A arbitragem brasileira em discussão III

Mesmo morando nos EUA o mineiro Alisson Sol está ligado nos debates importantes daqui.

Vejam a opinião dele sobre o que o Harley Coqueiro e o Dr. Lincoln Pinheiro escreveram em posts anteriores:

* “In medio stat virtus”

Primeiro, muita estranha a colocação do Harley Coqueiro: “E o árbitro latino, emocionalmente inconstante por natureza, neste ambiente hostil, está fadado a “amarelar” e a cometer erros comprometedores.

Que é isto? Quer dizer que a pessoa, por nascer em um país latino, tem de ser “emocionalmente inconstante”? Eu creio que há uma correlação muito maior entre o nível educacional das pessoas e sua “Inteligência Emocional” do que o lugar onde nasceram. E o árbitro não foi parar ali no meio de campo por voluntarismo. É treinado e, supostamente, preparado para isto.

Recentemente, houve uma greve dos árbitros no Futebol Americano, e os resultados passaram a ser contestados. Os “árbitros reservas” reconheceram que algumas de suas decisões tinham sido “provavelmente não as melhores possíveis”. Mas havia também a “revisão”, feita muitas vezes por árbitro nas cabines, com vídeos de diversos ângulos, e aqueles não eram “árbitros reservas”. Muitas destas decisões foram erradas (vide link com interessantes informações sobre este caso).

Agora, o Juiz Federal Lincoln Pinheiro Costa mostrou que não acompanha muito o futebol europeu ao escrever coisas como “Comparar campeonato Inglês e Espanhol, cada qual com uns 2 times que disputam o título e o restante, meramente coadjuvante ( e satisfeito com este papel) com o Brasileirão é um erro de método.“. Primeiro, porque campeonatos como o Inglês e o Espanhol, assim como o Italiano e o Alemão, tem vários times campeões. O Inglês, que acompanho mais, tem 6 campeões diferentes só na era da “Premier League”. E se engana quem pensa que é porque os outros são “coadjuvantes satisfeitos”. O Liverpool, time reconhecido mundialmente, jamais venceu a Premier League. Chamar o Liverpool de “coadjuvante satisfeito” é o cúmulo do absurdo! (e olha que, como torcedor do Chelsea, quero que o Liverpool desapareça!).

O interesse econômico no futebol tem uma grande influência: ele leva os melhores jogadores e técnicos para os times com melhor capacidade econômica, que por sua vez ganharam mais campeonatos, premiações, acesso a competições mais importantes, melhor patrocínio, etc. Deixar de reconhecer tal ciclo virtuoso e apenas achar que há times “comprando campeonatos” é absurdo. Há erros de arbitragem sim. Mas há jogador de futebol chutando a bola fora do estádio a partir da marca do penalti. Passam a mão na cabeça do jogador que ganha milhões e “teve um mal momento”, e jogam a responsabilidade em cima do árbitro não profissional apitando a partida. Talvez aí sim, tenhamos um exemplo da “cultura latina”…

5 Responses

  1. Chico,
    li um artigo (veja link) que menciona o resultado de um levantamento do valor de mercado dos jogadores das equipes. O Galo está entre os 100 melhores na contagem total do elenco. Isto demonstra o quanto o Galo melhorou na contratação dos atletas e na propria valorização deles, a partir do honroso vice-campeonato. Bom trabalho do Kalil e diretoria atleticana.
    http://www.hojeemdia.com.br/esportes/altetico/galo-e-o-unico-mineiro-a-figurar-entre-os-cem-mais-valiosos-do-mundo-1.64633

  2. Pelo amor de Deus !!!

    Começo a desconfiar que pessoas ligadas à Diretoria do Cruzeiro acompanham esse Blog…

    Alguém deve ter falado com o Dr. Gilvan e c/ o Marcelo Oliveira, que tem um Cruzeirense chato, que detesta o tal do Pedro Ken e que vem criticando demais o que anda acontecendo no Cruzeiro e só de sacanagem estão convencendo o Marcelo Oliveira a “reavaliá-lo”…

    Eu estava dando um voto de confiança pro Marcelo Oliveira, mas se realmente esse ameba chamado Pedro Ken for reintegrado ao grupo, já vou começar a comprovar que o Marcelo Oliveira é fraco.

    Esse jogador, não precisa de nova avaliação pra saber se tem potencial, ou não. Já tá mais do que provado que não tem.

    Isso só pode ser sacanagem…

  3. Aqui não temos “ciclo virtuoso”, mas “ciclo vicioso, viroso”. Ao contrário, que se explique como o Fluminense chegou virtuosamente na primeira divisão. No que se refere ao futebol brasileiro – e acho que é assim para tudo quanto é lado, temos a palavra mágica da virtuosidade: CAMPEÃO. É o nosso SHAZAM! O campeão é o virtuosão. Daí que aparecem um montão de baba-ovão enchendo a bola do campeão, da diretoria do campeão, da administração do campeão e quanta justificação! Já o resto… resto… que resto? Não existe passado diante do CAMPEÃO. Não sei se os métodos, os meios, os entremeios… do futebol são necessariamente latinos… nem foi a gente que inventou o “joguinho bom”. O fato certo e incontestável é que as boas lavanderias estão na Europa.

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