A Copa América foi aberta com as devidas pompas no Estádio Único, de La Plata, com seus 36 mil lugares lotados. Chama-se “Único” porque só ele tem gramado removível na América do Sul, e outras modernidades únicas, como um super telão sobre o gramado que pode ser visto pelos torcedores nos quatro lados do campo.
É um orgulho argentino e de Buenos Aires a La Plata, há placas gigantes anunciando quantos quilômetros faltam para chegar e que ele é “único” no continente.
Gramado
Claro que aqui não se fala que esse gramado removível vem trazendo sérios problemas para os jogadores que o utilizam, já que a cobertura do estádio impede a entrada do sol em algumas partes, e as placas de grama suplentes nunca estão em perfeitas condições. Que o diga o Cruzeiro, cujos jogadores reclamaram horrores desta grama, em março, contra o Estudiantes, pela Libertadores.
Faz lembrar
O Estádio Único é uma beleza de obra, apesar da construção fazer lembrar a dos estádios brasileiros para a Copa de 2014. Começou em 1997, parou por falta de verba, e foi inaugurada provisoriamente em 2003. Em 17 de fevereiro deste ano, finalmente, foi entregue definitivamente à comunidade de La Plata, pela presidente Cristina Kirchner. Depois de investidos mais US$ 100 milhões na conclusão.
Muito a ver
Outra semelhança conosco é que o Estádio Único é administrado pelos dois clubes de La Plata, Estudiantes e Gimnasia, junto com o governo da província. O mesmo que está previsto para o novo Mineirão, depois de 2014, com Atlético, Cruzeiro, América e o governo de Minas.
E assim como prevê o projeto do nosso, no Único se realizam grandes shows: em março, o U2 se apresentou para 57 mil pessoas. Em julho, será a vez de Madona e depois o Aerosmith.
Seria uma boa
Lamentável que as semelhanças argentinas conosco se resumam a estes aspectos dos estádios. Seria ótimo se fosse assim também nas estradas, por exemplo. De Buenos Aires a La Plata são 60 Km em uma ótima autoestrada. Passei por aqui, 15 anos atrás, indo para Tandil, cobrir o pré-olímpico das Olimpíadas de Atlanta. Era um lixo de estrada: pista simples; passava dentro das cidades; perigosíssima. Fazia lembrar a MG-424 que liga BH a Sete Lagoas.
Determinação
Os argentinos fazem valer a sua cidadania. Raramente há um dia sem protesto nas ruas de alguma classe trabalhadora ou reivindicatória. Chegando ao estádio, um grupo de senhoras e senhores estava posicionado onde a imprensa tinha que passar. Era a FAVIFA – Familiares Victimas do Futbol Argentino, cuja presidente, Liliana Suárez de Garcia, estava presente. Empunhando a bandeira contra a impunidade dos crimes ocorridos entre torcedores de futebol.
Impunidade
O filho de Liliana, Daniel Garcia, foi morto durante a Copa América de 1995, em Paysandu, no Uruguai, por “barras bravas” argentinos; similares das “organizadas” violentas do Brasil. Na época ele tinha 19 anos e os criminosos estão impunes até hoje.
A organização da Copa América impediu que a FAVIFA entrasse no Estádio Único, mas seus integrantes conseguiram fazer chegar até a imprensa que está aqui a sua mensagem.
Outra
Apesar da Bolívia ter goleado a Argentina por 6 x 1 em La Paz, pelas eliminatórias, ninguém acreditava que ela pudesse ser páreo para a seleção anfitriã nessa estreia. A expectativa de todos em mais uma Copa América é a mesma de sempre: Brasil x Argentina na final. Apesar do Uruguai ter sido o melhor Sul-americano na Copa do ano passado.
Mais uma semelhança conosco, que sempre prevemos, antes de começar o Campeonato Mineiro, que vai dar Atlético x Cruzeiro.
Confundiu
O vocalista Bono Vox, da Banda U2, foi vaiado pelo público no Estádio Único, ao abrir o show dizendo que era um prazer estar em “Buenos Aires”. A cidade é La Plata, na província de Buenos Aires, a 60 Km da capital argentina. Consertou e foi aplaudido depois.
* Essas fotos foram feitas hoje pelo jornalista Ricardo Corrêa, companheiro do O Tempo nessa cobertura.
Este prédio fica entre o hal principal e as cabines de rádio, televisão.
A cerveja vendida nos estádios da Copa América é a Quilmes, a mais famosa da Argentina.
4 Responses
É meu caro conterraneo, é dificil demais ser galo, e tal assertiva não e de agora, e desde os tempos que ia ao mineirão com meu querido pai, a partir da decada de 80. Era só sofrimento, como e agora. O atleticano ja esta tão acostumado com as derrotas que muitas das vezes torce para o time não perder de pouco, ou quando ganha, pensamos que e uma zebra. Quanto sofrimento, tenho um sobrinho de 05 anos que pergunto para qual time ele torce, ele que e atleticano me responde que tem vergonha de falar. O que acontece com essas pragas de jogadores qua não dão certo no galo? poer que venderam o tardelli? Estou começando a sentir o cheiro de segunda divisão de novo. Meu velho pai (jose luiz garçon, amigo do “celso gaguinho” faleceu em junho/2007). Um abraço.
– sete lagoas
Ja to sentindo o cheiro de segunda divisão.
– sete lagoas
Chico ja tomei a quilmes e desce bem!
Chico,
Felizmente não vou perder meu tempo com essa copa e vou torcer para que o Brasil saia logo. Não consigo apoiar a CBF em nada.