereira quando o chamou de ‘negro de alma branca’. Crime de racismo,que eu entenda, é alguém dizer ultrajes infamantes a pessoas de cor ou raça diferente de si e não isso aí que estamos vendo e ouvindo. Essa lei do racismo no Brasil precisa ser revista e precisa ser menos radical.

  9. Se ouvir dois lados é picaretagem, então o que é o correto? A verdade absoluta? Mas quem é o dono dela? Quem está 100% certo?

    Parei de frequentar o blog do PHA faz muito tempo. Apesar de simpatizar com ideias de esquerda, entendi que os métodos dele não eram os mais adequados.

    O blog mais parecia uma “Veja de esquerda”, ou seja, muito ruim, extremamente parcial, movido a interesses menores e ofendendo a inteligência das pessoas.

    Apesar das restrições ao jornalista, convenhamos que esse Heraldo, a Globo e a Justiça estão longe de inspirarem credibilidade.

  10. Sobre a expressão “negro de alma branca”, com certeza ele quis dizer que o repórter era negro mas, negando seu passado e origem de sofrimento, atua hoje em nome da ala mais conservadora (ex-senhores de engenho, brancos que escravizavam negros) do país, sempre defendida pelo Rede Bobo e seu jornalismo parcial e alienante.

  11. Henrique Guzella: Se ninguém ouviu os dois lados nos casos que você citou, é porque os jornalistas não procuraram tais pessoas, ou porque a “Justiça” não permitiu. Ouvir os dois lados é o requerimento básico para evitar a volta do autoritarismo no país, com a censura a quem quer que discorde da “opinião oficial”. Dito isto, o link que o Demian Franklin postou mostra uma opinião muito sensata sobre este incidente.

    O problema no Brasil é que devido ao número pequeno de incidentes levados à Justiça e expostos publicamente, a maioria das pessoas sequer sabe, por exemplo, a diferença entre racismo e preconceito. O Brasil é um país que, felizmente, praticamente não tem racismo. Ninguém no país iria, por exemplo, barrar Pelé de entrar numa festa porque “ele não tem o perfil dos convidados”. Não se pode confundir a literal “falta de educação em etiqueta” com racismo. Era comum na minha infância ver amigos referindo-se a outros como “o Japa”, ou “a Loira”, ou outros apelidos com referência à aparência física da pessoa, como “o gordo”. Mas falta de educação não é racismo.

    O Brasil tem certamente o problema do preconceito. O preconceito é que gera situações como as que já fizeram parentes do jogador Ronaldo serem barrados ao tentar entrar no apartamento do mesmo. O preconceito é que gera absurdos como prédios no Brasil ainda terem “elevador social” (o outro é o que? anti-social?). Mas o maior preconceito do Brasil é o econômico. E este vai ser difícil resolver se grande parte das pessoas continuarem a achar que político bom é o que “rouba mas faz”, e os filhos de políticos se eternizando neste ciclo, beneficiários que são do “sistema italiano” que o país importou.

  12. Alisson Sol descreveu bem o que acontece no Brasil há décadas.

    Não me surpreendo com a atitude desses jornalistas (Heraldo e PHA).

    Veja o caso do Boris Casoy e os lixeiros. Aquilo ali foi
    um absurdo sem tamanho. Ele foi condenado ?
    Foi mais um caso de preconceito , só que “ao vivo” para todo o Brasil, e o mais incrível é que os lixeiros estavam desejando um “Feliz Natal e Ano Novo” com toda a humildade do mundo e o cara ainda vem fala mal dos pobres coitados. Um espanto….

  13. Na minha opinião o Paulo Henrique Amorim não falou nada demais. O que o Heraldo faz para acabar com o racismo velado que há no Brasil? O que o Pelé faz? Absolutamente nada. Se a carapuça serviu ao Heraldo, ele que a vista.

  14. Escrever um blog é um risco. Escrever um blog político, maior ainda. E quando se escreve um blog, um blog político, e um blog político de enfrentamento político com a grande mídia, então nem mesmo um risco é.
    É uma temeridade.
    Porque , além do duro ofício, trabalhamos sós, sem revisor, acossados pela pressão de postar, postar e postar. Sem alguém que nos leia, antes, e diga: olha, aqui você se passou… Ou, até, como fez hoje comigo um leitor, apontar-nos que as letras se embaralharam.
    Não é raro que aconteça, porque escrevemos com algo de furor, que é o trabalho da alma, porque aqui se escreve com indignação contra os absurdos e com paixão pelas esperanças.
    Nada disso, porém, nos serve de desculpa ou privilégio. É da essência da democracia sermos livres e iguais, nos direitos e nos deveres.
    Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa Afiada, já prestou inúmeros serviços à boa informação. E prestou outros, muitos mais ainda, às verdades políticas e ao combate ao uso não apenas político, mas partidário e eleitoral da imprensa e dos canais, que são concedidos, de televisão.
    Uma vez foi infeliz, usou expressões que não deveria ter usado e errou a mão. Qualquer um de nós está sujeito a isso e, quando se faz isso publicamente, é dever fazer o que ele fez: retratar-se, em acordo, compensando quem foi ofendido, sem a necessidade de uma sentença judicial.
    Não é preciso “dourar a pílula”. E ele expressou-se de forma que, independente da intenção, é um erro.
    Mas, convém lembrar: mesmo de forma desafortunada, PHA não atingiu propriamente gente indefesa. Não se pode dizer que sejam assim um profissional da Globo e um ex-presidente do STF. Isso não elide a necessidade de retratação, mas retira do ato a covardia que há quando se descura dos direitos e da humanidade das pessoas pobres, dos indefesos e, também, dos contestadores do poder.
    Coisa que a nossa grande mídia faz todo dia, toda hora, todo minuto.
    É bom lembrar que Leonel Brizola foi chamado de “senil” em editorial de O Globo, veiculado no Jornal Nacional a mando de Roberto Marinho e se passaram diversos anos e instâncias para que lhe fosse concedido não o direito à reparação, mas à simples resposta.
    Desde cedo, PHA mantem em seu site os termos da retratação, alcançada por acordo. De novo, é o que deve fazer.
    A grande mídia e seus portais apressaram-se a divulgar a “condenação”, que é como chamam a retratação e o acordo alcançados.
    Muito bem, é informação, embora perceba-se como é “saboreada”.
    Mas é curioso quando a gente observa como este furor noticioso lhes falta quando se trata de fatos que atingem gente de sua especial predileção.
    E o retumbante silêncio silêncio que cercou, por exemplo, o livro – e os fato e documentos nele contidos – “A privataria tucana”.
    Que não se justifica, mas se explica.

  15. Nesta eu estou com o o Heraldo Pereira. A Globo é o quarto-poder, manipula, inverte, muda de lado, etc, etc, etc, blá, blá, blá. Concordo com todos estes pontos de vista.

    Mas…mas…mas…

    Mas no caso do PHA, trata-se de total dor de cotovelo por não fazer mais parte da “poderosa”. Por que não a criticava quando estava lá? Por que não se desliga da Record em sinal de protesto ao formato da arrecadação da igreja e dos rolos que o Edir Macedo e outros bispos têm com a justiça? Ele e outros usam a Record para publicar seus recalques com a Globo. E aí a tal “independência” fica comprometida.

    Me decepcionei com este grupo (Record, R7) quando enviei um post civilizado, educado, porém criticando a Record por ter roído a corda na negociação entre TV’s e Clube dos 13, tanto ao Cosme Rimole, quanto a um tal “O Pacificador”, que tira onda de “independente”, “não-manipulável” e crítico contumaz da Globo.

    Publicaram meus posts?

  16. Marcos2012, é crime, sim. Sou negro e me sisto totalmente ofendido se alguem se dirigir a mim como “negro de alma branca”. Em primeiro lugar, alma não tem cor. Em segundo, existe a comparação porque? existe superioridade em que? Infame seu comentário.

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