Blog do Chico Maia

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Feliz retorno a Minas ao Willian Bigode, agora no América

Imagem: americafc.com.br

Foi muito importante ao Santos no retorno do Peixe à Série A ano passado. Está com 38 anos de idade, mas sempre se cuidou bem, profissional sério. Deverá ser útil demais ao Coelhão na sua luta por uma das quatro vagas do acesso para 2026.

Que tenha paciência com as zoações de torcedores nas redes sociais por causa da enrascada financeira a que incentivou o Gustavo Scarpa entrar, e se estrepar. É a vida, é o jogo!

No mais, sucesso a ele, bem vindo sempre a Minas Gerais.

Comunicado do América, logo depois da assinatura do contrato, ontem:

“O América acertou a contratação do atacante Willian Dubgod, jogador de 38 anos, que assinou contrato definitivo até o final do Campeonato Brasileiro com o Coelho. Seu último clube foi o Santos, equipe pela qual o atleta foi vice-campeão paulista e campeão da Série B, na temporada de 2024.

Multicampeão em sua carreira, o novo atacante do América chega ao clube depois de ter passado em times como Guarani, Figueirense, Athletico, Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro, Metalist da Ucrânia e Fluminense. 

Entre os vários títulos na carreira, Willian Dubgod já venceu uma Copa do Brasil, sendo também tricampeão da Libertadores e tetracampeão brasileiro, além de já ter conquistado estaduais como o Paulista, Mineiro e o Carioca.”


Tem mineiro no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: Ainda Estou Aqui! “Esse filme deveria ser visto por todos”

Selton Mello, Walter Salles e Fernanda Torres, vencedores com “Ainda Estou Aqui”. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Mineiro, de Passos (Sudoeste de Minas, 350 Km de Belo Horizonte, pela MG-050), com a mineiridade de sempre, Selton Mello, entrevistado ontem, momentos antes da cerimônia em Los Angeles, pela @GloboNews, respondeu:

“Certamente vou tietar todo mundo, porque eu nasci em Passos, interior de Minas Gerais, e isso não é normal para mim, não. Mas sabe o que é mais legal? Eu nem preciso fazer muito esforço, porque o filme é amado, então agora são essas pessoas que estão chegando para mim e falando ‘você é quem faz o Rubens Paiva? Eu amei o filme’, e eu assim: ‘O que, Ralph Fiennes? Você falando isso para mim?’”, diz o ator Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva em “Ainda estou aqui”, direto do tapete vermelho do Dolby Theatre, em Los Angeles, antes do início da cerimônia do Oscar…”

Viva Passos, viva Minas Gerais, sucesso sempre ao Selton Mello, que só de chegar a este tapete vermelho já era um vencedor.

E faço minhas as palavras do economista, jornalista Ricardo Amorim, ex-apresentador do programa Manhattan Connection:

@Ricamconsult

“Pela primeira vez, deu Brasil no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, com Ainda Estou Aqui! Merecidíssimo. Repito abaixo o que publiquei quando assisti ao filme, em novembro passado: “Esse filme deveria ser visto por todos. Um povo que desconhece ou se esquece de sua História está fadado a repeti-la. Abundam, cada vez mais, no Brasil e no mundo, líderes políticos que dividem o povo por ideologia, transformam em inimigo quem não os apoia incondicionalmente – mesmo quem defende completa ou parcialmente a mesma ideologia, mas aponta seus erros.

Nesse processo, aproveitam-se dos defeitos, fragilidades e baixíssima popularidade de outros pilares democráticos – em particular Justiça e Congresso – e os desmoralizam e enfraquecem de vez. No início aos poucos e, depois, de sopetão, subjugam as instituições democráticas e as dobram a sua própria vontade. Em função dos defeitos reais dessas instituições, e assustados pelos excessos do grupo ideológico contrário ao seu, muitos lhes apoiam com estusiamo.

Com séquitos de apoiadores dispostos a não apenas tolerar e negar, mas até mesmo apoiar seus excessos, esse grupo almeja poder absoluto para implementar o que prega. É assim que surgem ideologias extremas e ditaduras de esquerda e de direita – como o comunismo, facismo e nazismo, na década de 30, ou as ditaduras militares, na América do Sul, na década de 60.

Uma vez implementada a ditadura, rapidamente, migra-se do sonho ingênuo de muitos de que uma liderança iluminada consertaria o país à dura realidade de corrupção generalizada, abusos de poder e perseguições políticas, mas aí já é tarde. Para piorar, a reversão dessa situação costuma levar décadas, arruinando a vida de uma ou mais gerações.

Por isso, esse filme é fundamental; uma verdadeira obra-prima, muito dolorida de assistir, mas importantíssima. Isso tudo sem nem falar na atuação maravilhosa da Fernanda Torres, a fotografia marcante e linda, e a direção sempre impecável do Walter Salles. Enfim, o Brasil não poderia estar melhor representado no Oscar.”


Contusõe$ e negócio$: Scarpa, Hulk, Ronaldinho Gaúcho, Kafunga, SAF$ e um pouco da história

Foto: Pedro Souza/Atlético

Scarpa se machucou durante o treino, mas tudo indica que não é nada grave. Importantíssimo para o time. Mas a situação que preocupa mesmo é a do Hulk. Não pela contusão desta semana, mas para o futuro do Atlético, que vale refletir. Há quatro anos ele carrega o time. Profissional 100%, dentro e fora de campo, desses que entram definitivamente para a história, não só do Galo, mas do futebol mineiro e brasileiro. Hulk foi um “achado” do presidente

Infelizmente, como diz o filósofo diamantinense Waldívio Marcos de Almeida, “o tempo é praga, e arregaça com o sujeito”. Verdade verdadeira. Hulk tem 38 anos e está em plena forma graças aos cuidados que sempre tomou. O problema é que o corpo tem limites e a data de validade chega, principalmente em certas profissionais, como a de jogador de futebol.

Todo time, para brigar na parte de cima de qualquer tabela de classificação, precisa de um jogador acima da média. Há quatro anos Hulk é este jogador. Substituiu Ronaldinho Gaúcho, o fora de série antecessor dele no Galo. Antes dele, os presidentes Daniel Nepomuceno e Sérgio Sette Câmara até tentaram, com Robinho e Fred, que não deram o retorno esperado.

Ronaldinho com Alexandre Kalil na Sala de Imprensa Roberto Abras, na Cidade do Galo, em foto do Bruno Cantini/Atlético

Não é fácil conseguir “negócios de ocasião” como o Atlético conseguiu em sua história recente como Ronaldinho e Hulk.

No caso do paraibano, méritos do então técnico Jorge Sampaoli e do diretor de futebol Rodrigo Caetano, que tiveram a ideia, e da diretoria, comandada pelo Sérgio Coelho, que acatou, em janeiro de 2021, com negociações iniciadas ainda em 2020. Hulk e Nacho Fernandez, que também foi muito importante no ótimo time de 2021.

Até os anos 1980 o Galo tinha fábrica de grandes jogadores e alguns gênios, como Reinaldo e Cerezo. Mas a mão de obra qualificada dessas fábricas também é cada vez mais difícil de se conseguir. Não se acha mais o “seus” Zé das Camisas, Barbatana, Telê Santana e alguns outros.

Cito Telê, porque ele trabalhava em sintonia absoluta com a base. Assistia treinos, levava a rapaziada para treinar com os profissionais, trocava ideias com as comissões técnicas quase que diariamente, com os olheiros e dava palpites.

Não foi à toa que o presidente Nelson Campos o tirou do comando do juvenil do Fluminense para comandar o profissional do Galo que foi campeão brasileiro em 1971. Por isso, o dirigente precisa ser competente e ter visão. O Atlético e outros grandes clubes brasileiros sobrevivem e crescem porque têm e ou tiveram comandantes brilhantes e apaixonados pelo clube.

Não foi à toa que Elias Kalil em seu discurso ao assumir a presidência do Atlético, encheu a bola do seu antecessor, derrotado por ele na eleição, Walmir Pereira, reconhecendo o grande trabalho que ele fez à frente do clube. E manteve o técnico, o mineiro de Salinas, Procópio Cardoso, porque ele era excelente.

Buscou Éder, no Grêmio; Chicão no São Paulo (contra a maioria da torcida na época), Palhinha no Corinthians (velho algoz do Galo com a camisa do Cruzeiro), Nelinho no Cruzeiro, e montou o melhor Atlético que eu vi pessoalmente, um dos melhores da história do futebol.

Dessa safra de dirigentes, em Minas e no Brasil, muitos quebraram em seus negócios particulares, por colocar dinheiro e se dedicar integralmente aos clubes. Até chegar essa onda SAF, que parece ser irreversível.

Nada contra as SAFs, muito pelo contrário. O que incomoda é essa postura arrogante, plantada, de que qualquer crítica aos donos é “ingratidão” da torcida ou “perseguição” de setores da imprensa. Como se estes clubes gigantes tivessem nascido a partir da chegada delas.

No Cruzeiro, Ronaldo teve a audácia de dizer que se não tivesse comprado o clube teria fechado as portas. Saiu no lucro e deixou “viúvas” na torcida dizendo que quem criticava qualquer erro dele era “ingrato”.

Atualmente aquele tipo de dirigente é cada vez mais raro.

Em outros tempos, valia a máxima do mestre Kafunga: “no futebol, quem tem, põe; quem não tem, tira!”.

Agora, quem tem, põe, e depois tira, com juros, correção, dividendos, patrimônio e etecetera e tal.

E viva o futebol, viva o Brasiiiiilllll

Foto: Instagram/RonaldinhoGaúcho

João Leite, Cerezo, Osmar, Orlando, Luizinho e Jorge Valença; Pedrinho, Chicão, Reinaldo, Palhinha e Éder, o timaço de 1980. (Foto: reprodução/Atlético)


Elenco do Cruzeiro melhor que o do Flamengo, segundo o Fabrício Bruno. Talvez, segundo ele mesmo

Zagueiro Fabrício Bruno em foto do Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Imediatamente após todo mau resultado ou fracasso, dirigentes, treinadores e jogadores que exercem papel de liderança costumam exagerar nas tintas e falar mais do que deviam.

Na ânsia de preservar o grupo e juntar os cacos, depois da eliminação pelo América, o zagueiro Fabrício Bruno soltou essa:  

– Vou ser muito sincero, transparente e direto como sempre fui em toda minha carreira. Talvez eu nunca tenha pego um elenco tão bom quanto esse. 

Cê besta! Ele veio simplesmente do Flamengo, que, do goleiro ao ponta esquerda, mais o banco de reservas é o melhor do país e do continente.

Ainda bem que o Fabrício usou a palavra “talvez”, uma ressalva que serve pra resguardá-lo das óbvias cobranças que ele enfrentaria ao falar isso.

O elenco do Cruzeiro não é ruim, mas muito longe de ser o melhor do país. É um dos mais caros, mas aí é outra história. O próprio Fabrício Bruno foi um dos investimentos mais altos feitos pela Raposa para esta temporada: R$ 44 milhões, fora as premiações. De acordo com levantamento da Rádio Itatiaia, publicado também pela CNN, “A contratação de Fabrício Bruno supera os valores negociados até mesmo do lateral-esquerdo Sorín, que corrigido pelo IPCA, foi negociado em 2000 por R$ 43,24 milhões. Outro reforço badalado para a zaga que foi ‘deixado para trás’ foi Dedé. Em 2013, a Raposa contratou o ‘Mito’ por R$ 14 milhões, o equivalente a R$ 21,70 milhões em 2025…”

O grande problema neste início de temporada é que o time está enfrentando as consequências dos erros que começaram com a demissão do Fernando Seabra, absolutamente fora de hora e desnecessária.

Depois, outro erro: a contratação de Fernando Diniz, maior produto inventado pela imprensa do Rio e São Paulo, que foi colocado em enorme parte do imaginário nacional com o um treinador “revolucionário”, “avançado”, “acima da média”. Uma conversa fiada que foi comprada por dirigentes que não conhecem a fundo o futebol, inclusive os da CBF, que o levaram ao comando da seleção brasileira. E ele fracassou lá, assim como fracassou no Cruzeiro.

Pra completar a sequência de equívocos, quando a saída dele era dada como certa no fim do Brasileiro, a diretoria o mantém. Ele, fragilizado no cargo, aceita que o time viaje para os Estados Unidos para jogos fora de hora e sem propósito, quando deveria estar concentrado numa pré-temporada de verdade e producente, nas ótimas instalações da Toca da Raposa.

Tardiamente a diretoria o demitiu sem ter alguém pra substitui-lo imediatamente. Depois do interinato do Wesley Carvalho, chega o português Leonardo Jardim para tentar consertar tudo e recomeçar, às vésperas do Campeonato Brasileiro.

Se vai dar certo, só o tempo dirá.

Alexandre Matos, como o chefe do futebol cruzeirense, deu entrevista assumindo a culpa, obviamente preservando o dono, Pedrinho, e o emprego. Pois quem conhece o Pedrinho sabe que, se tem uma coisa que ele não abre mão, é de mandar, e de participar diretamente de tudo.


Argentinos em festa no Engenhão, com outra surra do Racing no Botafogo e título da Recopa

Superó por 2-0 (Zaracho y Zuculini) a Botafogo en Brasil y se quedó con la (@ConmebolRecopa)

Em Buenos Aires foi também 2 a 0.

No Rio, outro passeio do time cujo presidente é o ex-jogador Diego Milito, irmão do Gabriel Milito, ex-técnico do Galo.

E imaginar que hoje poderiam estar jogando Atlético e Cruzeiro, hein!? Mas ambos atropelados nas finais da Sul-americana e da Libertadores. Cruzeiro dançou para o Racing e o Atlético para o Botafogo.

E a torcida botafoguense pediu a cabeça do técnico interino Caçapa (Foto: Vítor Silva/BFR).

O português Renato Paiva foi contratado para a vaga.


A decepção americana em Cascavel e a incógnita quanto ao time que vai decidir contra o Atlético

Foto: Mourão Panda/América

William Batista (foto) não precisa provar que é um dos treinadores mais promissores do futebol brasileiro, porque já o é. Mas, nas justificativas para a derrota de 1 a 0 para o Cascável, mais parecia o veterano Tite, com as chatices e embromações dele para tentar explicar coisas simples.

Na coletiva pós-eliminação da Copa do Brasil, Batista falou em “variáveis” entre os regulamentos das competições, do gramado, em que o adversário está mais acostumado, entrou com o papo de gramado sintético, de táticas, estratégias, tomadas de decisão e etecetera e tal.

Entrevista tão decepcionante quanto a eliminação. Que reveja essa postura em suas futuras falas, porque ele pode perfeitamente se manter na simplicidade que tem marcado a sua bela e crescente carreira.

Como disse o americano Felipe Ursine, da Interede, “poderia ter resumido tudo dizendo que o time foi mal mesmo e pronto”.

E que a Copa do Brasil é difícil, traiçoeira, em que até os clubes mais endinheirados do país passam apertos e costumam ser eliminados na primeira ou segunda fase.

Agora resta saber se essa derrota vai injetar ânimo e gana no time para ganhar a final do Mineiro contra o Atlético, ou se vai bater um complexo de inferioridade que o tornará presa fácil do Galo nos dois jogos.

E, com diz o Fernando Rocha, do Diário do Aço, de Ipatinga, “fecha o pano”.

O resto é perfumaria!  

Como todo o time, Figueiredo também decepcionou em Cascavel (Foto: x/América)


Se foi ruim para o Cruzeiro no Mineiro, imaginem o Boca eliminado da pré-libertadores em plena Bombonera

Foto: @Libertadores

“- Que se vão todos, que não fique nenhum, nenhum sequer – cantou a torcida do Boca”

Battaglia, ex-Atlético, titular do Boca, acabou de chegar e a torcida já quer que ele também se vá!

O futebol é isso. Quanto maior o coqueiro, maior o tombo.


Cavani desperdiçou uma chance inacreditável perto do fim da partida, que poderia ter classificado o Boca. Na hora, escrevi no twitter: “Tá vendo? Não é só o Gabigol ou o Alan Kardec que desperdiça oportunidade como essa!”

Nos segundos finais o experiente goleiro Marchesin, 36 anos, pediu pra ser substituído pelo jovem Leandro Brey, 22, que teoricamente conheceria melhor os batedores de pênalti do Alianza, do Peru.
Assim foi feito, mas o rapaz não defendeu nenhuma das cinco cobranças e o Boca foi eliminado no La Bombonera lotado.


Quando dá certo, autores de estratégias como essa são chamados de gênios. Quando dá errado, “cagões”, “idiotas”, etecetera e tal! E vida que segue…

E os adversários ganham munição pra zoar:

Lauchismo
@Matiasgranate_

https://x.com/i/status/1894591047004565651

JAJAJAJAJAJ pero mira como pide el CAMBIÓ el pe$etero de Marchesín. No se puede ser más CAGON y dejarle la responsabilidad a un pibe de 20 años. ES UN PAPELÓN!! (“HAHAHAHAHA mas olha como o bundão do Marchesín está pedindo MUDANÇA. Não dá para ser mais cagão e deixar a responsabilidade para um garoto de 20 anos. Papelão!!”

@Juezcentral
INSULTOS DOS FÃS AOS JOGADORES DO BOCA
Quando o time se dirigia para o ônibus, alguns torcedores pularam das cercas

@Juezcentral
La Bombonera permanece em silêncio, enquanto a torcida do Alianza: 2.000 grita o gol. Espetacular.

https://x.com/i/status/1894587502247223393

@lbertozzi

O momento em que Velasco erra o pênalti e o Boca Juniors é eliminado pelo Alianza Lima da Libertadores – e de qualquer competição continental este ano.

https://x.com/i/status/1894579269512110586

@Juezcentral

-Hernán Barcos e Paolo Guerrero, de 40 e 41 anos, sendo os protagonistas.
-Cavani perdeu uma chance clara sob o gol.
-O goleiro do Boca, Marchesín, pediu a mudança antes dos pênaltis para que Brey pudesse entrar, que teve melhores registros nos pênaltis, mas não defendeu nenhum deles.
-Alan Velasco, o astro reforço de 10 milhões de dólares, desperdiçou o pênalti que deixa o Boca fora das Copas Internacionais.
-Alianza Lima eliminando o Boca Juniors na Bombonera.

Simplesmente, mais uma noite de abençoada Copa Libertadores, senhores.

Barcos, em foto do x @Libertadores


O futebol e a internet como depositários do que há de pior do ser humano

Foto: redes sociais

“Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos.”, escreveu o imortal Nelson Rodrigues em 1959, na peça Boca de Ouro.

Grande parte das pessoas acha que pode desafogar suas mágoas, frustrações e impotência numa partida de futebol e em seus envolvidos, direta e indiretamente. Antes da internet era nas arquibancadas e rodas de conversas. Com a internet, também pelas redes sociais e outros meios de fácil acesso e de alcance mundial.  

Com o acréscimo do extremismo político e religioso o futebol e a comunicação se tornaram ambientes perigosos, onde gente ruim de cabeça mistura tudo, extrapola e fala o que quer, na maioria das vezes impunemente. A ponto da cegueira e falta de bom senso chegarem a culpar vítimas pelos atos dos seus agressores. Tipo, “ao usar aquele short a mulher provocou e atraiu o estuprador”.

Rara a semana que fatos repugnantes não sejam registrados em Minas e no país. As bolas da vez são o goleiro Matheus Mendes e os três jogadores do Cruzeiro representados por bonecos num viaduto de Belo Horizonte.

Coisa de gente imprestável, que deveria pagar caro, mas que encontra eco até em pessoas que nos surpreendem.

Aqui no blog, por exemplo. O Marlon Caldeira Brant, sempre com comentários interessantes, como este, após a eliminação do Cruzeiro pelo América: “… Campeonato Mineiro serve para isto, um fica com a crise e outro fica com a ilusão. Lembra 2.024? Vamos aguardar a temporada nacional começar…”

Porém, horas depois, ele manda este: “… Mas fica a pergunta? Porque o tal goleiro tem que sair fazendo carinhas e belcinhos para os jogadores adversários? Ele também é um sujeito desprovido de inteligência mesmo, tipo burro, sem capacidade de raciocínio logico. Defende o penalty e sai comemorando com os seus…”

Que pena. Triste!

Sobre os ataques ao goleiro e a seus jogadores, o Cruzeiro soltou nota, importante, mas é pouco para o tamanho do problema. Os clubes e a Federação Mineira de Futebol deveriam, juntos, com a presença da imprensa, visitar os comandos da segurança do estado, do ministério público e do Tribunal de Justiça, pedindo ação rápida e enérgica contra estes crimes e os criminosos.

Quando querem e se empenham, quase sempre resolvem.

A nota do Cruzeiro:

@Cruzeiro “O Cruzeiro repudia veementemente e lamenta episódios de ataque às vidas de alguns de seus atletas, ocorridos na última noite. O clube acionou as forças de segurança para que todas as providências sejam tomadas a respeito desse assunto. O Cruzeiro condena também os atos de ameaças ao goleiro Matheus Mendes, do América, ocorridos após o confronto desse fim de semana. Episódios como esses só escancaram o quanto precisamos evoluir enquanto sociedade. O clube entende e acata as cobranças e críticas, mas que elas possam permanecer no âmbito esportivo e jamais sejam ataques, ameaças ou ofensas independentemente da equipe ou clube.”


Imbecil que atacou Matheus Mendes precisa ser punido e mostrado ao público

Foto: Mourão Panda/América

Como todo criminoso, um elemento que faz o que este sujeito fez precisa ser punido e a sua cara deveria ser mostrada em todos os meios de comunicação possíveis, para que ele seja reconhecido em qualquer lugar aonde vá. Só assim para que crimes como este diminuam e parem de infernizar a vida de tanta gente mundo afora.

Felizmente as ferramentas de identificação e localização de criminosos digitais estão cada dia mais eficientes e as vítimas de ataques precisam acionar a polícia especializada.


É o caso do goleiro Matheus Mendes, que disse já ter iniciado as ações para enquadrar o escroto que barbarizou contra ele e família depois do clássico contra o Cruzeiro.


E que bom que a solidariedade ao jogador foi total, começando pelo próprio América, que soltou um comunicado imediatamente após as ofensas contra ele:

@AmericaFC1912 “O América Futebol Clube expressa seu repúdio e indignação diante das ofensas criminosas direcionadas ao nosso goleiro Matheus Mendes nas redes sociais. A rivalidade no futebol deve se limitar ao campo, e jamais extrapolar para ataques pessoais. Acreditamos que as autoridades competentes tomarão as medidas cabíveis para identificar e punir o(s) responsável(eis) por essa barbaridade.”


Galo passa o rodo. Goleiros e outros poucos fizeram diferença na passagem do América sobre o Cruzeiro

Comemoração do Rony. Foto: https://x.com/Atletico

O Atlético jogava pelo empate, mas encarou com seriedade o Tombense. Time completo e nova vitória, sem atropelos. Destaque para Rony, que está se credenciando a protagonista junto com o Hulk.

No clássico, o América se mostrou um time organizado e solidário, com destaque para Benitez, Figueiredo, Adyson e Marlon. No Cruzeiro, Dudu continua justificando o investimento feito nele, correndo, participante e levando perigo ao gol americano. Gabigol, o contrário. Nada! Nenhuma jogada empolgante, nenhuma assistência, mão na cintura e reclamando dos colegas e da arbitragem. Um “zero”, como me diziam há tempos os flamenguistas Waldívio Marcos de Almeida e o neto Lucas Almeida Orlando.

Aos 31 minutos, Cássio, mais uma vez, caiu feito um saco de batatas na bola chutada pelo Marlon, e saiu o primeiro gol da partida. Depois de belíssima troca de passes entre o Figueiredo e Adyson.

Aos 39, foi a vez de Matheus Mendes chegar atrasado no chute forte do Lucas Romero, no empate cruzeirense, de muito longe.

Partida equilibrada, feia e muito estudada por ambos os times.

No segundo tempo o mesmo panorama, com alguns ingredientes marcantes: aos 30 minutos, pausa para a água e rápido descanso. Os jogadores do Cruzeiro dispersos, o técnico português Leonardo Jardim, perdido, fora do ar, sem falar nada com ninguém, enquanto o comandante do América, William Batista, orientava de forma firme e concentrada o time dele.

Cássio se redimiu da falha e pegou o pênalti batido quase em cima dele pelo Jonathas, que teria liquidado a fatura no tempo normal, aos 50 minutos.

Veio a decisão por pênaltis e nas cobranças, Elizari, Cauan Barros, Marlon e o próprio Jonathas marcaram. Figueiredo perdeu para o Coelho.

Pelo Cruzeiro, William e Marlon desperdiçaram.

Vitória merecida do América e perspectiva de uma ótima final contra o Atlético.

https://x.com/Atletico