Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Johan Cruyff estaria completando 76 anos, hoje. Em 1984 ele viu o Atlético ser campeão do Torneio de Amsterdam, contra o Ajax, num show de raça do Galo  

Estádio Olímpico de Amsterdam, 26 de agosto de 1984. Meia hora antes de começar a final do Torneio de Amsterdam, entre Atlético e Ajax, eu estava à beira do gramado informando as escalações na transmissão da Rádio Capital. O narrador era o Celso Martinelli, que interrompeu a minha fala para me alertar:

__ Olha aí Chico, bem à sua frente, a poucos metros de você, um dos maiores jogadores de futebol da história, que encerrou recentemente a carreira, Johan Cruyff, o comandante da Laranja Mecânica holandesa, vice-campeã do Mundo na Copa da Alemanha. Boa oportunidade para você ouvi-lo com exclusividade para toda Minas Gerais.

 

Olhei, localizei, mas fiz sinal para o Celso, uma mímica, pondo a língua para fora, tipo, “não falo a língua dele”.

Com a experiência de tantos anos de rádio, o Celso voltou à carga e resolveu o problema:

__ Pois é, Maia, o Cruyff jogou por cinco anos no Barcelona e graças ao seu espanhol “escorreito” e o seu jeito atrevido de repórter, você dará show nessa entrevista exclusiva com o grande astro do futebol mundial.

 

Entre assustado e incrédulo com a missão que me foi dada, lá fui, com o meu “portunhol”. Atravessei a pequena e baixa cerca entre a pista e a tribuna onde estava Cruyff, amigos e familiares. À direita dele, o sogro.

Sem nenhum segurança para impedir, me aproximei já me dirigindo a ele, que me olhou atento ao que eu falava e numa gentileza impressionante falou durante 10 minutos sobre o que sabia do Atlético, do futebol brasileiro e da bola que rolaria dentro de instantes. Marco Van Basten, Frank Rijkaard e Ronald Koeman estariam em campo pelo Ajax; Reinaldo, Éder e Nelinho, pelo Galo. Ele os conhecia e achava que seria um belo jogo.

Ficou encantado com a seleção brasileira na Copa da Espanha de dois anos antes, admirava Telê Santana e a forma dele colocar seus times para jogar.

O jogo ia começar e tive que encerrar a entrevista, eternamente grato àquela figura gentil, sem estrelismo e paciente. Tornou-se treinador pouco tempo depois e torci para ele e para todos os times que dirigiu. Seu auge na nova profissão foi no Barcelona, onde até hoje é idolatrado.

Infelizmente um câncer de pulmão o levou no dia 24 de março de 2016, aos 68 anos de idade.

A opinião do alemão Franz Beckenbauer, sobre ele como jogador: “Com certeza foi o melhor jogador que a Europa já deu. Em um tempo em que jogadores como o [Gareth] Bale e o [Cristiano] Ronaldo valem perto de 100 milhões de euros, o Johan valeria bilhões!”

Opinião de Pep Guardiola sobre ele como técnico:

“O Johan Cruyff foi quem pintou a capela e, desde então, os técnicos do Barcelona só a restauram ou a aprimoram. Eu não sabia nada de futebol antes do Cruyff. Para mim, é o técnico mais influente de todos os tempos”.

Foto: twitter.com/SEFutbol

Sobre aquela final do Torneio de Amsterdam, foi 2 a 2 no tempo normal, depois de um grande jogo, com muita porrada de ambos os lados. O Atlético deu uma das maiores exibições de raça que já vi de um time de futebol na minha vida. Foi quando o Elzo começou a chamar a atenção do Brasil para o futebol dele. Notado por Telê Santana, dois anos depois seria titular da seleção na Copa do México, junto com o Edvaldo, ponta esquerda, que também jogou muito neste torneio e fez um dos gols nessa partida. Infelizmente, morreu aos 30 anos, no dia 13 de janeiro de 1993, de acidente de carro, dirigindo o seu Tempra Fiat, na Rodovia Castelo Branco/SP, perto da cidade de Boituva.

O Ajax começou vencendo por 2 a 0, gols de Van Basten e Koeman, de falta. Everton diminuiu e o “Pepe Legal”, Edvaldo empatou. Nos pênaltis foi 6 a 5 para o Galo.

O técnico do Atlético era o Procópio Cardozo, que dois dias antes tinha mandado embora da delegação o zagueiro Marinho (ex-Flamengo), Paulinho Kiss (atacante) e Roberto Biônico (atacante), que tinham exagerado numa farra e perderam o treino. Éder estava machucado e ficou no banco para compor e para bater pênalti, se precisasse. Precisou e ele marcou. O zagueiro Fred foi expulso logo no início por causa de uma entrada duríssima no Van Basten, que até hoje ostenta uma enorme cicatriz na coxa.

O time do Atlético:

João Leite, Nelinho, Oliveira, Fred e Elzo, Vitor, Toninho Carinha (Luiz Carlos) e Everton, Catatau (Eder), Reinaldo e Edvaldo.


Santos, fraco. Atlético poderia ter forçado mais para conquistar a primeira vitória, mas time está desarrumado

Perdeu em casa para o Vasco, que subiu da Série B. Hoje, conta um time bem fraco do Santos, poderia ter saído com a vitória, mas não atacou com a intensidade necessária para isso. Hulk, distante da área adversária porque tem que buscar a bola, Paulinho não passa por bom momento.

Nas laterais, o maior problema. Saravia e Mariano na direita pouco produzem ofensivamente; na esquerda, Rubens continua mal; Dodô nem foi relacionado para este jogo.

Depois do jogo, Eduardo Coudet todo sorridente, falando que é preciso melhorar que está trabalhando para isso.

Lembrou que o time dominou o jogo (63% de posse de bola), como se isso valesse três pontos. O Flamengo teve 61% e perdeu mais cedo hoje para o Inter em Porto Alegre. O Palmeiras teve 58% e empatou com o Vasco no Maracanã.

 

Coudet passa a impressão de que ligou o piloto automático ou, pior: “foda-se”! Com seis milhões de dólares para ser demitido, esquentar a cabeça pra quê?

O Santos, dirigido pelo gaúcho Odair Helmann, não ganhou de ninguém da Série A este ano: empatou com o Corinthians pelo campeonato paulista, perdeu para o São Paulo e Palmeiras, e perdeu para o Grêmio, na primeira rodada do Brasileiro.

O time neste 0 x 0:

Everson, Saravia (Mariano), Mauricio Lemos (Jemerson), Bruno Fuchs e Rubens (Vargas); Otávio, Zaracho, Edenilson (Patrick) e Hyoran (Pavón); Hulk e Paulinho. Técnico: Eduardo Coudet

Quarta-feira, Copa do Brasil, 19h30, em Pelotas contra o Brasil, jogo da volta. Aqui foi 2 x 1 pro Galo.


Erros individuais comprometem o América novamente na segunda derrota consecutiva no campeonato

Dos três gols do São Paulo, apenas o segundo não foi por falha individual. O placar foi mais alto do que o futebol mostrado pelos dois times. O Coelho teve muito volume de jogo mas isso não resolve, quando se desperdiça tantas oportunidades e se erra tanto na defesa.

No primeiro gol, Marlon perdeu a bola na saída pro jogo e o goleiro Cavichioli também falhou no gol do Luciano. No terceiro, Ricardo Silva recuou errado para o goleiro e Marcos Paulo agradeceu o presente, fazendo  2 a 0. Calleri foi o autor do segundo.

Terceira derrota consecutiva, duas pelo Brasileiro e a para o Defensa y Justicia pela Copa Sul-americana.

Próximo jogo pelo Brasileiro será outra parada difícil, contra o Santos, na Vila Belmiro, sábado. Antes, tem Copa do Brasil, quarta-feira, contra o Nova Iguaçu no Independência, jogo de volta. Na ida, venceu por 2 a 1 na ida.

A ficha do jogo:

São Paulo

Rafael, Raí Ramos, Arboleda, Lucas Beraldo e Patryck (Caio Paulista); Rodrigo Nestor (Alisson), Luan (Gabriel), Pablo Maia e Michel Araújo (Wellington Rato); Calleri e Luciano (Marcos Paulo).

Técnico: Dorival Jr.

América

Matheus Cavichioli, Nino Paraíba (Marcinho), Éder, Ricardo Silva e Marlon; Lucas Kal, Juninho e Martínez; Everaldo (Adyson), Matheusinho (Felipe Azevedo) e Aloísio (Wellington Paulista).

Técnico: Vagner Mancini.

Gols
Luciano (20 min 1ºT), Calleri (36 min 2ºT), Marcos Paulo (49 min 2ºT) do São Paulo

Cartões amarelos
Pablo Maia, Patryck, Raí Ramos, Luciano (São Paulo); Lucas Kal, Everaldo, Éder (América)

Estádio Morumbi, em São Paulo

Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães
Auxiliares: Thiago Rosa de Oliveira e Cristhian Passos Sorence
Árbitro de vídeo: Daniel Bins.

Público: 41.006 torcedores
Renda: R$ 1.554.942,00


Futebol animador do Cruzeiro na vitória sobre o Grêmio

Foto: @Cruzeiro/@ggaleixo

O Independência funcionou como caldeirão e o empurrão da torcida ajudou muito. Uma vitória que supera a desconfiança geral que havia em torno do elenco para este Brasileiro. O Cruzeiro jogou com personalidade e mostrou consistência, errando pouco. Contra um adversário que, assim como ele, retorna à Série A, porém investiu muito mais na montagem do seu elenco. O uruguaio Luis Suárez é um exemplo. Entre os salários mais altos do futebol brasileiro atualmente.

O técnico Pepa elogiou o time e se disse impressionado com a força da torcida:

“As primeiras palavras são para a torcida. Não é puxar o saco. É arrepiante. Desde que saímos da Toca até o caminho no Independência, sentimos apoio. Agora, cabe a nós puxarmos pela torcida. Não vale a pena fazer um bicho de sete cabeças pelo estádio. Eu disse aos jogadores que onde formos jogar, vamos ter a torcida conosco. Acabo como comecei. A torcida foi impressionante. Primeira vez que sinto isso. É arrepiante. Não vamos ganhar sempre, mas temos que ter sempre essa atitude dentro de campo”.

“Fizemos um grande jogo. A minha felicidade é pelos jogadores. Eles já mereciam há muito tempo uma vitória destas. Foi uma vitória de muita qualidade. Tivemos de tudo, até sofrimento no fim”.

A ficha do jogo:

Cruzeiro
Rafael Cabral, William, Lucas Oliveira, Luciano Castán e Marlon; Richard (Neto Moura, 30’/2ºT) e Ramiro (Filipe Machado, 12’/2ºT); Mateus Vital (Wallisson, 36’/2ºT), Nikão (Rafael Bilu, 12’/2ºT) e Bruno Rodrigues; Gilberto.

Técnico: Pepa.

Grêmio
Gabriel Grando, João Pedro, Bruno Alves, Kannemann e Diogo Barbosa; Lucas Silva (Galdino, 41’/2ºT) e Nathan (Zinho, 34/2ºT); Bitello, Vina (André, 34’/2ºT) e Cristaldo (Gustavinho, 41’/2ºT); Suárez.

Técnico: Renato Portaluppi.

Gol: Bruno Rodrigues, aos 18 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Ramiro, Gilberto, Richard, Lucas Oliveira e Marlon (C); Suárez, Kannemann (G).
Cartão vermelho: Lucas Oliveira (C)

 Arbitragem: Flavio Rodrigues de Souza (FIFA), auxiliado por Alex Ang Ribeiro (FIFA) e Evandro de Melo Lima. VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (FIFA), todos de SP.

Próximo jogo do Cruzeiro, terça-feira, pela Copa do Brasil contra o Náutico, partida de volta, no Independência. Precisa vencer por dois gols de diferença, já que perdeu em Recife por 1 a 0.


Muita gente acertou alguns nomes, alguns erraram feio. A turma da foto, na chegada a Veneza em 1982

Muita gente acertou alguns nomes, alguns erraram feio. A turma da foto, na chegada a Veneza em 1982 é: da esquerda para a direita, os saudosos Valtinho (roupeiro), Barbatana (técnico), eu, Heleno, Tita, Pereira, o também Gregório (massagista) e João Leite; Lacerda (preparador físico), Cerezo e Volney Andrade, diretor das categorias de base.


Parabéns Toninho Cerezo, o “Monstro da bola”, 68 anos, hoje!

Foto: @Atletico

Com aquele vozeirão e narração inigualáveis, o saudosíssimo Vilibaldo Alves berrava: “… Toninho Cerezo, o monstro da bola… Toninho Cerezo o monstro da bola…”

Paulo Roberto Pinto Coelho, o “repórter que sabe de tudo”, o chamava de “Patrão da bola”.

Cerezo à direita, ao lado de João Leite, Reinaldo, Marcelo, Nelinho e Paulo Isidoro. Foto postada ano passado por João Leite, de encontro na casa do Marcelo, de jogadores que marcaram na história do Galo e do futebol brasileiro e mundial.

Bem cedo, o Procópio Cardoso, que foi treinador dele no Atlético, twitou: @procopiocardozo “Toninho Cerezo um dos maiores que vi jogar está fazendo 68 anos. Se empenhava nos treinos com a mesma intensidade dos jogos. Tínhamos que contê-lo nos treinamentos. Em 80 coloquei pra jogar na meia e posteriormente o indiquei pra Roma onde foi bicampeão. Monstro da bola. Sem mais.”

E eu comentei lá @chicomaiablo Que jogador, e ser humano fantástico! Que prazer e honra ter sido repórter setorista do Galo com ele no auge e gente como você @procopiocardozo! Parabéns e felicidades sempre, Cerezo!”

As circunstâncias o levaram a cometer o maior erro da vida dele, de jogar no Cruzeiro, e pior: salvar a Raposa do rebaixamento do Brasileiro em 1994.

A relação de paixão entre ele e a massa do Galo era grande demais e, como diz o pontenovense Tunai, na música As aparências enganam, “o amor e o ódio se irmanam nas fogueiras da paixões…”.

Depois voltou a jogar e comandar o Galo como técnico, mas as relações nunca mais foram as mesmas. Entendo que paga mais caro do que deveria, mas paixão é paixão e quando se rompe, sai de baixo.

Um grande ser humano e como jogador, fora de série. Era o cérebro, motor e pulmão do melhor time do Galo que vi jogar, um dos melhores do mundo. Este, vice-campeão (roubado) de 1980: João Leite, Orlando, Osmar, Luizinho e Jorge Valença; Chicão, Cerezo e Palhinha; Pedrinho, Reinaldo e Eder.

O técnico era o Procópio, que  twitou sobre a formação desta máquina:

“O time da campanha do hexa nós começamos a montar em 1978 com o presidente Walmir Pereira. E no decorrer dos anos tanto ele como Dr Elias Kalil me deram o tempo que precisei e os reforços que pedi como Orlando, Luizinho, Valença, Chicão, Palhinha e Éder. Indiquei todos eles.”

Essa foto, ninguém nunca tinha visto antes, pois é minha e nunca a havia publicado. Achei nos meus “alfarrábios”, como diria o Mestre Kafunga. Foi numa das mais marcantes excursões do Galo à Europa, quando ganhou o Torneio de Paris, em 1982, um mês depois da Copa da Espanha.

O time estava hospedado em Rimini/Itália para disputar o torneio de Cesena, que fica a 35 Km de distância. Parte da delegação aproveitou um dia de folga e deu uma esticada para conhecer Veneza. Fui junto.

Será que você sabe o nome de todos aí? Tem treinador, preparador físico, roupeiro, massagista, diretor, jornalista e jogadores. Vale chutar, e amanhã escrevo o nome de todos, da esquerda para a direita, hehehe…


Finalmente Cuca fala abertamente sobre o caso na Suíça, e a condenação. Se arrepende de não ter falado mais, antes

Foto: @Corinthians/Rodrigo Coca

A vítima não o reconheceu como um dos estupradores, em três depoimentos. Ele foi condenado por fora julgado à revelia, pois o Grêmio, seu clube da época, não se mexeu e ele não tinha cabeça nem dinheiro para tomar as providências que deveria tomar.

Isso há 36 anos atrás. Como o assunto parecia ter morrido ele não se pronunciava sobre isso. Nem mais recentemente, quando começou ser questionado. Foi o seu grande erro, pois a desinformação geral o transformou num monstro. Afinal, foi condenado. Parece que, injustamente, mas enfrenta as consequências de não ter esclarecido e nem se defendido juridicamente, já que a condenação existiu.

Grande parte da coletiva de apresentação dele pelo Corinthians, hoje à tarde, foi sobre isso:

“Eu não sou do mal; eu não sou bandido; não sou culpado de nada. Sou inocente. Tenho minha consciência tranquila, durmo tranquilo. Eu sou uma pessoa decente, acima de tudo. Minha bandeira sempre foi a correção”

 

“Subiu uma menina para o quarto em que eu estava com mais três jogadores. Eram duas camas de casal. Essa foi minha participação. Sou totalmente inocente; tenho uma lembrança muito vaga, porque faz muito tempo. O quarto era em formato de L; você não sabe, você não vê”.

 

“O mais importante não é a palavra da vítima? Ela falou: ‘Eu não o conheço, não vi, não estava’. Foram três vezes. A palavra da mulher era que o Cuca não estava lá. Como posso ser condenado? Pelo quê?”

 

Segundo a Folha de S. Paulo, Cucaa foi “… liberado ao fim da fase de instrução no processo… voltou ao Brasil. No julgamento, teve sentença de 15 meses de prisão e pagamento de US$ 8.000, mesma pena aplicada a Henrique e Eduardo. Fernando foi considerado cúmplice e condenado a três meses de prisão, com multa de US$ 4.000… não foi à Suíça para se defender nem para cumprir a pena estipulada…”

 

“Eu era um quebrado, tinha 23 anos, não tinha dinheiro para pegar o voo. Fiquei sabendo que fui condenado, coisa de um ano depois. Se eu pudesse voltar ao passado, iria lá. Pronto. Já estou absolvido”

 

“Por que devo desculpa para a sociedade se eu não fiz nada? A vida passou quase 37 anos. Joguei aqui do lado, treinei vários times, nunca fui questionado. Nos últimos dois anos, a coisa mudou. O mundo mudou, de um jeito melhor, a mulher tem uma defesa muito maior, e sou parte disso, quero isso. Sou pai, sou marido, sou filho. Quero que as mulheres estejam cada vez mais protegidas.”

 

Ele reconhece que cometeu dois erros: não ter se defendido no processo e não ter falado mais sobre o assunto antes. Sobre o Corinthians, que vai dirigir pela primeira vez, disse:

“Estou energizado. Vou fazer um bom trabalho aqui. Tenho certeza e convicção de que vou fazer um bom trabalho aqui. Hoje, pode ter protesto, e eu vou passar por cima de tudo. Se tiver protesto, vou saber como passar por cima, mas de consciência tranquila. Isso é a maior coisa que um homem pode ter: saúde e paz. Você tendo isso, você dorme tranquilo. Eu durmo tranquilo, graças a Deus.”


Impunidade de Cuca, Robinho e tantos outros por crimes e condenações de décadas atrás vai atormentá-los até o fim da vida de cada um

Foto: @Atletico/Pedro Souza

O bate-papo na Rádio CBN na tarde desta quinta-feira era sobre a rodada internacional da quarta e a do Brasileiro do fim de semana. Mas, bastou um dos comentaristas informar que o Corinthians tinha acabado de contratar o técnico Cuca, que a conversa mudou radicalmente. Parecia que tinha começado o noticiário policial. Começando pela âncora do programa, que desceu o cacete, chamando de hipócrita a diretoria do clube, que tem abraçado campanhas em defesa dos direitos da mulher e agora contrata um condenado por estupro na Suíça, crime cometido em 1987, durante uma excursão do Grêmio à Europa.

Ao mínimo esboço de tentativa de defesa do hoje avô, por qualquer participante do programa, a âncora e outros partiam pra cima, com argumentos firmes e palavras fortes; verdadeiros, para a infelicidade de Cuca.

Mais tarde, e hoje, em todos os meios de comunicação onde sai a notícia sobre o “novo técnico do Corinthians”, o foco principal é o “estupro coletivo” de uma menina de 13 anos em Berna, na Suíça, e o caso relembrado. Fazer o quê?

Quem comete qualquer crime, de maior ou menor relevância, tem que pagar. Na maioria dos países evoluídos, paga.

Daniel Alves está comendo o pão que o diabo amassou na Espanha, preso desde o fim do passado, acusado de estupro numa boate em Barcelona. Famoso, rico, poderoso, protegido, blindado e privilegiado no Brasil, está lá, atrás  das grades, tratado como qualquer cidadão que tem contas a prestar à justiça espanhola. No Brasil é diferente; aqui ele estaria curtindo uma praia e as baladas, como se nada tivesse acontecido.

O mundo mudou, e mesmo em passos de tartaruga, o nosso país também está mudando. Se a justiça por aqui enxerga quando quer; os olhos e a voz das ruas têm sido implacáveis. A imprensa e as redes sociais não dão trégua e quem fica em débito, por alguma violação grave, está pagando, e caro. A vida do sujeito ou da sujeita vira um inferno, sem direito a sair de casa, pois será xingado, execrado e em muitos casos até agredido fisicamente. Se algum veículo de imprensa tenta proteger um “queridinho” ou “queridinha”, por algum intere$$e, as redes sociais denunciam e a situação dos envolvidos piora. Outros veículos, concorrentes ou não, entram na parada e esmiúçam a vida das figuras e de todo mundo à sua volta. Antes da existência das redes sociais havia uma espécie de pacto de silêncio entre os grandes jornais, rádios e revistas. Poderosos raramente se tornavam manchetes pelos delitos que cometiam.

Neste aspecto, a chegada da internet foi uma bênção. Pena que é incontrolável e todo tipo de absurdo é postado, impunemente. Essa é a grande diferença entre as redes e a imprensa formal. Enquanto na internet é muito difícil alguém ser condenado pelo que posta, os veículos formais, que têm CNPJ, têm de se virar para enfrentar as consequências pelo que publicam. Pagar advogados, gastar tempo e muito dinheiro, comparecer diante de um juiz, enfrentar audiências intermináveis, enfim…

No caso do Cuca, a condenação na Suíca foi para ele e mais três colegas de time, mas só ele está purgando publicamente, pois é o único que ficou mais famoso e ganhou mais dinheiro depois que parou de jogar bola. Ele tinha 24 anos na época. O tempo passou, se tornou pai, avô e um dos futebolistas de maior sucesso do Brasil. Se imaginasse que, 36 anos depois, estaria pagando tão caro, teria topado enfrentar os 15 meses a que foi condenado pelos tribunais suíços em 1989.

Em 2021, quando foi campeão brasileiro pelo Atlético, o nome dele surgiu como sucessor natural do Tite na seleção brasileira, para depois da Copa do Catar. A imprensa do Brasil e de boa parte do mundo passou a desenvolver pautas sobre essa possibilidade com viés delicados para ele, tipo: ele comandará a seleção em um eventual amistoso na Suíça ou país que poderia extraditá-lo para lá? A CBF aguentaria a pressão por contratar um condenado por estupro? O “Fair Play” pregado pela FIFA, cuja sede é na Suíça, admitiria isso?

Pois então! Morreu quase que no nascedouro a possibilidade de Cuca se tornar comandante da seleção, sonho de todo treinador brasileiro.

O exemplo vale para Robinho. Deveria acatar a condenação que lhe foi imposta pelos tribunais italianos e cumprir a pena. Do contrário, terá de conviver com a execração pública e todo tipo de limitações de ir e vir, sem falar no fim de suas atividades profissionais no futebol.

E vida que segue!

Mais detalhes sobre a triste história do estupro e a pressão que a diretoria do Corinthians está sofrendo, no portal da ESPN:

*  “Cuca condenado na Suíça: o que se sabe sobre o caso envolvendo o novo técnico do Corinthians”

Foto: @Atletico/Pedro Souza

Cuca, na época jogador do Grêmio, foi detido ao lado de Eduardo HamesterHenrique Etges e Fernando Castoldi, também atletas. Todos foram acusados de terem estuprado Sandra Pfäffli, que tinha apenas 13 anos, durante uma excursão do Tricolor Gaúcho na Europa.

Segundo a investigação da polícia local, a menina se dirigiu ao quarto de hotel dos jogadores gremistas com alguns amigos para pedir uma camisa do clube brasileiro. Os atletas, então, expulsaram os acompanhantes de Sandra e a abusaram sexualmente. (mais…)


Resultados ruins do América em discussão: idade avançada, insistência com alguns jogadores, ausência do Benítez

Foto: @America/Mourão Panda

Os últimos resultados mostram uma queda surpreendente de rendimento, plenamente reversível. Porém, o momento é agora para o Coelho discutir os seus rumos, apurar o que realmente está havendo e retomar o caminho certo.

Para mim, as contusões que sempre atormentaram a do Benitez voltaram a atrapalhá-lo, e por consequência, o time. Assim como Hulk no Galo, este argentino de 28 anos é meio time do América. Um “faz tudo”, com a bola rolando, nas cobranças de faltas e escanteios, o cérebro, que cadencia o jogo, que chama a responsabilidade para si quando as coisas vão mal, enfim. Sem ele, o América patina, empata e perde.

Foto: @America/Mourão Panda

Também concordo com opiniões de alguns comentaristas  americanos aqui do blog, cujas opiniões destaco a seguir, sobre o momento ruim do Coelho, que espero, tenha passado e que volte ao normal nos próximos jogos pelo Brasileiro e Sul-americana.

Obrigado ao Marcelo Amorim, que escreveu depois da derrota para o Fluminense, ao Ed Diogo e Roberto Fonseca, depois da derrota para o Defensa y Justicia, pela Sul-americana:

 

Marcelo Amorim

“Chico, acredito que o cansaço também pesou nessa derrota do América. Mancini joga pressionando. A média de idade do time do América que começou jogando é de incríveis 31 anos e meio. Isso deu certo por duas temporadas, mas o time envelheceu. Nino Paraíba, Felipe Azevedo, Henrique Almeida e Alê precisam encerrar o ciclo e ir para o banco.”

 

Roberto Fonseca

“Bom dia Chico,

está provado que campeonato mineiro não serve de base para avaliar o plantel. Últimos 3 jogos, 2 derrotas. A insistência com o tal de Felipe Azevedo é irritante. Acho que o Mancini perdeu o respeito do grupo, o time parece desmotivado. Deus salve o América que mais uma vez começa a frustrar a nossa pequena e sofrida torcida.”

 

Ed Diogo

“Todos nós americanos sabíamos que o time do ano passado precisava de reforços, menos o nosso mandatário maior o Salum que não sabia, e gosta de viver perigosamente. Só não entendo o Mancini um técnico experiente deixar isto acontecer. Nós somos o único time de Minas QUE não está quebrado, ao contrário temos dinheiro e vai chegar mais vindo de um jogador que nos foi tirado por um timinho qualquer. Mas sem desespero o ano está começando.”


Com apagão no início do segundo tempo, América perde para o Defensa y Justicia em Buenos Aires

Foi o  próprio técnico Wagner Mancini usou a definição “apagão”, para explicar a derrota  de 2 a 1 para o time argentino. O primeiro tempo foi equilibrado, mas no segundo, Julian López, de voleio, fez 1 a 0. Menos de dois minutos depois, Soto, que fez 2 a 0. Aos 18, Lucas Kal, diminuiu para o Coelho.

Na coletiva após a partida, Wagner Mancini disse: “Nós tínhamos o domínio das ações bem arquitetadas em campo. Aí vem o segundo tempo e sofremos o gol, num lance de beleza e muita plástica. Aquilo que nós tínhamos visto diante do Fluminense, que foi nosso último jogo, aconteceu hoje novamente. Após o gol, a equipe deu aquele apagão e na sequência tomamos o segundo.

Aumentamos o volume de jogo e fomos mais participativos. Mas não conseguimos chegar nem ao empate. O adversário também tem seu mérito. Temos que aprender com os erros e tentar detectar o mais rápido possível porque após tomar o gol a gente tem caído um pouco de produção. Isso é uma estatística do futebol, até cinco minutos após o gol, as equipes ficam um pouco abaladas emocionalmente e acabam tomando o segundo”.