Por Leonardo Perez
No próximo dia 14 de agosto será a estreia, nos cinemas, do filme “Placar: a revista militante”. Nesta semana a capital mineira recebeu duas sessões de pré-estreia.
O documentário, com noventa minutos de duração, aborda com imagens marcantes a trajetória desta respeitada publicação da impressa nacional. O primeiro número da revista Placar foi publicado em 20 de março de 1970 com o Rei Pelé, o mineiro Tostão e João Saldanha na capa. Durante estas primeiras cinco décadas, a Placar denunciou censuras, revelou a influência da política no esporte e foi a “porta voz dos jogadores” já que se tratava uma revista esportiva e conseguia com isto “driblar” as restrições impostas. O filme teve depoimentos atuais de Pelé, Zico, Casagrande, Juca Kfouri, e Mauro Beting, porém, faltaram depoimentos de grandes jogadores como Reinaldo e Tostão para enriquecer o conteúdo. Minas Gerais também teve grandes representantes no jornalismo que atuaram na revista Placar como Roberto Drummond, Rogério Perez e Sérgio Augusto que mereceriam citação no filme.
Entre os temas de maior destaque e que deram credibilidade à publicação foi a brilhante reportagem sobre a “Máfia da Loteria Esportiva” que falava sobre a manipulação de resultados e corrupção. Em uma analogia atual podemos chamar a “Máfia da Loteria Esportiva” como “avó” das BETS. Um outro momento importante para a revista foi a publicação da foto do Pelé com a camisa “Diretas Já” em 1984 que foi um verdadeiro gol de placa.
A Placar investigava e contava a história de forma clara e transparente que ninguém tinha “coragem” de publicar. A revista teve seus jogadores “queridinhos” como Sócrates, Casagrande, Zico e Pelé e também alguns “desafetos” como os jogadores Leão (convocação de 1982) e Mário Sérgio (dopping). Os “anos dourados” da revista, nas décadas de 70 e 80, deveriam ser mais referenciados no filme. O “bairrismo” do eixo São Paulo – Rio de Janeiro, infelizmente, foi evidenciado neste documentário. O “reservado” mineiro que tanto se destacou nos gramados, jogando ou com os imponentes microfones e gravadores, deveriam ter mais ênfase e destaque nesta produção.
A Revista Placar sempre teve um espírito libertário que virou uma paixão nacional assim como o futebol no Brasil. Que venha o mês de agosto de 2025 com o lançamento do filme “Placar: a revista militante” que é um verdadeiro “gol” para a memória e recordação do jornalismo brasileiro, apesar de ter deixado de fora grandes nomes e histórias de Minas Gerais.
Por Leonardo Perez

Sérgio Xavier Filho (esq.) e Leo Perez