Sérgio Santos Rodrigues, em foto do Igor Sales/Cruzeiro
Com as iniciais do Sérgio Santos Rodrigues, é assim que muitos cruzeirenses estão chamando o atual momento do clube, com a posse da nova diretoria, dia 1º. Advogado, 38 anos, o presidente foi eleito para um mandato tampão, que será cumprido até dezembro deste ano, concluindo o trágico período que seria de Wagner Pires de Sá. Diferentemente do antecessor, Sérgio não é um paraquedista no Cruzeiro, muito pelo contrário. Já ocupou cargos de relevância em gestões passadas e é ligado ao Zezé Perrella, de quem é advogado. Contou com o apoio fundamental de Pedrinho Lourenço (Supermercado BH) e continua contando, de forma mais fundamental ainda, para a injeção de recursos nestes primeiros momentos de absoluto sufoco para pagar contas urgentes.
O discurso é otimista, com razão, para que assume um grande clube, detentor de uma das maiores torcidas do país. Como disse Alexandre Kalil quando assumiu o Atlético, em fins de 2008, tão quebrado quanto: “em time grande, se o presidente não roubar e não deixar roubar, o dinheiro rende e dá pra fazer tudo que precisa ser feito…”. As fontes de arrecadação são muitas e fartas.
Neste contexto de crença na recuperação do Cruzeiro, transcrevo coluna de uma das pessoas mais bem * informadas sobre o clube que conheço, que é o João Chiabi Duarte, do site Debatezeiros:
* “O Cruzeiro vai renascer das cinzas”
O momento exige apoio total ao Sérgio Santos Rodrigues Mundo Azul,
☻ A situação é difícil, mas, acredito muito no arrojo do Presidente e na reversão da situação – Não bastassem os problemas decorrentes da queda absurda de receita com o rebaixamento à série B, o processo de endividamento do clube agora apontado no balanço de R$ 394 milhões apenas no ano de 2019, algo realmente inexplicável, tornou ainda mais complicada a situação do nosso clube do coração.
Com R$ 803 milhões de dívidas, excluída a parte do PROFUT praticamente sem juros, só de custos financeiros o Cruzeiro desembolsou em 2019 o valor de R$ 127 milhões. Os custos administrativos DOBRARAM sem nenhuma explicação plausível (23 à 47 milhões). E na parte das receitas o Cruzeiro perdeu em todas as rubricas (vendas de jogadores, arrecadação de bilheteria, sócios do futebol, cotas de TV, patrocínios, etc).
O desafio do nosso novo presidente Sérgio Santos Rodrigues é enorme, mas, é importante se ressaltar que parte importante e fundamental das ações de ajuste já foram feitas pelo Conselho Gestor, reduzindo a folha salarial dos atletas de R$ 16 milhões mensais x 13.3 = R$ 212.8 milhões / ano para algo em torno de R$ 3 milhões mensais = R$ 39.9 milhões anuais. Ajuste positivo de R$ 172.9 milhões.
Na parte administrativa ainda estão em estudos outras medidas relevantes, mas, até aqui se estimam R$ 25 milhões anuais de redução nos gastos.
Cumpre destacar ainda outras ações relevantes do Conselho Gestor que foram:
- Negociação das dívidas e retomada da relação com a Minas Arena, permitindo além da redução do valor a ser pago, uma carência importante para aliviar o caixa do clube neste período muito difícil da vida do clube.
- Volta do Cruzeiro ao PROFUT
- Redução das perdas de mando de campo, decorrentes de processos de 2019
- Cancelamento de cartão de crédito corporativo, venda dos veículos e suspensão das linhas telefônicas usadas pelo presidente e diretoria do clube.
- Nova aproximação com a gestão das equipes de vôlei SADA -Cruzeiro e busca de patrocínio para recriar a vitoriosa equipe de atletismo do Cruzeiro que sob o comando de Alexandre Minardi fez o nome do Cruzeiro brilhar no esporte.
- Análise Geral de todos os contratos de atletas do clube
- Envio de proposta de reforma estatutária ao Conselho Deliberativo
- Criação do Portal da Transparência
- Relatórios de auditorias da Moore (Auditoria contábil) e da Kroll (investigação corporativa) para dar visibilidade a todo o processo de endividamento do clube.
Porém, a única falha do Conselho Gestor foi não cumprir o pagamento de dívida de R$ 5 milhões em função da contratação de Denílson (Al Wahda – Arábia Saudita), o que resultou na perda de 6 pontos, tornando nossa tarefa de acesso muito mais complicada.
Antes de virar a página é importante lembrar onde começaram estas dívidas da FIFA. Todas se iniciaram por volta do 2º semestre de 2016 e até hoje não consigo entender porque o Cruzeiro contratou e deixou de pagar todo mundo (Riascos, Arrascaeta, Denílson, Ábila, Sóbis, Caicedo, Latorre, Pizano, Careca, Ezequiel, Halef Pitbull, Paulo Bento, entre outros, isto apenas na gestão do 2º mandato do Dr. Gilvan). (mais…)