Visão interessante sobre as diferenças da base no Brasil e do primeiro mundo da Europa

Vale a pena ler o comentário enviado pelo Marcelo Sat, sobre as diferenças entre as categorias de base no Brasil e nos países europeus que têm os maiores times do mundo.

Ao fim do texto, lembrei-me, por exemplo, do caso Kaleb, jogador promissor, revelado pelo América, mas que o Coelho já o perdeu para o Cruzeiro.

“Chico e demais participantes, bom dia.
Muito se fala em jogadores da base e que o Barcelona (assim como outros grandes e vencedores da Europa) valoriza sua base e o que se fala é verdade. no entanto, temos que lembrar o seguinte: é muito diferente uma base formada por um Barcelona, Real Madrid, M. United, Milan, etc…

Estes já são grandes e milionários clubes da Europa.

Meninos peneirados nestes clubes estão lá por amor a camisa e não os encaram como trampolins pra grandes contratos, pois já estão ou estarão no que é o sonho (financeiro e de fama) para meio mundo.

Estão lá por amor ao clube de seu bairro, cidade ou país.
Aqui, depois que o futebol foi transformado de paixão para negócio, que empresários entraram com força para trocar qualquer menino ainda sem ter desenvolvido sua formação moral, familiar, educacional, etc…. por um punhado de dinheiro – pra ele e pra familia do menino – que via de regra é pobre e precisa de dinheiro e, principalmente, por uma expressão que vale muito muito no mundo corporativo, mas acabou com o o futebol – “resultado imediato”. Ou se ganha tudo agora ou o técnico não serve, o jogador não serve, nada serve.

Não se dá tempo para o desenvolvimento de um trabalho… não se acredita nele. Técnicos, imprensa, jogadores e até nós mesmo, torcedores, embarcamos nessa e queremos tudo ao mesmo tempo agora.

Fico imaginando como seria a vida de um Sir Alex Ferguson no Brasil…

O Muricy estava certo em falar que o Pep Guardiola só mereceria nota 10 depois de disputar um brasileirão – claro, será que sobreviveria a mais de uma temporada no comando de qualquer clube se não tivesse chegado em primeiro ?
O futebol brasileiro tem capacidade para ser tão rentável quanto o europeu e os clubes aqui podem ser tão fortes quanto, mas sem planejamento e regras vamos passar a ser somente fornecedores de matéria prima cada vez mais precoces e só perderemos com isso…

Daqui a pouco, ao invés de termos meninos torcendo pelo Cruzeiro ( meu Cruzeiro ), CAM, Flamengo, SP, etc…. vamos ter Barcelonistas, Milaninstas, até Shakhtaristas rsrsr

Mas gerando muita grana nos pay per views…….
Abraços a todos.”

Marcelo Sat

SIGA O CHICO MAIA NO TWITTER E NO FACEBOOK:

http://www.twitter.com/chicomaiablog

www.facebook.com/pages/Chico-Maia/158667527560111

12 Responses

  1. Provavelmente o Chico Maia irá publicar email que lhe encaminhei sobre o mapa estratégico do Barça.

    Ocorre que mesmo tendo tido mais destaque a partir de 2003 com a chegada de Ferran Soriano, o time catalão pensa na base há pelo menos 30 anos.

    abs,

  2. Um dos melhores times do Galo que já ví jogar. Me parece, no ano de 88, um time formado em sua maioria por atletas vindos da base e cujo técnico era ninguém menos que o mestre Telê. O meio campo era formado por Éder Lopes, Vandinho e Marquinhos e tinha Sérgio Araújo no ataque. Jogadores pequenos mas jogavam o fino da bola. Tinha um falso atacante Renato Morungaba que era meia avançado, mas no Galo fazia muitos gols. Ganharam os dois turnos do Brasileiro invictos, mas por uma fatalidade; costumeiro no Galo – perderam na semi final para o Fla.
    O de 77 também era muito bom e em outra falta de sorte, foi derrotado pelo São Paulo. Ambos os times com maioria da base. A solução é fácil, só os dirigentes não veem!

  3. Dificil um garoto brasileiro ter amor ao clube local quando não se tem estrutura suficiente em casa para estudar se alimentar. Os pais encontram no futebol uma unica forma de melhorar a condição financeira.Vcs não acham que esta questão é muito maior e bem mais ampla?

  4. Analisando o Post anterior, fico pensando, o futebol mudou completamente, e parece que nem quem vive dentro dele enxerga a atual realidade. Investir na base hoje no Brasil é uma tarefa muito difícil. O menino chega para fazer teste com empresário a tira colo e um único sonho, fazer uma ponte para jogar na Europa. Aí você analisa será que o investimento vale a pena. Os clubes Brasileiros hoje são vitrine para empresários ganharem dinheiro, o clube fica chupando o dedo. Hoje qualquer jogador formado na base chega no profissional com apenas parte dos direitos com o Clube, e quando vem uma proposta não adianta querer segurar, só consegue se o jogador ou o empresário dele quiser.
    Chico Maia você acredita que se o Neymar quisesse ir para o Real Madrid o Santos teria conseguido segurá-lo, acreditar nisso é só para quem acredita em Papai Noel, ele só ficou porque ele quis.
    Um jogador formado no Barcelona vai querer ficar lá eternamente, isso é obvio, ai é muito mais simples ter sucesso com as categorias de base. O Menino entra para ser jogador do Barcelona e não fazer uma ponte com outras pretensões. Não adianta ficar lembrando do que aconteceu a 30 ou 40 anos atraz, nos times dos anos 70 de Cruz. e Atl., aquilo não existe mais.
    Acordem pessoal o Futebol mudou e mudou muito, para pior e claro. Me lembro que na minha infância era comum abnegados montarem times de crianças e adolescentes por prazer, paixão pelo esporte, a começar pelo nome desses times que normalmente era o time do coração. Aqui em Pouso Alegre tinha o Cruzeirinho do Corinho, o Atlético do Sargento Queiroz, o Vasquinho e Flamengo do Sr Imero Gerente do antigo Bco. Nacional, São Paulo do Tião da Pol. Civil, pessoas que gastavam seu dinheiro só para se divertir por amor ao Futebol, todos de Pouso Alegre que lerem esse comentário vão lembrar desses fatos. Hoje isso é só negócio de empresário.
    Quantos meses vocês acham que o Atlético conseguiria segurar um time nos dias de hoje, com Luizinho na zaga, Toninho Cerezo, Angelo e Paulo Izidoro no meio e Reinaldo e Eder no Ataque, será que durava seis meses? Será que eles teriam amor o suficiente para querer ficar aqui para jogarem juntos? Mas uma coisa eu garanto lá no Barcelona durava pelo menos 10 anos.

  5. Venho dizendo isso que foi publicado há muito tempo. Depois de 1991, quando foi instituída a Nova Ordem Mundial, o capitalismo aportou de vez no mundo do futebol. Entraram empresas como Hicks, Parmalat e outras, comprando tudo e todos. Basta dizer a última grande equipe que o Atlético teve foi em 1987, com Éder Lopes, Vander Luís e Marquinhos entre outros, todos formados nas categorias de base do clube. Hoje, para começo de conversa não se tem mais pontas (esquerda e direita) uma das maiores besteiras que foram criadas no mundo da bola, em troca dos alas. O resultado do jogo entre Barcelona e Santos foi muito bom para que os dirigentes brasileiros se toquem que a coisa aqui não está nenhum maravilha a começar pela corrupção reinante entre arbitragens, resultado de partidas e etc. O que está acontecendo é simplismente uma continuidade de um processo que vem se desenhando há bastante tempo. Um abraço.

  6. Em conversa com um amigo que transita no meio esportivo, ouvi que os meninos brasileiros, de 14 e até menos anos de idade, já estão jogando em Portugal, Dinamarca, enfim, na Europa. Ou seja, a base deles não é bem deles, é do Brasil e de todos os países que tem meninos bons de bola e, principalmente, pobres.

  7. Só para acrescentar ao comentário que fiz sobre pontas no futebol brasileiro, assistam no YouTube os gols de cruzeiro5 X 4 Inter, partida pela Libertadores de 76. Lá vocês podem ver a atuação de Joãozinho, Waldomiro e Lula, todos pontas verdadeiros e artilheiros. O futebol brasileiro precisa procurar as suas características genuínas e não ficar copiando o estilo de fora. Um abraço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *