Dr. Chico Neves (esq.) entregando homenagem ao amigo e companheiro de UNIMED BH, Dr. Sérgio Almeida. Foto: famílias
Figuras históricas da medicina mineira e do Atlético. Dr. Sérgio Almeida se foi num dia como o de hoje, exatamente há 10 anos.
Médico pediatra, formado pela UFMG, fundador do Hospital SEMPER/CEMEP (Centro Médico de Pediatria) e Clínica Afonso Pena. Foi Diretor Médico da UNIMED, por três décadas e sempre vice do Dr. Francisco Neves, nos anos 1980 a 2000.
Eles quem implementaram o Sistema de Ambulâncias da Unimed e Sistema de Resgate Aéreo da UNIMED BH, serviço pioneiro no Brasil.

Sob inspiração e comando do Dr. Sérgio, a saúde do país teve a homologação do primeiro Helicóptero e Avião 100% dedicados para funções aeromédicas.
Ele e o Dr. Francisco deixaram este legado na UNIMED BH, que permanece como a melhor gestão, credibilidade e a maior UNIMED do Brasil.
Dr. Sérgio deixou uma belíssima família: a esposa dona Zizi, a filha Flávia e os filhos Henrique e Bruno, a quem envio um forte abraço e dedico essa postagem.
Aliás, o Bruno é o organizador da Aerogalo, a caravana que seguirá em dois voos amanhã para Assunção. Ano passado foram três aviões para Buenos Aires, na final da Libertadores.
Fico imaginando o pai dele e o Dr. Chico Neves, atleticanos até o último fio de cabelo, dois gozadores de primeira (desses que perdiam os amigos, mas não perdiam a piada), zoando o Bruno:
__ Porra, não tinha outra companhia aérea não? Tinha que ser AZUL???
Pois é!
“Certamente, hoje estão lá em cima com as mesmas piadas, brincadeiras e com o coração nas famílias…. doidos pra ver, do Céu, o título de sábado”, comentou o Bruno!
Dr. Francisco José Neves era um dos dermatologistas de maior prestígio do Brasil, anjo da guarda de 8 em 10 jornalistas e radialistas de Belo Horizonte. Foi professor durante 40 anos na Faculdade de Ciências Médicas. Infelizmente morreu em 2007, quando ainda tinha muito a contribuir com este mundo.
Ele tem uma passagem das mais importantes da história do Atlético. Ele era presidente do Conselho Deliberativo num tempo em que as disputas de bastidores de hoje parecem fichinhas.
Em 1979, Walmir Pereira, que era um excelente presidente, tentava a reeleição, mas enfrentava Elias Kalil, que tinha sido derrotado por ele na eleição anterior, numa disputa acirradíssima. Os apoiadores do Walmir apostavam em querelas jurídicas, que impediriam a realização do pleito, o que daria a ele um novo mandato, sem disputa nas urnas. Mas o corpo jurídico que apoiava Elias Kalil era acima da média e derrubou todos os argumentos da situação.
Restou ao Walmir e cia. apelarem para o tumulto verbal e físico, durante a sessão de votação na Sede de Lourdes, presidida pelo Dr. Francisco Neves, uma figura da paz, porém, estrategista, habilidoso e conhecedor da alma atleticana.
No auge da confusão, bate boca e empurrões, com a mesa que comandava os trabalhos sendo invadida, ele fez um discurso acalorado e surpreendeu a todos renunciando à presidência, passando-a imediatamente ao seu vice Dr. Marum Patrus de Souza. Delegado de Polícia famoso e respeitado, doce de pessoa, mas cara de mau e bravo quando precisava, Dr. Marum calmamente ocupou a cadeira presidencial. Tirou um bitelo de um revólver da cintura, que segundo ele, estava “incomodando-o” e o colocou sobre a mesa. “Pediu” ordem na casa, que todos voltassem aos seus lugares, que o estatuto do Clube Atlético Mineiro fosse seguido regiamente e que fosse iniciada a votação.
E assim, sem mais nenhum tumulto, ordeiramente, os conselheiros votaram e elegeram Elias Kalil, o grande presidente da história contemporânea do Atlético, talvez igualado e superado (em títulos), pelo filho Alexandre.
E viva o Galo! Que volte do Paraguai com a taça, com as bênçãos dos queridos e saudosos Drs. Sérgio Almeida e Francisco José Neves.

