Há muitos exemplos de grandes times que perderam decisões que estavam “garantidas”, por causa de placar dilatado no primeiro jogo. Hoje, a partir das 21h30, o Galo só deixa de ser campeão da Copa do Brasil se perder por diferença de cinco gols ou se tomar quatro, não marcar nenhum, e perder nos pênaltis.
Muita gente está lembrando da final da Copa Conmebol de 1995. Ganhou do Rosário Central no Mineirão por 4 a 0, perdeu lá pelo mesmo placar e foi derrotado nos pênaltis.
Tudo é possível no futebol, porém, em “condições normais de temperatura e pressão”, há diferenças consideráveis nessas histórias:
1 – Atlético e Rosário tinham times de qualidade individual semelhantes, o que não ocorre hoje, em relação ao paranaense.
2 – O Galo atual não marcar gol ou gols em qualquer jogo, é coisa rara.
3 – Por mais caldeirão que seja a Arena da Baixada, não chega perto do Gigante de Arroyito, de Rosário.
4 – Por mais que o gramado sintético do palco desta noite seja estranho a quem não está acostumado, não se compara também ao “pasto”, que era o gramado de Rosário em 1995.
5 – A determinação e compromisso deste time comandado por Cuca também são diferentes. Os caras entram com “sangue nos olhos” em qualquer jogo.
Provável Galo para hoje: Everson, Mariano, Réver, Junior Alonso e Arana; Allan, Jair, Zaracho, Nacho (Vargas), Hulk e Keno.
Sem o zagueiro Nathan, que já jogou a Copa do Brasil pelo Atlético-GO e Diego Costa, por contusão. Mas o atacante fez questão de ir à Curitiba para ficar junto com os companheiros e torcer lá.
O Athletico, do técnico Alberto Valentim:
Santos, Pedro Henrique, Zé Ivaldo (Christian) e Nico Hernández; Marcinho, Erick, Léo Cittadini e Abner; Pedro Rocha, Renato Kayzer e David Terans.
Não terá Thiago Heleno, suspenso; e Nikão, contundido, dificilmente joga.
Arbitragem: Anderson Daronco (RS), auxiliado por Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Rafael da Silva Alves (RS).
VAR: Daniel Nobre Bins, também do Rio Grande do Sul.
A revista digital Trivela lembrou aquele terrível Rosário Central 4 x 0 Atlético:
* “… Ninguém imaginaria que o Rosário conseguisse tirar uma diferença tão grande de gols no Gigante de Arroyito. Os gritos de “campeão” já brigavam para deixar a garganta do torcedor.
Os torcedores argentinos acreditavam na virada mais pelo hábito do que por uma genuína esperança de conseguir fazer pelo menos 4 a 0 para levar a decisão aos pênaltis. O gol de Rubén da Silva, aos 23 minutos do primeiro tempo, não mudou muito o panorama. O de Carbonari, aos 39, um pouco mais, principalmente pela expulsão de Paulo Roberto e Lassenhoff, brigando pela bola no fundo das redes. Na saída, Cardetti fez 3 a 0 para o Rosário Central, e o Arroyito pegou fogo de vez.
O Atlético Mineiro ainda era campeão, mas estava assustado e acuado. Cada lado tinha um jogador a menos. Favorece quem precisa fazer gol, nem tanto quem não pode tomá-los de jeito nenhum. Mesmo assim, os brasileiros conseguiram se segurar com valentia até os 43 minutos do segundo tempo. Mas, como vocês sabem, isso não é o bastante. Precisava de mais alguns minutos de resiliência. Carbonari fez o 4 a 0 e decretou a disputa de pênaltis.
A boa notícia para os atleticanos é que Taffarel estava debaixo das suas traves, o herói do tetracampeonato, o especialista em defender chutes da marca do cal. A má é que o time começou muito mal as cobranças. Doriva errou, assim como Leandro Tavares. O Rosário conferiu com Palma e Pobersnki. Cada time acertou o pênalti seguinte, e Colusso teve a chance de definir a partida. Taffarel defendeu e, em seguida, converteu a sua cobrança. Muller ainda fez 3 a 3, mas o mesmo Rubén da Silva que abriu o placar fechou a decisão. Selou o título do Rosário e as lágrimas do Atlético Mineiro, que viu um título quase certo escapar pelos dedos. Seria, porém, recompensado pelo destinos algumas décadas depois.
Ficha técnica: Rosário Central/ARG 4 x 0 Atlético/MG.
Decisão da Copa Conmebol de 1995.
Data: 19/12/1995.
Local: Gigante de Arroyito (Rosário/ARG).
Rosário Central/ARG: Roberto Bonano; Diego Ordóñez (Colusso), Horacio Carbonari, Federico Lussenhoff e Patricio Graff; Eduardo Coudet (Daniele), Omar Palma, Raúl Gordillo (Pobersnik) e Pablo Sánchez; Martín Cardetti e Rubén da Silva. Técnico: Ángel Tulio Zof.
Atlético/MG: Taffarel; Dinho, Ronaldo, Ademir e Paulo Roberto; Éder Lopes, Doriva, Dedé (Carlos) e Gutemberg (Leandro); Renaldo e Ézio (Euller). Técnico: Procópio Cardoso.
Árbitro: Ernesto Filippi (Uruguai).
Gols: Rubén da Silva aos 22′, Horacio Carbonari aos 38′ e Martín Cardetti aos 39′ do primeiro tempo; Horacio Carbonari aos 44′ do segundo tempo.
Disputa de pênaltis:
– Atlético Mineiro: Doriva e Leandro perdem; Ronaldo, Taffarel e Euller convertem.
– Rosário Central: Omar Palma, Pobersnik e Horacio Carbonari convertem; Colusso perde; Rubén da Silva converte.
http://jornalheiros.blogspot.com/2009/12/recordar-e-viver-o-milagre-de-rosario.html
Primeiro jogo, em Belo Horizonte. Foto da ficha técnica do Museu do futebol no Mineirão:
http://estadiomineirao.com.br/o-mineirao/jogos-e-eventos/atletico-4-x-0-rosario-central/
6 Responses
mauricio souza – bairro serrano
14 de dezembro de 2021 às 16:11
A trajetória do Galo em 2014 por si só já diz que fazer 4 gols não precisa de 90 minutos. Então é jogar com o coração na chuteira
Como o amadorismo imperava no Atlético, o dia da final em Rosário, 19/12, e a data em a torcida canalla, como são conhecidos, fazem carreatas pela cidade, desde 1970, ano em conseguiu a primeira classificação para Copa Libertadores.
Ano seguinte na mesma data, comemoraram o campeonato argentino com uma vitória sobre o Newell’s
neste mesmo dia 19/12 de 1971.
A diretoria do Rosário solicitou a mudança do dia da decisão, para comemorar essa data na cancha, o bobo do Paulo Cury, cruz credo, aceitou. Entram como loucos e o Atlético …………….
Engraçado, as duas Conmebol que o Galo ganhou não vale nada, a que ele perdeu, valia. E serve como símbolo de tragédia, já as vitórias do Galo, esquecidinhas pela diretoria, torcida e imprensa nos velhos alfarrábios. Enquanto isso, do outro lado, eles comemoram até arremesso de cuspe. O Atlético precisa aprender a valorizar seus títulos!
Comentário perfeito.
Independente de saber dos “riscos” daquele dia e não estar lá para mensurá-los, foi o maior amarelão de um time que representou o Galo. Inclusive nosso xerife Procópio. Todos tremeram. Isso doeu mais que a perda do título.
AGORA são exatamente 20 horas e 12 minutos e já é penalti pro Galo lá na Austrália!
A bola bateu no fio de cabelo do zagueiro, fora da área, mas o juiz colocou a bola embaixo do braço e disse:
HULK, PENALTI PRA GENTE!